Os primeiros trechos de Literatura Portuguesa aparecem logo após a saída dos muçulmanos da Península Ibérica.
Os primeiros registros são do século XII. Estamos falando da Literatura Portuguesa de Portugal, e não da Literatura lusófona que ocorre durante todo período colonial nas diversas colônias de Portugal.
Como na Literatura Brasileira, a Literatura Portuguesa está dividida em períodos.
Era Medieval:
Trovadorismo - Ela tem início no início do século XII com a publicação de texto a Canção Ribeirinha, também conhecida como Canção de Guarvaia, de Paio Soares de Taiverós. Essa obra é considerada o mais antiga da literatura portuguesa.
Ribeirinha
No mundo non me sei pareiha,
Mentre me for como me vai,
Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
Me foi a mim mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia,
Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
Nunca de vós houve nen hei
Valia d’ua Correa.
A Ribeirinha ao que o texto se refere é Maria Pais Ribeiro, amante do rei de Portugal, de 1185 a 1211 - D. Sanches.
Humanismo marcado pela transição entre o mundo medieval e o mundo moderno, tem como expoentes nomes como Gil Vicente e Fernão Lopes.
Gil Vicente foi uma referência no teatro português com seus autos e farsas. Dentre suas peças destacamos: O Auto da Barca do Inferno e a Farsa de Inês Pereira.
Era Clássica
Renascimento: Inspirado na cultura clássica greco-latina, o Renascimento foi marcado pela introdução de novos gêneros literários, entre eles os romances de cavalaria e a literatura de viagens. Luís de Camões, Sá de Miranda e Fernão Mendes Pinto estão entre seus principais representantes.
Classicismo (1527-1580)
O Classicismo tem como marco inicial a chegada de Sá de Miranda da Itália. Berço do Renascimento, o poeta português trouxe um novo estilo conhecido como “dolce stil nuevo” (Doce estilo novo).
Sem dúvida, Luís de Camões, foi o principal representante do momento com sua poesia épica Os Lusíadas.
Canto I
As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valorosos
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte
Seiscentismo ou Barroco (1580-1756)
O marco inicial do Barroco em Portugal é a morte do escritor Luís de Camões em 1580. Esse período durou até 1756 com a chegada de um novo estilo: o Arcadismo.
Sem dúvida Padre Antônio Vieira foi o maior representante do período do qual se destacam seus Sermões. Essas obras foram escritas em estilo conceptista, onde o trabalho com os conceitos era o mais importante.
Padre Antônio Vieira é uma figura importante na Literatura Portuguesa com seus sermões, como o Sermão da Sexagésima.
Apresentado em 1655, o Sermão da Sexagésima é dividido em 10 partes diferentes, sendo que a temática principal apresentada por esse sermão seja sobre a arte de pregar, catequização e evangelização.
“Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que ‘saiu o pregador evangélico a semear’ a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (…) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (…) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (…)”
Setecentismo ou Arcadismo (1756-1825)
Também chamado de Neoclassicismo, o Arcadismo em Portugal teve como marco inicial a fundação da Arcádia Lusitana em 1756 na capital, Lisboa.
Esses locais serviam para a reunião de diversos artistas empenhados em apresentar uma nova estética e se afastar da anterior.
Bocage foi considerado o maior escritor do período e suas obras que merecem destaque são: Morte de D. Ignez de Castro, Elegia, Idílios Marítimos.
Bocage
Na segunda postagem falaremos da Era Moderna com o Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, da Questão Coimbrã.
Fontes:
todamateria.com.br
mundoeducacao.uol.com.br
siteantigo.portaleducacao.com.br
dominiopublico.gov.br
canaldoensino.com.br
google.com
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