No dia 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco foi assassinada no Rio de Janeiro. No mesmo atentado, morreu o motorista do carro onde ela estava, Anderson Pedro Gomes. Acredita-se que o crime tenha sido cometido por motivações políticas.
Nascida na capital fluminense, em 1979, Marielle foi criada em uma favela do Complexo da Maré. Formada em sociologia, sua carreira política foi marcada pela defesa dos direitos humanos e por pautas relacionadas às minorias. Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro e da Polícia Militar, denunciava constantemente a atuação de milícias e abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes. Ela também militava pelas causas da comunidade LGBT.
Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), elegeu-se vereadora em 2016, com a quinta maior votação. Na Câmara Municipal, presidiu a Comissão de Defesa da Mulher e integrou uma comissão cujo objetivo era monitorar a intervenção federal no Rio de Janeiro, sendo escolhida como sua relatora em 28 de fevereiro de 2018. Como vereadora, Franco também trabalhou na coleta de dados sobre a violência contra as mulheres, pela garantia do aborto nos casos previstos por lei e pelo aumento na participação feminina na política.
Em pouco mais de um ano, redigiu e firmou dezesseis projetos de lei, dois dos quais foram aprovados: a regulação do serviço de moto táxi e a Lei das Casas de Parto, que visava a construção desses espaços cujo objetivo era fornecer a realização de partos normais. Suas propostas buscavam garantir apoio aos direitos das mulheres, à população LGBT, aos negros e moradores de favelas.
Ela também atuou na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Nesta função, prestou auxílio jurídico e psicológico a familiares de vítimas de homicídios e policiais assassinados. Um dos casos que ela ajudou a solucionar foi o de um policial civil assassinado por um colega. "É uma bobagem dizer que não defendia policiais", disse Íbis Pereira, ex-comandante da Polícia Militar que trocava informações com Marielle sobre policiais mortos.
A vereadora sofreu um atentado enquanto se deslocava de carro após participar de um evento. De acordo com a polícia, bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde ela estava e dispararam. Ela foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson, o motorista, também morreu. Uma assessora que estava no carro foi atingida por estilhaços, mas não se feriu gravemente. O assassinato de Marielle motivou reações nacionais e internacionais, como a organização de diversos protestos em todo o território brasileiro. Ela era casada com Mônica Benício e tinha uma filha, Luyara, de um relacionamento anterior.
Quando se fala de Marielle é comum reforçar a ela a condição de mulher negra, favelada, LGBT, feminista, vereadora, política, defensora dos direitos humanos, porque muitos se esquecem da importância disso, muitos questionam porque o nome Marielle é gritado nas ruas, mas a verdade é que Marielle chegou longe, muito longe para uma sociedade que humilha pessoas como ela que dedicou sua vida a essas minorias.
Quase um ano depois do crime, em 12 de março de 2019, dois suspeitos foram presos. De acordo com a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, foram os executores do assassinato. Lessa teria atirado, enquanto Queiroz estaria dirigindo o carro. As investigações prosseguem para tentar descobrir o mandante do crime.
Três anos depois os assassinos não foram julgado e tampouco se sabe que foi o mandante do crime e suas motivações.
Fontes:
history.uol.com.br
google.com
super.abril.com.br
anf.org.br
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