sexta-feira, 30 de abril de 2021




No dia 30 de abril de 1914 nascia, em Salvador, na Bahia, Dorival Caymmi, cantor, compositor, violonista, pintor e ator. Com forte influência da música negra, ele tinha um estilo pessoal de compor e cantar, com versos caracterizados pela riqueza melódica. 


Dorival Caymmi - O mar




 Sua canção, "O Que É Que a Baiana Tem", de 1938, rendeu a Carmen Miranda uma carreira internacional, a partir do filme "Banana da Terra", do mesmo ano. Por conta de sua composições, como Maracangalha (1956) e Saudade de Bahia (1957), a Bahia fica conhecida por sua cultura e também, de uma certa maneira, como um lugar exótico. 

Maracangalha - Dorival Caymmi






Levado por Assis Valente e Lamartine Babo se apresenta na Rádio Nacional cantando “Noite de Temporal”, acompanhado do toque do berimbau. Em seguida, foi apresentado ao diretor da Rádio Tupi que o contratou. No dia 24 de junho de 1938, Caymmi estreou cantando o samba "O Que é Que a Baiana Tem?".

O que que a baiana tem ? Carmen Miranda



Em 1939 Dorival Caymmi estava no auditório da Rádio Nacional para assistir um programa de calouros quando conheceu Stella Maris, vencedora da prova. No dia 30 de abril de 1940, Caymmi completou 26 anos e casou-se com a mineira Stella Maris.

O casal teve três filhos, que também seguiram a carreira musical: o cantor, compositor e arranjador Danilo Caymmi, o violonista e compositor Dori Caymmi e a cantora Nana Caymmi.




Dorival Caymmi morreu no dia 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, no Rio de Janeiro. 

Ele foi vítima de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos por causa de um câncer renal que possuía fazia nove anos.


Fontes:
history.uol.com.br
google.com
youtube.com
ebiografia.com

quinta-feira, 29 de abril de 2021



Existem algumas expressões na língua portuguesa que usamos muitas vezes e não sabemos a sua origem. Vamos tentar explicar algumas delas:

Puxa-saco:






Usada para caracterizar alguém que é muito bajulador, a expressão “puxa saco” surgiu no meio militar. Durante as viagens, alguns oficiais costumavam carregar os sacos de roupa suja dos seus superiores, ganhando assim, o apelido de puxa saco. Com o passar dos anos, esse termo saiu do ambiente militar e passou a fazer parte do vocabulário popular.


Meia tigela:




Usada para caracterizar alguém ou algo que não é bom o suficiente para executar alguma tarefa, a expressão “meia tigela” vem de um sistema usado na monarquia portuguesa. Naquela época, os empregados recebiam sua alimentação dos patrões de acordo com a qualidade do serviço que faziam. Aquele que se saía melhor ganhava uma tigela cheia de comida. Porém, quem apresentava um trabalho mal feito, ganhava apenas meia tigela de comida.


Segurar vela:






Usada para designar quando alguém acompanha um casal sozinho, a expressão “segurar vela” surgiu de um costume que existiu durante a Idade Média. Nessa época, era comum os senhores feudais terem empregados cuja a função era única e exclusivamente segurar as velas para os empregados mais experientes conseguirem fazer suas tarefas no escuro. Às vezes, essa tarefa também se aplicava durante as relações sexuais dos patrões, onde o serviçal deveria ficar de costas para não ver o que estava acontecendo.


Espírito de porco:




Usada para caracterizar alguém malicioso ou que só atrapalha, a expressão “espírito de porco” surgiu dos livros do Antigo Testamento, onde os porcos possuíam a fama de que são impuros e demoníacos. Um outro exemplo é a história do Evangelho de São Marcos no Novo Testamento, que conta que, para salvar um grupo de humanos que haviam sido possuídos por espíritos ruins, Jesus os transferiu para uma vara de porcos que estavam passando pelo local.


A cobra vai fumar:







Usada para designar que algo muito importante está para acontecer, a expressão “a cobra vai fumar” surgiu durante os acontecimentos da 2ª Guerra Mundial. A FEB (Força Expedicionária Brasileira), que lutou na Europa na 2ª Guerra, tinha um símbolo curioso de uma cobra fumando um cachimbo. A figura foi criada em resposta à um Jornalista do Rio de Janeiro que fez uma declaração provocativa à Força, a qual dizia que “era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”.


Motorista barbeiro:



Usada para designar quem não é bom motorista, a expressão “motorista barbeiro” teve origem por volta do século XIX, quando era comum os barbeiros fazerem todo tipo de serviço além do corte de cabelo e barba, inclusive cuidados médicos. Logicamente, como nenhum deles era profissional em nenhuma dessas outras áreas, o trabalho acabava sendo mal feito.

Então, não demorou para que a associação à qualquer serviço de má qualidade aos barbeiros fosse feita. Sempre que algum trabalho de baixa qualidade era visto, diziam: “que coisa de barbeiro!”. No Brasil, essa expressão acabou sendo usada apenas para se referir à maus motoristas.


Salvo pelo congo:





A expressão “salvo pelo gongo” pode estar relacionada com uma doença rara, chamada de catalepsia, onde os membros do indivíduo se enrijecem de tal forma que ele não consegue se mover. Muitas pessoas que sofriam desse mal na Antiguidade eram dadas como mortas e acabavam sendo enterradas vivas. Os arranhões encontrados do lado de dentro dos caixões posteriormente comprovavam essa realidade.
Mas o que deu origem de fato à expressão popular foi um mecanismo criado pelos ingleses durante o século XVII; O braço do “defunto” era amarrado a uma corda, ligada a um sino do lado de fora do túmulo. Dessa forma, se o indivíduo tivesse sido enterrado equivocadamente, o mecanismo seria ativado devido à sua movimentação e ele seria, literalmente, “salvo pelo gongo”.


Engolir um sapo:





Usada para designar o ato de suportar uma situação desagradável sem hesitar ou reclamar, acredita-se que a expressão “engolir sapo” tenha surgido a partir das pragas que atingiram o Egito Antigo, no tempo de Moisés, relatadas na bíblia.

Uma dessas pragas foi a infestação de rãs, ocorrida numa proporção tão grande que os egípcios se deparavam com vários desses animais pulando em seus pratos durante as refeições.


Ovelha negra:





Usada para designar alguém que se diferencia de um grupo, da mesma forma que uma ovelha de de cor preta se destoa das demais brancas, a expressão “ovelha negra” se originou na Antiguidade e não é restrita à língua portuguesa. Naquela época, animais pretos eram sacrificados em oferendas aos deuses ou para acertar acordos, pois eram considerados animais maléficos. Foi daí que surgiu o hábito de chamar aqueles que se diferenciam por chocar ou desagradar os demais de “ovelha negra”.


Lua de mel:






Usada para representar o primeiro mês de casais recém-casados, a expressão “lua de mel” é oriunda da língua inglesa. Na Idade Média, na Irlanda, era costuma dar uma bebida fermentada aos jovens recém-casados, chamada de “mead”, composta por levedo, malte, mel, água e outros ingredientes. O mel era tido como um alimento afrodisíaco, considerado uma fonte da vida. Então, tal bebida era dada aos novos casais durante um mês, ou uma lua, como costumavam chamar. Foi por essa razão que esse período recebeu o nome de lua de mel.


Comprar gato por lebre:





Usada para caracterizar uma situação em que se é enganado, a expressão “comprar gato por lebre” surgiu em tempos de carestia e de guerra. Nesta época, era comum comerciantes venderem carne de gato no lugar de lebre como alimento, devido à semelhança entre os dois animais após lhes retirarem a pele. Para disfarçar o cheiro, a carne do gato era deixada marinando na água temperada. Assim, eles conseguiam vender a carne do gato como se fosse carne de lebre tranquilamente.


Ao deus dará:





Usada para representar alguém que está entregue à própria sorte, a expressão “ao deus dará” tem sua origem por volta do século XVII. Nessa época, o abastecimento de soldados em Recife recebia grande ajuda do comerciante Manuel Álvares. Mas sempre que os recursos ficavam escassos, ele dizia “deus dará”. Depois disso a expressão foi se popularizando, passando a ser usada por pessoas ao serem abordadas por mendigos e chegando no significado que possui hoje.


Batismo de fogo:





Usada para caracterizar o momento de enfrentar uma situação muito difícil, a expressão “batismo de fogo” surgiu no tempos da Inquisição. Para os fanáticos, aqueles que não eram batizados de da forma tradicional, deveriam ser condenados à fogueira, pois só assim seus pecados seriam redimidos. Alguns séculos depois, o sobrinho de Napoleão Bonaparte, Napoleão III, não entendeu direito o sentido da expressão e passou a usá-la com os soldados novatos que iam para a guerra.


Marmelada:



Usada para designar uma ação desonesta ou algo ilegítimo, a expressão “marmelada” surgiu de uma prática não muito apreciada de fazer com que o doce de marmelo rendesse mais. Um dos métodos existentes bastante usados era misturar o insípido chuchu no doce. Dessa forma, a ilusão de que tinha uma grande quantidade de doce era criada, sem que ninguém percebesse o gosto do vegetal. Como essa era uma das formas de enganar os clientes, então a o termo “marmelada” virou sinônimo de trapaça.


Fontes:
gramatica.net.br
google.com

quarta-feira, 28 de abril de 2021

 Literatura Portuguesa Parte 2.


Romantismo, Realismo e Naturalismo, Simbolismo e Modernismo foram as escolas que se destacaram na Era Moderna, que compreende o período de 1825 até os dias atuais.



Entre 1825 e 1865, o Romantismo marcou o fim do Arcadismo apresentando especificidades como a subjetividade, a nostalgia e a melancolia. Marcado por gêneros literários variados, que iam da poesia ao romance, teve como principais nomes Júlio Dinis, com “Uma Família Inglesa”; Alexandre Herculano, com “Eurico, o Presbítero”; Almeida Garret, com “Folhas Caídas”; e Camilo Castelo Branco e suas “Memórias do Cárcere”. As tensões da época e as insatisfações com as consequências da Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas também foram retratados nas obras literárias.



Romantismo: Marcado pelo subjetivismo, nostalgia, melancolia e combinação de vários gêneros literários, o Romantismo português marcou o fim do Neoclassicismo, instaurando um novo modo de expressão em Portugal e em toda a Europa. Seus principais representantes foram Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis.



Camilo Castelo Branco foi um grande representante da literatura portuguesa nesse período. Escreveu romances como "Amor de salvação"; "Amor de perdição"; "a queda d´um anjo".



Camilo Castelo Branco retratou em seu país diversas tendências da literatura europeia do século XIX e foi, sobretudo, um autor romântico que representou a literatura portuguesa com romances ao gosto do público. “Amor de salvação” (1864) é uma história de paixão e descobertas, o autor penetra nos sentimentos humanos, revelando ao leitor que o amor tem suas peripécias e o destino, muitas vezes, não está em nossas mãos. Com personagens bem construídos, a história é um relato de lembranças narrado pelo protagonista Afonso, que desde a infância foi apaixonado por Teodora. Após o casamento de ambos, muitas reviravoltas passam por suas vidas, até o amor revelar-se menos óbvio. 


A Queda dum Anjo é o título de um romance satírico de Camilo Castelo Branco, escrito em 1866. Nele o autor descreve a corrupção de Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas, um fidalgo transmontano camiliano e o anjo do título, quando se desloca da província para Lisboa.


Outras figuras importantes desse período foram: Almeida Garret; Alexandre Herculano e Júlio Diniz.



Almeida Garret



Alexandre Herculano foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal.
Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do Romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social.


Alexandre Herculano



Como historiador, publicou História de Portugal de Alexandre Herculano , em quatro volumes, e História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, e organizou Portugaliae Monumenta Historica (coleção de documentos valiosos recolhidos de cartórios conventuais do país).

Julio Diniz


Realismo (1865-1890)

O realismo em Portugal apresenta como marco inicial a "Questão coimbrã". Ela representou uma disputa entre alguns jovens literatos e estudantes de Coimbra (Antero de Quental, Teófilo Braga e Vieira de Castro) e o escritor romântico Antônio Feliciano de Castilho.



Na Questão Coimbrã, liderado por Castilho, era formado por intelectuais que defendiam sobretudo o status quo literário. Tinham uma visão tradicional, academicista e formal.


Antonio Feliciano de Castilho


O segundo grupo, formados pelos jovens estudantes de Coimbra, propunha denunciar a sociedade e mostrar a vida do homem de maneira mais realista. Por isso, se posicionaram contra a postura formal, conservadora e acadêmica da Escola Romântica.

Os estudantes alegavam a falsidade contida na literatura romântica e propunham uma transformação artística, cultural, política e econômica.

A Questão Coimbrã, começa, dessa forma, com uma ácida crítica de Castilho sobre os estudantes de Coimbra, os novos literatos.

Avesso aos ideais românticos, o realismo teve como principal característica a negação dos sentimentos, os quais eram exaltados pelos escritores do romantismo. Para isso, as obras escritas nesse período estiveram apoiadas no cientificismo, no objetivismo e no materialismo.

Antero de Quental


Destacam-se nesse período os escritores: Antero de Quental e Eça de Queirós. O primeiro teve sua obra Os Sonetos, como a principal do período. Já Eça de Queirós, revelou sua maestria no romance O Primo Basílio.
Eça foi um expoente da Literatura Portuguesa, escreveu "O crime do padre Amaro"; "A cidade e as serras"; Os maias"; "O Egito"...


Eça de Queiróz



Naturalismo (1875-1890)

O naturalismo em Portugal teve início com a publicação da obra O Crime do Padre Amaro (1875) de Eça de Queirós. Embora Eça tenha tido grande destaque no movimento do realismo, algumas de suas obras carregam características notadamente naturalistas.

A importância de Eça de Queiróz, portanto é vital. Ele encerra um período, O Realismo e inicia o Naturalismo.

Paralelo ao movimento realista, o naturalismo possui algumas características que se assemelham como a negação ao romântico, o cientificismo, a objetividade e o materialismo.

Por outro lado, suas personagens são marginalizadas e não tem grande foco na burguesia como é o caso do realismo. Nesse momento, as características e os instintos humanos são destacados.

Além de Eça de Queirós, os escritores que mais se destacaram no período foram Abel Botelho, Francisco Teixeira de Queirós e Júlio Lourenço Pinto.


Parnasianismo (1870-1890)

O parnasianismo em Portugal também aconteceu paralelo aos movimentos realista e naturalista. Teve como precursor o poeta João Penha. Baseado no lema "arte pela arte", os escritores desse momento estiveram preocupados mais com a perfeição formal que o conteúdo propriamente dito.

Assim, a preocupação com a estética foi a principal característica dessas obras sendo o soneto um tipo de poema de forma fixa que prevaleceu. Temos como temas a realidade cotidiana e também, os clássicos. Os principais escritores foram: João Penha, Cesário Verde, António Feijó e Gonçalves Crespo.


Simbolismo (1890-1915)

O simbolismo em Portugal teve como marco inicial a publicação da obra Oaristos (1890) de Eugênio de Castro. Oposto aos movimentos anteriores, ele rejeita o cientificismo, o materialismo e o racionalismo. Sendo assim, suas principais características são a musicalidade, a transcendência e o subjetivismo.



Os escritores desse momento se apoiam nas manifestações metafísicas e espirituais para escreverem suas obras. Além de Eugênio de Castro, destaca-se a produção poética de António Nobre e Camilo Pessanha. Esse movimento termina em 1915 com o advento do movimento modernista.


Modernismo (1915 até os dias atuais)

O modernismo em Portugal começa em 1915 com a publicação da revista Orpheu. Esse período esteve dividido em três fases:
Geração de Orpheu (1915-1927) que começa com a publicação da revista Orpheu. Teve como principais representantes: Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Luís de Montalvor e o brasileiro Ronald de Carvalho, (foi ele quem leu o poema "os sapos" de Manuel Bandeira, durante a Semana de 22); sem esquecer, é claro do grande poeta Fernando Pessoa.



Fernando Pessoa

Autopsicografia

Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente


Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Geração de Presença ou Presencismo (1927-1940) que começa com a publicação da revista Presença.





Seus principais autores são:

José Régio (1901-1969): As encruzilhadas de Deus (1936);
João Gaspar Simões (1903-1987): Elói ou Romance numa cabeça (1932);
Branquinho da Fonseca (1905-1974): O barão (1942);
Miguel Torga (1907-1995): Ansiedade (1928).

Ainda como parte do Modernismo português, o Neorrealismo durou de 1939 a 1974. Seus principais autores são:

Soeiro Pereira Gomes (1909-1949): Esteiros (1941);
Ferreira de Castro (1898-1974): A selva (1930);
Alves Redol (1911-1969): Gaibéus (1939).

E, por fim, os principais autores da literatura contemporânea portuguesa são:

José Saramago (1922-2010): O evangelho segundo Jesus Cristo (1991); o único autor em língua portuguesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura em 1998.

 José Saramago


António Lobo Antunes (1942-): Da natureza dos deuses (2015);
Miguel de Souza Tavares (1952-): Madrugada suja (2013);
Jacinto Lucas Pires (1974-): O verdadeiro ator (2011);
Inês Pedrosa (1962-): Os íntimos (2010).






Fontes:

todamateria.com.br
amazon.com.br
wikipedia.org
google.com
culturagenial.com

terça-feira, 27 de abril de 2021

Os primeiros trechos de Literatura Portuguesa aparecem logo após a saída dos muçulmanos da Península Ibérica.



Os primeiros registros são do século XII. Estamos falando da Literatura Portuguesa de Portugal, e não da Literatura lusófona que ocorre durante todo período colonial nas diversas colônias de Portugal.


Como na Literatura Brasileira, a Literatura Portuguesa está dividida em períodos.


Era Medieval:

TrovadorismoEla tem início no início do século XII com a publicação de texto a Canção Ribeirinha, também conhecida como Canção de Guarvaia, de Paio Soares de Taiverós. Essa obra é considerada o mais antiga da literatura portuguesa.



Ribeirinha
No mundo non me sei pareiha,
Mentre me for como me vai,
Ca já moiro por vós – e ai!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraia
Quando vos eu vi em saia!

Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
Me foi a mim mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
D’haver eu por vós guarvaia,
Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
Nunca de vós houve nen hei
Valia d’ua Correa.

A Ribeirinha ao que o texto se refere é Maria Pais Ribeiro, amante do rei de Portugal, de 1185 a 1211 -  D. Sanches.

Humanismo marcado pela transição entre o mundo medieval e o mundo moderno, tem como expoentes nomes como Gil Vicente e Fernão Lopes.

Gil Vicente foi uma referência no teatro português com seus autos e farsas. Dentre suas peças destacamos: O Auto da Barca do Inferno e a Farsa de Inês Pereira.



Era Clássica

Renascimento: Inspirado na cultura clássica greco-latina, o Renascimento foi marcado pela introdução de novos gêneros literários, entre eles os romances de cavalaria e a literatura de viagens. Luís de Camões, Sá de Miranda e Fernão Mendes Pinto estão entre seus principais representantes.



Classicismo (1527-1580)

O Classicismo tem como marco inicial a chegada de Sá de Miranda da Itália. Berço do Renascimento, o poeta português trouxe um novo estilo conhecido como “dolce stil nuevo” (Doce estilo novo).

Sem dúvida, Luís de Camões, foi o principal representante do momento com sua poesia épica Os Lusíadas.




Canto I 

As armas e os Barões assinalados 
Que da Ocidental praia Lusitana
 Por mares nunca de antes navegados 
Passaram ainda além da Taprobana, 
Em perigos e guerras esforçados 
Mais do que prometia a força humana, 
E entre gente remota edificaram
 Novo Reino, que tanto sublimaram; 

E também as memórias gloriosas 
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas 
De África e de Ásia andaram devastando, 
E aqueles que por obras valorosos 
Se vão da lei da Morte libertando, 
Cantando espalharei por toda parte, 
Se a tanto me ajudar o engenho e arte



Seiscentismo ou Barroco (1580-1756)

O marco inicial do Barroco em Portugal é a morte do escritor Luís de Camões em 1580. Esse período durou até 1756 com a chegada de um novo estilo: o Arcadismo.

Sem dúvida Padre Antônio Vieira foi o maior representante do período do qual se destacam seus Sermões. Essas obras foram escritas em estilo conceptista, onde o trabalho com os conceitos era o mais importante.

Padre Antônio Vieira é uma figura importante na Literatura Portuguesa com seus sermões, como o Sermão da Sexagésima.

Apresentado em 1655, o Sermão da Sexagésima é dividido em 10 partes diferentes, sendo que a temática principal apresentada por esse sermão seja sobre a arte de pregar, catequização e evangelização.

“Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que ‘saiu o pregador evangélico a semear’ a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (…) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (…) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (…)”



Setecentismo ou Arcadismo (1756-1825)

Também chamado de Neoclassicismo, o Arcadismo em Portugal teve como marco inicial a fundação da Arcádia Lusitana em 1756 na capital, Lisboa.


Padre Antônio Vieira



Esses locais serviam para a reunião de diversos artistas empenhados em apresentar uma nova estética e se afastar da anterior.

Bocage foi considerado o maior escritor do período e suas obras que merecem destaque são: Morte de D. Ignez de Castro, Elegia, Idílios Marítimos.

Bocage


Na segunda postagem falaremos da Era Moderna com o Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, da Questão Coimbrã.



Fontes:
todamateria.com.br
mundoeducacao.uol.com.br
siteantigo.portaleducacao.com.br
dominiopublico.gov.br
canaldoensino.com.br
google.com

segunda-feira, 26 de abril de 2021






Jamestown, ou forte de Jamestown, Virgínia, foi o primeiro assentamento permanente britânico nos Estados Unidos. Foi fundado em 24 de abril de 1607 às margens do rio James sobre uma península, no atual estado norte-americano de Virgínia (Estados Unidos). Os navios Susan Constant, Godspeed e Discovery, com 104 homens chegaram à zona em 24 de abril de 1607 onde construíram o forte de Jamestown em menos de um mês. Sua localização sobre uma pequena península e sua forma triangular protegiam os colonos da ameaça dos barcos, ataques espanhóis e dos indígenas de Powhatan (tribo nativa americana).




A localização na ilha de Jamestown foi escolhida, principalmente, porque ofereceu uma posição estratégica favorável defensiva contra as outras forças europeias. Outra razão foi porque não era habitada pelos índios locais. No entanto, os colonos logo descobriram que o seguro e isolado lugar era atormentado por mosquitos, e que a água do rio imprópria para beber, além oferecer oportunidades limitadas para a caça e pouco espaço para a agricultura.





Apesar da liderança de John Smith, a fome, as relações hostis com os nativos e a falta de rentabilidade das exportações ameaçara, a sobrevivência da Colônia nos primeiros anos. Jamestown não era autossuficiente, sendo muitos de seus moradores nobres e domésticos que não entendiam sobre agricultura. Isto forçava a vinda de navios com provisões ou a compra de milho dos índios powhatan. Nos nove primeiros meses, 66 dos 104 colonos morreram de fome. O assentamento apenas não desapareceu devido às constantes levas de imigrantes que se seguiram.

Devido à fome extrema, os colonos começaram a comer os animais (cavalos, cães, gatos, ratos) Por fim recorreram ao canibalismo, comendo os que tinham morrido. Uma análise forense feita numa jovem de 14 anos, feita no século XXI constatou que o crânio e tíbia da menina foram cortados.

O colono John Rolfe introduziu uma linhagem de tabaco, que foi exportado com sucesso em 1612, e as perspectivas financeiras para a colônia logo se tornaram muito mais favoráveis quando colonos desenvolveram uma monocultura do tabaco. Dois anos depois, Rolfe casou-se com a jovem nativa Pocahontas, filha de Wahunsenacawh, chefe da Confederação Powhatan, seguindo um período de relativa paz entre os colonos e os nativos. Em 1616, o Rolfe fez uma viagem de relações públicas para a Inglaterra. Alterações feitas pela Companhia da Virgínia, que entrou em vigor em 1619, atraíram investimentos adicionais, aumentando o progresso da colônia.


O evento mais famoso da vida de Pocahontas, o resgate do capitão John Smith, não aconteceu da maneira como ele o escreveu. Smith estava explorando quando encontrou um grupo de caça Powhatan. Uma luta se seguiu, e Smith foi capturado por Opechancanough. Opechancanough, um irmão mais novo de Wahunsenaca, levou Smith de vila em vila para demonstrar ao povo Powhatan que Smith, em particular, e os ingleses, em geral, eram tão humanos quanto os índios. O “resgate” foi uma cerimônia, iniciando Smith como outro chefe. Era uma maneira de acolhê-lo e, por extensão, todos os ingleses, na nação Powhatan.

John Smith




Fontes:
history.uol.com.br
wikipedia.org
google.com
correiobraziliense.com.br
editorawish.com.br

domingo, 25 de abril de 2021



Batalha de Itararé, a batalha que nunca existiu.





Itararé ficou na história do país como um marco da Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas concentrou suas tropas na antiga Fazenda Morungava no Estado do Paraná nas margens do Rio Itararé, que deu nome a cidade, está localizada do outro lado do Rio Itararé, já no Estado de São Paulo há uns seis quilômetros do Rio Itararé.





Escaramuças na fronteira de Paraná com São Paulo. Pelas articulações do então presidente Washington Luiz, que foi apeado do poder por Vargas, propalava-se que a grande batalha final das forças revolucionárias de Vargas contra o presidente Washington, dar-se-ia em Itararé. Entretanto acordos de última hora no Rio de Janeiro, cancelaram a grande batalha da Revolução de 1930, a Batalha de Itararé.

Baseado nesses acordos  de última hora o jornalista Aparício Torelly, autonomeou-se "Barão de Itararé".


Barão de Itararé



Na verdade, em outubro de 1930, Apparício se autodeclarara Duque nas páginas de A Manha:





Getúlio Vargas (ao centro)


Durante a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas partiu de trem rumo a capital federal (então Rio de Janeiro), esperava-se que ocorresse uma grande batalha em Itararé, que não ocorreu pois a cidade acolheu Getúlio na estação ferroviária, permitindo sua entrada no Estado de São Paulo, e os militares depuseram o presidente Washington Luís em 24 de outubro daquele ano.




Em virtude do maior peso político que os gaúchos detinham no movimento e sob pressão das forças revolucionárias, a Junta finalmente decidiu transmitir o poder a Getúlio Vargas. Num gesto simbólico que representou a tomada do poder, os revolucionários gaúchos, chegando ao Rio, amarraram seus cavalos no Obelisco da avenida Rio Branco. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República e começava um novo período da história política brasileira, com Getúlio Vargas à frente do Governo Provisório. Era o início da Era Vargas. Entender o significado desse movimento, saber se representou uma ruptura ou continuidade na vida nacional, tem sido objeto de inúmeros livros e artigos escritos desde então.

O governo provisório, que durou 4 anos (1930-1934) foi sucedido pelo governo que instituiu a Nova Constituição de 1937, chamada de "polaca", por se inspirar na Constituição fascista de Benito Mussolini. 

Depois desse período, tendo como justificativa a Intentona Comunista de 1935, instaurou-se o Estado Novo, que durou de 1937-1945, um período em que as liberdades fundamentais foram substituídas pelo arbítrio da ditadura da Era Vargas.



Fontes:
wikipedia.org
cpdoc.fgv.br
google.com
lintomass.worpress.com
brasilescola.uol.com.br
todamateria.com.br 

sábado, 24 de abril de 2021



Augusto Frederico Schmidt nasceu no Rio de Janeiro em 18 de abril de 1906 na Rua Marques de Abrantes, Flamengo, Rio de Janeiro. Por ser a data do aniversário de Monteiro Lobato, nascido em 1882, nesse dia se comemora, há quase cinquenta anos, o Dia do Livro no Brasil. Filho de Gustavo e Anita Schmidt, aos 8 anos muda-se para Lausanne, Suíça, onde estudou até a morte do pai, em 1916, quando sua família retornou ao Brasil.



Canto da madrugada

Avancei pela noite. Abri os braços e recebi a aurora pequenina.
Chorava ainda. Suas lágrimas desceram sobre meu rosto.
Veio um perfume forte de flores molhadas,
Renovaram-se as vozes dos galos pelas campinas úmidas.
Lenhadores dormem nos casebres frios.
Estão nascendo flores misteriosas
Estão crescendo grandes almas nas sombras da noite.
Porque há um canto que sai da noite e vem acordar a aurora adormecida!




Aos 14 anos, começou a trabalhar como auxiliar de caixeiro na Casa Costa Pereira Armarinhos e Tecidos Finos, no centro da cidade. Nesta época, Schmidt publicou seus primeiros versos de amor no jornal do bairro de Copacabana chamado “O Beira-Mar”. Demitido, e depois conseguiu uma colocação como caixeiro-viajante, em São Paulo, onde participou do movimento modernista entre 1923 e 1925.
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Retornou ao Rio como gerente de uma serraria em Nova Iguaçu. Neste ano, ele também lançaria seu primeiro livro de poesias: Canto do Brasileiro Augusto Frederico Schmidt. Depois de gerenciar a Livraria Católica, comprada por um grupo de amigos, fundou, em 1930, a Schmidt Editora, que lançou as primeiras obras de autores importantes como Gilberto Freyre ("Casa Grande & Senzala"), Graciliano Ramos ("Caetés"), Rachel de Queiroz (João Miguel), Marques Rebelo (Oscarina), Jorge Amado ("O País do Carnaval"), Vinicius de Moraes ("Caminho Para a Distância"), Octávio de Faria (Maquiavel e o Brasil), Lúcio Cardoso (Maleita), Hamilton Nogueira, entre outros. Schmidt igualmente ajudou a firmar, no panorama literário, alguns autores já iniciados na edição, como Leonel Franca (Ensino religioso e ensino leigo e Catolicismo e Protestantismo), Alceu Amoroso Lima (Problema da burguesia, Preparação à Sociologia, Debates pedagógicos e Estudos, 4ª série) e Virgílio de Melo Franco (Outubro de 1930). Infelizmente, a Schmidt Editora durou pouco mais de três anos.


O grande momento

A varanda era batida pelos ventos do mar
As árvores tinham flores que desciam para a morte,
com
[a lentidão das lágrimas.
Veleiros seguiam para crepúsculos com as asas cansadas
[e brancas se despedindo.
O tempo fugia com uma doçura jamais de novo experimentada
Mas o grande momento era quando os meus olhos conseguiam
entrar pela noite fresca dos seus olhos…





Além de poeta, Augusto Frederico Schmidt também foi presidente do Club de Regatas Botafogo entre 1941 e 1942. Um de seus últimos atos de sua gestão foi idealizar a fusão do clube que presidia com o homônimo de futebol, Botafogo Football Club, criando assim o Botafogo de Futebol e Regatas. A ideia surgiu em decorrência da morte do atleta de basquete Armando Albano durante uma partida entre os dois clubes. Apesar de idealizador, o cargo de presidente do novo clube não ficou com Schmidt, mas sim com Eduardo Góes Trindade então presidente da outra agremiação.

Espírito criativo e polivalente, foi também empreendedor, tendo sido um dos fundadores da cadeia de supermercados DISCO no Rio de Janeiro, além de sócio majoritário da ORQUIMA S/A, indústria precursora da energia nuclear brasileira encampada pela Nuclebrás em 1975.

Foi amigo pessoal do presidente da República Juscelino Kubitschek (1902-1976). Criou o famoso slogan de JK: "50 anos em 5". Escreveu inúmeros discursos para o presidente e várias de suas ideias vieram a ser realizadas, como a criação da Operação Pan-Americana (OPA), uma iniciativa que iria inspirar a Aliança para o Progresso, criada pelos Estados Unidos na administração Kennedy.

Foi ainda Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais e, em seguida, nomeado embaixador do Brasil na ONU e na então Comunidade Econômica Europeia.

Faleceu em 1965 sem deixar descendentes, sendo sepultado no Cemitério São João Baptista. Tinha duas irmãs, Anitta e Magdalena, esta última, sua revisora de textos. Era neto do Visconde de Schmidt (Frederico Augusto Schmidt), um dos homens mais ricos do Império, o qual havia amealhado uma imensa fortuna com uma empresa de importação e exportação - Schmidt & Cia, localizada na Rua da Alfândega nº 70.



Fontes:
wikipedia.org
google.com
copacabana.com
revistaprosaeversoearte.com


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