Hoje vamos falar do clássico de Júlio Diniz, "As pupilas do senhor reitor "
Livro publicado em 1866 na forma de folhetim e em 1867 já na forma de livro, representa o início movimento literário realista português.
Júlio Diniz é o pseudônimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho (1838-1871)
Júlio Diniz
O livro dedicado as camadas mais populares, é escrito de forma simples como todos os folhetins, que originaram as telenovelas atuais.
No Brasil a telenovela com o mesmo nome fez muito sucesso.
O reitor no caso vem do latim rector, aqueles que dirige, nesse caso trata-se do sacerdote local na aldeia de Ovar, que torna-se responsável das irmãs Clara e Margarida.
O romance gira em torno da tese segundo a qual a vida simples e natural torna as pessoas alegres e felizes. Júlio Diniz descreve o campo, os tipos humanos, os hábitos e as idéias, desenvolvendo toda uma problemática pequeno-burguesa, com o "propósito de pregar uma moralização de costumes pela vida rural e pela influência de um clero convertido ao liberalismo".
O foco narrativo organiza-se através de um narrador que conta a história em terceira pessoa, sem se confundir com nenhum dos personagens, a respeito dos quais tem uma visão onisciente. Assim, conhece-os de forma absoluta, em seu mundo interior e exterior, em suas ações e motivações íntimas.
A forma didática como o narrador conduz a leitura da obra, ora descrevendo a interioridade de um personagem, ora se colocando como mero cronista que registra os acontecimentos, caracteriza-o como alguém que narra para um tipo específico de leitor: o leitor de jornal, que lê o romance de maneira descontínua e cuja atenção deve ser constantemente alimentada.
O tempo histórico é o presente, como convinha a um autor pré-Realista que preconizava a substituição do maravilhoso psicológico pelo romance de costumes. E presente, neste caso, é o início da segunda metade do século XIX.
Resumo da obra:
As moças Margarida e Clara têm como tutor o reitor da aldeia, e os dois rapazes são filhos do fazendeiro José das Domas. Clara é expansiva e alegre, feliz, às vezes, leviana.
Margarida é reservada, introspectiva. Pedro é forte, rude, ajustado aos trabalhos agrícolas. Daniel é delicado, sentimental.
Quando crianças, Margarida e Daniel se afeiçoam, mas o pai do jovem, ao descobrir o namoro, manda-o estudar medicina no Porto.
O jovem parte para a cidade grande, levando na memória a imagem de Margarida.
Anos depois, Clara e Pedro apaixonam-se e ficam noivos. Daniel termina o curso e volta à aldeia, esquecido de seu amor por Margarida.
Ela, por sua vez, agora uma professora de crianças, ainda alimenta a paixão por Daniel.
Daniel provoca alvoroço entre as jovens da aldeia, agitando inclusive o coração de Clara, sua futura cunhada. Clara incentiva o interesse de Daniel por ela, e o caso começa a tomar outras proporções. Um dia, os dois são surpreendidos por Pedro. Diante da tragédia iminente,
Margarida assume o lugar da irmã, mesmo correndo o risco de ser malfalada pelos moradores da aldeia. Daniel, admirado da coragem de Margarida, acaba por lembrar-se do namoro de infância, das recordações que levou consigo para o Porto, e volta a apaixonar- se por Margarida.
Graças à atuação de Clara, de José das Domas e do reitor, Margarida, a muito custo, acaba por aceitar o pedido de casamento de Daniel, para a felicidade de todos.
O livro teve duas adaptações para novelas no Brasil; a primeira de 23 de março de 1970 a 6 de março de 1971 pela TV Record.
No elenco teve as participações principais de Dionísio Azevedo como reitor; Marcia Maria como Margarida; Georgia Gomide como Clara (depois substitupida pela atriz Maria Estela)
Agnaldo Rayol como Daniel e Fúlvio Stefanini como Pedro.
Agnaldo Rayol e Marcia Maria
A outra versão de 6 de dezembro de 1994 a 8 de julho de 1995 com direção de Nilton Travesso, teve no elenco: Juca de Oliveira, reitor; Débora Bloch, Margarida; Eduardo Moscovis como Daniel; Luciana Braga, Clara; e Tuca Andrade como Pedro.
Fontes:
wikipedia.org
google.com.br
coladaweb.com
passeiweb.com
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