Romantismo: Marcado pelo subjetivismo, nostalgia, melancolia e combinação de vários gêneros literários, o Romantismo português marcou o fim do Neoclassicismo, instaurando um novo modo de expressão em Portugal e em toda a Europa. Seus principais representantes foram Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis.
Camilo Castelo Branco foi um grande representante da literatura portuguesa nesse período. Escreveu romances como "Amor de salvação"; "Amor de perdição"; "a queda d´um anjo".
Camilo Castelo Branco retratou em seu país diversas tendências da literatura europeia do século XIX e foi, sobretudo, um autor romântico que representou a literatura portuguesa com romances ao gosto do público. “Amor de salvação” (1864) é uma história de paixão e descobertas, o autor penetra nos sentimentos humanos, revelando ao leitor que o amor tem suas peripécias e o destino, muitas vezes, não está em nossas mãos. Com personagens bem construídos, a história é um relato de lembranças narrado pelo protagonista Afonso, que desde a infância foi apaixonado por Teodora. Após o casamento de ambos, muitas reviravoltas passam por suas vidas, até o amor revelar-se menos óbvio.
A Queda dum Anjo é o título de um romance satírico de Camilo Castelo Branco, escrito em 1866. Nele o autor descreve a corrupção de Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, um fidalgo transmontano camiliano e o anjo do título, quando se desloca da província para Lisboa.
Outras figuras importantes desse período foram: Almeida Garret; Alexandre Herculano e Júlio Diniz.
Alexandre Herculano foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal.
Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do Romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social.
Como historiador, publicou História de Portugal de Alexandre Herculano , em quatro volumes, e História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, e organizou Portugaliae Monumenta Historica (coleção de documentos valiosos recolhidos de cartórios conventuais do país).
Julio Diniz
Realismo (1865-1890)
O realismo em Portugal apresenta como marco inicial a "Questão coimbrã". Ela representou uma disputa entre alguns jovens literatos e estudantes de Coimbra (Antero de Quental, Teófilo Braga e Vieira de Castro) e o escritor romântico Antônio Feliciano de Castilho.
Na Questão Coimbrã, liderado por Castilho, era formado por intelectuais que defendiam sobretudo o status quo literário. Tinham uma visão tradicional, academicista e formal.
Antonio Feliciano de Castilho
O segundo grupo, formados pelos jovens estudantes de Coimbra, propunha denunciar a sociedade e mostrar a vida do homem de maneira mais realista. Por isso, se posicionaram contra a postura formal, conservadora e acadêmica da Escola Romântica.
Os estudantes alegavam a falsidade contida na literatura romântica e propunham uma transformação artística, cultural, política e econômica.
A Questão Coimbrã, começa, dessa forma, com uma ácida crítica de Castilho sobre os estudantes de Coimbra, os novos literatos.
Avesso aos ideais românticos, o realismo teve como principal característica a negação dos sentimentos, os quais eram exaltados pelos escritores do romantismo. Para isso, as obras escritas nesse período estiveram apoiadas no cientificismo, no objetivismo e no materialismo.
Destacam-se nesse período os escritores: Antero de Quental e Eça de Queirós. O primeiro teve sua obra Os Sonetos, como a principal do período. Já Eça de Queirós, revelou sua maestria no romance O Primo Basílio.
Eça foi um expoente da Literatura Portuguesa, escreveu "O crime do padre Amaro"; "A cidade e as serras"; Os maias"; "O Egito"...
Eça de Queiróz
Naturalismo (1875-1890)
O naturalismo em Portugal teve início com a publicação da obra O Crime do Padre Amaro (1875) de Eça de Queirós. Embora Eça tenha tido grande destaque no movimento do realismo, algumas de suas obras carregam características notadamente naturalistas.
A importância de Eça de Queiróz, portanto é vital. Ele encerra um período, O Realismo e inicia o Naturalismo.
Paralelo ao movimento realista, o naturalismo possui algumas características que se assemelham como a negação ao romântico, o cientificismo, a objetividade e o materialismo.
Por outro lado, suas personagens são marginalizadas e não tem grande foco na burguesia como é o caso do realismo. Nesse momento, as características e os instintos humanos são destacados.
Além de Eça de Queirós, os escritores que mais se destacaram no período foram Abel Botelho, Francisco Teixeira de Queirós e Júlio Lourenço Pinto.
Parnasianismo (1870-1890)
O parnasianismo em Portugal também aconteceu paralelo aos movimentos realista e naturalista. Teve como precursor o poeta João Penha. Baseado no lema "arte pela arte", os escritores desse momento estiveram preocupados mais com a perfeição formal que o conteúdo propriamente dito.
Assim, a preocupação com a estética foi a principal característica dessas obras sendo o soneto um tipo de poema de forma fixa que prevaleceu. Temos como temas a realidade cotidiana e também, os clássicos. Os principais escritores foram: João Penha, Cesário Verde, António Feijó e Gonçalves Crespo.
Simbolismo (1890-1915)
O simbolismo em Portugal teve como marco inicial a publicação da obra Oaristos (1890) de Eugênio de Castro. Oposto aos movimentos anteriores, ele rejeita o cientificismo, o materialismo e o racionalismo. Sendo assim, suas principais características são a musicalidade, a transcendência e o subjetivismo.
Os escritores desse momento se apoiam nas manifestações metafísicas e espirituais para escreverem suas obras. Além de Eugênio de Castro, destaca-se a produção poética de António Nobre e Camilo Pessanha. Esse movimento termina em 1915 com o advento do movimento modernista.
Modernismo (1915 até os dias atuais)
O modernismo em Portugal começa em 1915 com a publicação da revista Orpheu. Esse período esteve dividido em três fases:
Geração de Orpheu (1915-1927) que começa com a publicação da revista Orpheu. Teve como principais representantes: Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Luís de Montalvor e o brasileiro Ronald de Carvalho, (foi ele quem leu o poema "os sapos" de Manuel Bandeira, durante a Semana de 22); sem esquecer, é claro do grande poeta Fernando Pessoa.
Autopsicografia
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Geração de Presença ou Presencismo (1927-1940) que começa com a publicação da revista Presença.
Seus principais autores são:
José Régio (1901-1969): As encruzilhadas de Deus (1936);
João Gaspar Simões (1903-1987): Elói ou Romance numa cabeça (1932);
Branquinho da Fonseca (1905-1974): O barão (1942);
Miguel Torga (1907-1995): Ansiedade (1928).
Ainda como parte do Modernismo português, o Neorrealismo durou de 1939 a 1974. Seus principais autores são:
Soeiro Pereira Gomes (1909-1949): Esteiros (1941);
Ferreira de Castro (1898-1974): A selva (1930);
Alves Redol (1911-1969): Gaibéus (1939).
E, por fim, os principais autores da literatura contemporânea portuguesa são:
José Saramago (1922-2010): O evangelho segundo Jesus Cristo (1991); o único autor em língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em 1998.
António Lobo Antunes (1942-): Da natureza dos deuses (2015);
Miguel de Souza Tavares (1952-): Madrugada suja (2013);
Jacinto Lucas Pires (1974-): O verdadeiro ator (2011);
Inês Pedrosa (1962-): Os íntimos (2010).
Fontes:
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wikipedia.org
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