"De cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades."(Marx)
Fala-se muito em comunismo, e nessa postagem tentaremos esclarecer, um pouco, do que se trata esse regime.
Longe de ideologias, vamos discorrer sobre os conceitos, e tentar mostrar que o comunismo na acepção do termo nunca existiu em nenhum país.
Comunismo (do latim communis, comum, universal) é uma ideologia política e socioeconômica, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção. Um dos seus principais mentores filosóficos, Karl Marx, postulou que o comunismo seria a fase final do desenvolvimento da sociedade humana e que isso seria alcançado através de uma revolução proletária, isto é, uma revolução encabeçada pelos trabalhadores das cidades e do campo. Na definição formulada por Friedrich Engels, o comunismo é "a doutrina das condições de libertação do proletariado".
O conceito de comunismo refere-se a uma sociedade em que não há propriedade privada e, consequentemente, sem classes sociais ou a necessidade de um Estado.
Assim, alcançar-se-ia uma paz e segurança constante a partir da produção voltada para as necessidades das pessoas, não mais de acordo com o mercado como no capitalismo.
Claro que o conceito tal qual o conceito do capitalismo é de um mundo totalmente utópico.
Não existe organização sem um Estado; onde os próprios cidadãos ou as leis de mercado e consumo regessem seus próprios destinos; simplesmente porque nessas comunidades existiriam "homens" com seus interesses pessoais e não coletivos; com sua ganância em acumular cada vez mais fortuna; com seu total desprezo para o semelhante.
No sentido marxista, refere-se portanto a uma sociedade sem classes (sociedade regulada), sem Estado (ácrata ou apátrida) e livre de quaisquer tipos de opressão, onde as decisões sobre o que produzir e quais as políticas devem prosseguir são tomadas democraticamente e permitindo dessa maneira que cada membro da sociedade organizada possa participar do processo, tanto na esfera política e econômica da vida pública e/ou privada. Marx nunca forneceu uma descrição detalhada de como o comunismo poderia funcionar como um sistema econômico (tal foi feito, por Lenin, mas subentende-se que uma economia comunista consistiria de propriedade comum dos meios de produção, culminando com a negação do conceito de propriedade privada do capital , que se refere aos meios de produção na terminologia marxista. No uso moderno, o comunismo é, muitas vezes, usado para se referir ao bolchevismo, na Rússia. Como um movimento político, o sistema comunista teve governos, em regra, com uma preocupação de fundo para com o bem-estar do proletariado, segundo o princípio "de cada qual segundo as suas capacidades, a cada qual segundo as suas necessidades".
Como uma ideologia política, o comunismo é geralmente considerado como a etapa final do socialismo. Este consiste num grupo amplo de filosofias econômicas e políticas ligadas a vários movimentos políticos e intelectuais e a trabalhos de teóricos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. O socialismo seria uma fase prévia necessária de acumulação de capital, antes do advento do comunismo. O comunismo pode-se dizer que é o contrário do capitalismo, oferecendo uma alternativa para os problemas de economia de mercado capitalista e do legado do imperialismo e do nacionalismo. Marx afirma que a única maneira de resolver esses problemas seria pela classe trabalhadora (proletariado), que, segundo Marx, são os principais produtores de riqueza na sociedade e são explorados pelos capitalistas de classe (burguesia). A classe trabalhadora substituiria a burguesia, a fim de estabelecer uma sociedade livre, sem classes ou divisões raciais. As formas dominantes de comunismo, como o leninismo e o maoísmo, são baseadas no marxismo, embora cada uma dessas formas tenha modificado as ideias originais. Também existem versões não marxistas do comunismo, como o comunismo cristão e o anarcocomunismo.
As doutrinas comunistas mais antigas, anteriores à Revolução Industrial, punham toda a ênfase nos aspectos distributivistas, colocando a igualdade social, isto é, a abolição das classes e estamentos, como o objetivo supremo.
Os movimentos anarquista e marxista surgiram e ganharam forte atuação no século XIX, em meio aos efeitos sociais da Revolução Industrial. Foram ambos contestadores da ordem liberal capitalista e do Estado garantidor das condições trabalhistas da época, coincidindo, também, quanto ao ideal comunista: o fim das divisões de classes, da exploração e até mesmo do Estado.
A despeito dessas semelhanças (de origem, alguns alvos de atuação e objetivos finais), divergiam quanto ao caminho a ser seguido para alcançar o comunismo. Para os marxistas, deveria haver uma fase intermediária socialista - a ditadura do proletariado, um Estado revolucionário que construiria as condições viabilizadoras do comunismo, tais como lidar com os movimentos contrarrevolucionários que viessem a surgir na transição. Os anarquistas, ao contrário, pensavam em erradicar não apenas as classes, as instituições e as tradições, mas sobretudo o Estado.
Portanto no comunismo, o Estado deveria existir em sua fase de transição para reger as condições de alcançar uma sociedade comunista. Já o anarquismo não admite em hipótese alguma a presença do Estado, dizendo que a forma mais correta é a autodeterminação das pessoas na busca de uma sociedade livre e justa.
Mais uma vez, vemos que são conceitos utópicos que não levam em conta a existência do "homem" com suas tendências predatórias e acumulativas de riqueza.
Na segunda metade do século XIX, durante o século XX, e ainda no século XXI, as diferenças prevaleceram sobre as semelhanças, promovendo, entre os dois movimentos socialistas, uma convivência de choques e divergências nas suas lutas contra a ordem estabelecida.
Marx questionou a ideia de que o capitalismo se autorregulava. Para ele, não havia uma "mão invisível" que trazia ordem às forças do mercado, como havia postulado o economista e filósofo escocês Adam Smith, considerado o "pai" do capitalismo, em A Riqueza das Nações (1776).
Marx argumentava que o sistema capitalista estava condenado a períodos de crises recorrentes inerentes a eles - hoje, os economistas falam em recessões. "Ainda que ele não tenha sido o único a falar disso, sua ideia original era que cada turbulência levaria a outra pior e assim sucessivamente até a destruição do capitalismo".
A grande depressão econômica de 1929 e as outras subsequentes alcançaram seu auge em 2007/2008, quando o mundo viveu um colapso financeiro inédito em termos de gravidade, impacto e persistência.
Um aspecto importante da teoria de Marx é a chamada mais-valia: o valor criado pelo trabalhador com sua força laboral. O problema, segundo o pensador alemão, é que os donos dos meios de produção se apropriam da mais-valia e tentam maximizar seus ganhos às custas do proletariado.
Assim, o capital tende a concentrar-se e centralizar-se em poucas mãos e, em contrapartida, isso leva ao desemprego e a uma depreciação dos salários dos trabalhadores. É possível ver isso hoje em dia.
Em O Manifesto Comunista, ele argumenta que a expansão global do capitalismo se tornaria a principal fonte de instabilidade do sistema internacional, como demonstrariam uma série de crises financeiras nos séculos 19 e 20.
Fontes:
wikipedia.org
bbc.com
todamateria.com
diferenca.com
google.com
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