Vamos falar hoje do líder seringueiro Francisco Alves Mendes Filho, ou Chico Mendes.
Chico Mendes nasceu no dia 15 de dezembro de 1944 no seringal Porto Rico, próximo à fronteira do Acre com a Bolívia, em Xapuri, estado do Acre. Filho de seringueiro passou sua infância e juventude ao lado do pai cortando seringa.
A vida no seringal moldou no jovem seringueiro um sentimento de revolta contra a injustiça. A atividade econômica de extração da borracha, na Amazônia, foi sempre pautada por relações de grande exploração. O aviamento, sistema de troca de mercadorias industriais pelo produto extrativo, criou uma sociedade em permanente miséria e endividamento.
Rebeliões eram sufocadas pela violência de forças policiais. E um rígido regulamento de subordinação aos seringalistas, os donos dos seringais, punia com castigos físicos aqueles que ousavam desrespeitar.
Diferentemente dos outros seringueiros, porém, com 16 anos Chico aprendeu a ler, escrever e pensar com Euclides Fernandes Távora, refugiado político que morava próximo da colocação da sua família.
Esse fato teve uma grande influência na sua vida. Quando começaram a ser formados os sindicatos no Acre, ele tinha consciência de que havia chegado a hora de mudar a realidade dos seringais. Em 1975 fez parte da diretoria do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasiléia, o primeiro criado no Acre, presidido pelo combativo líder Wilson Pinheiro.
A situação do Acre era crítica na década de 1970. A política para a Amazônia implantada pelo regime militar gerou grandes conflitos fundiários. A substituição da borracha pela pecuária levou à especulação fundiária e ao desmatamento de grandes extensões de terras impedindo a permanência dos seringueiros na floresta.
Por sua liderança na luta pelas seringueiras e na preservação da floresta, Chico Mendes ganhou notoriedade internacional. Em 1987, discursou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Miami (EUA), denunciando a destruição da floresta e solicitando a suspensão do financiamento para a construção da BR – 364, que atravessaria o estado de Rondônia e chegaria ao Acre.
No mesmo ano, Chico Mendes recebe em sua cidade-natal uma comissão da ONU que queria ver de perto a destruição da floresta e a expulsão dos seringueiros. O financiamento para a rodovia acabou sendo suspenso dois meses depois e o BID exigiu que o governo brasileiro realizasse um estudo do impacto ambiental na região. Logo em seguida, ele recebe da ONU o Prêmio Global 500.
Morte (o assassinato de Chico Mendes)
Em 1988, é criada a União Democrática Ruralista (UDR), no Acre, e Chico Mendes participa, também, da criação da primeira reserva extrativista do estado, provocando a desapropriação das terras do fazendeiro Darly Alves da Silva, que ameaça o seringueiro de morte.
Chico Mendes denuncia o fazendeiro e pede proteção das autoridades, que não a concedeu. Durante todo o ano de 1988, ele continua a receber ameaças de morte por grupos que desmatavam a região. As ameaças acabaram sendo cumpridas: Chico Mendes foi assassinado com tiros de uma espingarda calibre 20, na porta de sua casa, em Xapuri, por Darcy Alves Pereira, a mando de seu pai, Darly Alves da Silva.
Ambos foram condenados a 19 anos de prisão, mas, após três anos de cárcere, eles fugiram da Penitenciária de Rio Branco, sendo recapturados em 1996. Entretanto, em 1999, conseguiram liberdade condicional.
Mais que um líder, Chico Mendes mostrou para o mundo a grande exploração de terras por latifundiários na Amazônia, suas riquezas e suas terras. Mostrou também a dura vida dos seringueiros, e a situação de quase escravidão em que viviam.
Essa postagem é para àqueles que ainda não sabem quem foi Chico Mendes, ou a sua representatividade no cenário da proteção ambiental.
Pessoas cujo protagonismo mesquinho e insignificante, não aceitam que um seringueiro do Acre tenha tanta influência , até hoje, sendo citado em diversas Organizações mundiais de preservação ambiental.
How many people )Paul McCartney)
Homenagem a Chico Mendes
Fontes:
seuhistory.com
wikipedia.org
google.com.br
youtube.com
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