sexta-feira, 16 de abril de 2021

Vamos falar hoje da importante obra do escritor árabe Ibn Khaldun.



عبد الرحمن بن محمد بن خلدون الحضرمي; Abu Zayd 'Abd al-Rahman ibn Muhammad ibn Khaldun al-Hadrami;ou Ibn Khaldun (lê-se Ibne Raldum) foi um jurista, astrônomo, advogado, economista e intelectual árabe que nasceu em Tunis, capital da Tunísia em 27 de maio de 1332 e morreu no Cairo, Egito em 17 de março de 1406.

Conhecido por sua grande obra "Os Prolegômenos" (Muqaddimah Ibn Khaldun - مقدّمة ابن خلدون).



O termo prolegômenos  significa um texto introdutório que contém as noções preliminares necessárias à compreensão de um livro; introdução, prefácio. Noções ou princípios básicos para o estudo de um assunto qualquer; princípios, elementos.


A obra é um conjunto de três livros que representam um enorme avanço no entendimento de História, Economia e Filosofia e Sociologia moderna.




O texto dos prolegômenos é um introdução da obra de 7 volumes do autor chamada "Kitab al-ibar" ( كتاب العبر أو تاريخ ابن دون (مقدمة ابن خلدون)) - Livro das lições.




Sobre o papel relevante dessa obra os maiores historiadores estão de acordo:

"Disse Arnold J.Toynbee, em sua obra A Study of History: 'No prolegômenos, Ibn Khaldun concebeu e formulou uma filosofia da História que é indubitavelmente, a maior obra desse gênero que já foi criada por qualquer mente em qualquer tempo ou lugar.'

Robert Flinn, em sua History of Philosophy of History afirma que como teoria da História, Ibn Khaldun não teve igual em nenhuma época ou país, até que Vico¹ aparecesse, mais de três séculos depois. Platão, Aristóteles e Sato Agostinho não estavam à  sua altura."

                                           ¹ - Giambattista Vico - filósofo italiano



O livro, apesar de pouco conhecido no Ocidente, é uma referência para historiadores do mundo inteiro e ferramenta fundamental para se compreender as sociedades muçulmanas. Khaldun foi pioneiro em discutir as leis gerais que regem o surgimento e a queda das civilizações. Muitos estudiosos apontam a obra como precursora da moderna historiografia, sociologia e economia. 


A Muqaddimah ou Os Prolegômenos, o mais famoso dos escritos de Ibn Khaldun, foi revisada por ele durante toda a sua vida, desde 1374. A intenção de Ibn Khaldun era a de realizar a introdução de uma História Universal com o uso de uma metodologia crítica e como um manual para aqueles que são historiadores. 


A Muqaddimah se divide em diferentes partes:

1º) introdução ao método da História por Ibn Khaldun, parte na qual podemos apontar a crítica de Ibn Khaldun ao gênero historiográfico produzido até sua época, pois a história para ele era a ciência baseada em explicações admissíveis e deveria conferir uma exatidão na datação e rememoração dos fatos, aspectos que Ibn Khaldun iria colocar por escrito como as principais tarefas do historiador; 

2º) análise da civilização, aqui se identifica a influência do meio sobre a natureza humana, a definição do conceito de civilização e da própria organização social; 

3º) observação do nomadismo, uma análise da dicotomia nômades X sedentários citadinos, além de um trabalho de etnologia e a implantação do conceito do “espírito de grupo”;

4º) estudo sobre as dinastias e poderes, momento em que Ibn Khaldun analisa as diversas formas de governo, ressaltando as formas na Península Ibérica e do norte de África, ao mesmo tempo que também observa as ações do poder espiritual por parte do Califa para os muçulmanos, de Cohen para os judeus e Papa para os cristãos); 

4º) observação sobre o surgimento do fenômeno urbano, na qual observa a proliferação das cidades, observação da economia e do “espírito de grupo”; 

5º) análise econômica, em que verifica os meios de subsistência e o comércio); 

6º) exame das ciências, das artes e do ensino e como apêndices estão: o estudo de Ibn Khaldun sobre o Planisfério de Idrissi (explicações de Ibn Khaldun sobre os diversos climas e suas divisões), além da Autobiografia de Ibn Khaldun.


Meu primeiro contato com os Prolegômenos de Ibn Khaldun foi no curso de Literatura e Cultura Árabe na Letras USP em 1978.



Fontes:
wikipedia.org
google.com
super.abril.com.br
teses.usp.br/RenatoRoschelCristi
www.sifatusafwa.com
brittanica.com
ppe.uem.br-Senko, Elaine Cristina
Challita, Mansour - As mais belas páginas da literatura árabe (p.185 - Ibn Khaldun) - Civilização brasileira.


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