Vamos falar hoje do grande romance de Eça de Queiroz , os Maias, de 1888.
Eça levou 10 anos para concluir a obra, que é composta de 2 volumes.
Eça levou 10 anos para concluir a obra, que é composta de 2 volumes.
A obra é composta de dois planos narrativos: o primeiro abrange as três gerações da família Maia, centrado em suas tragédias particulares que culminam no processo do amor incestuoso entre Carlos da Maia e Maria Eduarda; o segundo é uma crônica crítica da alta sociedade lisboeta de 1880.
Eça de Queiroz
A ação de Os Maias passa-se em Lisboa, na segunda metade do século XIX, e apresenta-nos a história de três gerações da família Maia. A ação inicia-se no Outono de 1875, quando Afonso da Maia, nobre e rico proprietário, se instala no Ramalhete com o neto recém formado em Medicina. Neste momento faz-se uma longa descrição da casa – “O Ramalhete”, cujo nome tem origem num painel de azulejos com um ramo de girassóis, e não em algo fresco ou campestre, tal como o nome nos remete a pensar.
Afonso da Maia era o personagem mais simpático do romance e aquele que o autor mais valorizou, pois não se lhe conhecem defeitos. É um homem de carácter, culto e requintado nos gostos. Em jovem aderiu aos ideais do Liberalismo e foi obrigado, por seu pai, a sair de casa e a instalar-se em Inglaterra.
Após o pai falecer regressa a Lisboa para casar com Maria Eduarda Runa, mas pouco tempo depois escolhe o exílio por razões de ordem política.
Pedro da Maia, filho de Afonso da Maia, casa-se contra a vontade do pai com Maria Monforte, filha de um traficante de escravos, um negreiro, como se dizia. Com ela, Pedro da Maia tem um casal de filhos. Porém, apaixonada por um napolitano, Maria Monforte abandona o marido e foge, levando a filha. Pedro da Maia se suicida e o filho – Carlos da Maia – é entregue aos cuidados do avô.
Palácio Ramalhete
Afonso da Maia cria o neto e o encaminha para cursar medicina em Coimbra. Após formar-se, Carlos retorna ao Ramalhete e cerca-se de amigos intelectuais e da burguesia lisboeta.
Carlos vem a conhecer Maria Eduarda, esposa de Castro Gomes, um brasileiro. A pretexto de atender clinicamente a governanta inglesa de Maria Eduarda, miss Sarah, Carlos passa a frequentar a casa diariamente. Os dois tornam-se amantes, e Carlos compra uma quinta nos Olivais para seus encontros com Maria Eduarda. Assim, divide o tempo entre o Ramalhete e a Quinta dos Olivais, que procura esconder do avô.
Certo dia, Carlos da Maia recebe a visita de Castro Gomes que vem lhe contar que, embora em Lisboa todos dessem Maria Eduarda como sua esposa, ela, na verdade, era apenas sua amante. Embora livre para se casar com Maria Eduarda, outra tragédia irá se abater na família dos Maias.
Chega de viagem o senhor Guimarães, trazendo consigo um pequeno cofre que havia recebido de Maria Monforte, que morrera em Paris. No cofre, a revelação: Maria Monforte havia sido a esposa que levara o marido, Pedro da Maia, pai de Carlos, ao suicídio. Descobre-se, assim, que os dois amantes – Carlos e Maria Eduarda — eram irmãos.
O velho Afonso da Maia, vendo novamente a tragédia rondar sua família, morre. Maria Eduarda vai para Paris e lá se casa. Carlos parte para uma longa viagem. Dez anos depois volta para Portugal e reencontra os amigos, particularmente João da Ega, seu grande amigo desde os tempos de Coimbra. Juntos recordam o passado, com ironia e desesperança.
O romance foi escrito numa altura em que as ciências floresciam. Eça joga nele com o peso da hereditariedade (Carlos teria herdado da avó paterna e do próprio pai o carácter fraco, e da mãe a tendência para o desequilíbrio amoroso), e da ação do meio envolvente sobre o indivíduo (Carlos fracassa, apesar de todas as condicionantes que tem a seu favor, porque o meio envolvente, a alta burguesia lisboeta, para tal o empurra). A psicologia dava os seus primeiros passos – é assim que Carlos, mesmo sabendo que a mulher que ama é sua irmã, não deixa de a desejar, uma vez que não basta que lhe digam que ela é sua irmã para que ele como tal a considere.
O livro foi levada às telas de TV na minissérie "Os Maias" da Globo entre 9 de janeiro e 23 de março de 2001, com Fábio Assunção como Carlos Maia, e Ana Paula Arósio como Maria Eduardo. No elenco ainda Walmor Chagas como Afonso de Maia, Marília Pera como Maria Monforte e Selton Mello como João da Ega.
Os Maias (trailer)
Fontes:
wikipedia.org
coladaweb.com
youtube.com
google.com.br
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