Vamos falar hoje do grande romance de Leon Tolstoi, "Guerra e paz".
Rússia, início do século XIX, durante as invasões napoleônicas. A aristocracia russa é abalada pelos avanços de Napoleão Bonaparte. Membros de vários núcleos familiares participaram de inúmeras batalhas entre 1805 e 1812, ocasião em que o exército francês foi derrotado. Na época, a idade ideal para participar de batalhas também é a idade ideal para se casar. Nesse cenário, casais se encontram e se desencontram. Há casamentos, nascimentos, viuvez etc. Enfim, todos os fatos marcantes da vida acontecem tendo a guerra como pano de fundo.
Dentre tantos núcleos familiares e tantos personagens, destacam-se Natasha, jovem cheia de vida, encantadora, que espalha alegria por onde passa. Com esse temperamento, vários personagens ficam enredados em seus encantos. Outra personagem que se destaca é Pedro, um rapaz rico, bom caráter que sempre está em busca: de espiritualidade, de realização etc.
Dentre tantos personagens em vários núcleos, cada membro jovem tem um enredo próprio, uma história própria.
Resumindo, nesse romance há muitos jovens românticos e sonhadores que têm a vida abalada pela guerra.
Tolstoi
Guerra e Paz mostra como a invasão de Napoleão Bonaparte à Russia em 1812 foi vista pela corte russa. O livro é bem interessante ao retratar a sociedade russa, com suas festas pomposas contrastando com a miséria do povo, com a aristocracia dividida entre o horror e a idolatria à Napoleão, tudo permeado pela religiosidade. O jogo da política, as intrigas da corte e as tramas da sociedade com seus casamentos arranjados e suas paixões proibidas são descritas de forma instigante. Os horrores da guerra vividos pelos mais altos dignatários russos, que mantinham sua fé em Deus e no Czar com a mesma intensidade. Tudo muito bem descrito por Tolstói.
O livro centra-se na vida de Piotr Bezukhov, que recebe uma grande herança e passa a viver nas grandes festas da corte entre Moscou e São Petersburgo ao lado de suas inúmeras esposas interesseiras. Quando Napoleão invade Moscou Piotr é feito prisioneiro, e por mais paradoxal que possa parecer, quando é liberto descobre que a sua vida de festas na corte era vazia e encontra o real sentido de sua vida quando retorna à sua vida simples ao lado de Natasha Rostov, mulher que sempre amou de verdade.
Piotr Bezukhov
Natacha foi inspirada na cunhada de Tolstoi, Tatyana Behrs, a irmã mais nova de Sofia, mulher de Tolstoi, era uma visita frequente à casa dos Tolstoi em Yasnaya Polyana. Sofia teve alguma dificuldade em adaptar-se à vida isolada e algo austera do campo, e a presença de Tatyana trazia uma injeção de alegria, vivacidade e risos femininos, que era muito bem-vinda. Tolstoi tinha uma grande afeição pela pequena Tatyana. A sua vivacidade e espontaneidade ofereceram a inspiração à personagem Natacha Rostov. Muitos episódios do romance, como a jovem Natacha pedir a Boris que lhe beije a boneca, ou o desespero depois de ela ser abandonada por Anatole, foram retirados de incidentes que de facto aconteceram na vida de Tatyana.
A obra também retrata a vida de Andrei Bolkonski, filho de um príncipe com passado glorioso na área militar. Quando a Rússia é invadida Andrei se sente compelido a lutar pelo seu país e pelo seu Czar, sofre uma série de ferimentos e acaba por falecer nos braços de sua irmã Maria e de sua ex-mulher Natasha Rostov.
Além desses dois personagens, as batalhas travadas são levemente detalhadas. O autor ressalta, além das batalhas e de suas consequências, principalmente como elas foram relatadas pelos autores posteriores, que tendem a enaltecer o gênio de Napoleão e de seus marechais, mas que se esquecem que a Rússia só não caiu de joelhos perante Bonaparte porque este deixou sua genialidade militar e diplomática de fora de suas decisões.
Guerra e Paz no cinema
Em 1857, Tolstoi testemunhou um guilhotinamento em Paris. O acontecimento marcou-o profundamente e convenceu-o do erro moral que é a pena de morte. Esta sua visão fortaleceu-se quando, anos mais tarde, lhe foi pedido (enquanto proprietário com responsabilidade governativa local) que defendesse um soldado ante uma pena de morte num tribunal de guerra, e ele perdeu o caso. Tolstoi expressa os seus sentimentos através da personagem de Pierre Bezukhov, que nota com horror a ansiedade dos soldados franceses chamados à execução de prisioneiros de guerra russos
Tolstoi investigava o contexto histórico de Guerra e Paz com exaustão, lendo tanto os documentos históricos russos como de outros países da Europa sobre as campanhas de Napoleão. Também visitou o sítio onde decorreu a batalha de Borodino (a 115km a oeste de Moscou). O seu objetivo nem era tanto assegurar a exatidão do local em si, mas demonstrar os erros dos dados históricos. Isto evidencia-se num episódio da segunda metade do romance quando Lavrushka, o servo de Nikolai Rostov, é temporariamente capturado pelos franceses e interrogado defronte de Napoleão. Tolstoi cita uma versão da história do historiador francês Thiers, e ironicamente oferece a sua própria versão cômica. A sua mensagem consiste no facto de a sua versão ser tão plausível e credível como a do historiador.
Do início ao fim, o livro apresenta como a guerra e a paz são desejadas com a mesma intensidade por uma sociedade. E do como as pessoas envolvidas, tanto na guerra como na paz, são movidas por interesses pessoais e financeiros, não dando importância para sentimentos como o amor e a felicidade.
Fontes:
oquevidomundo.com
resumodelivro.worlpress.com
saidadeemergencia.com
google.com
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