sábado, 31 de outubro de 2020



Morreu aos 90 anos o ator Sean Connery, o eterno James Bond. Participou ainda dos filmes " O nome da rosa"; " Indiana Jones e a ultima cruzada"; "A Rocha"; " Caçada ao Outubro Vermelho" dentre outros 





Escocês de nascimento ele sempre foi favorável à independência do país britânico.




Thomas Sean Connery nasceu em Fountainbridge, na região de Edimburgo, no dia 25 de agosto de 1930. Filho de um operário católico e de uma faxineira protestante.


A família do pai dele emigrou da Irlanda no século 19. A mãe traçou sua linha de volta aos falantes de gaélico da Ilha de Skye.


A região estava em decadência há anos. O jovem Tommy Connery foi criado em um cômodo de um cortiço com banheiro compartilhado e sem água quente.


Ele deixou a escola aos 13 anos, sem qualificações, para entregar leite, polir caixões e assentar tijolos como pedreiro, antes de entrar para a Marinha Real. Três anos depois, ele deixou o serviço com úlceras estomacais. 


Em Edimburgo, ele ganhou a reputação de "homem duro" quando seis membros de uma gangue tentaram roubar o casaco dele. Quando ele os impediu, foi seguido. Connery iniciou uma luta de um homem só que o futuro Bond venceu.


Ele sobrevivia da maneira que conseguia. Ele dirigiu caminhões, trabalhou como salva-vidas e posou como modelo no Edinburgh College of Art. Passava o tempo livre fazendo musculação.


O Satânico Dr.No -  com Ursula Andress (O primeiro filme 007)


Condecorado como cavaleiro pela rainha Elizabeth II em 2000, “sir” Sean Connery estrelou seis filmes da série 007: “007 contra o Satânico Dr. No” (1962), “Moscou contra 007” (1963), “007 contra Goldfinger” (1964), “007 contra a Chantagem Atômica” (1965), “Com 007 Só Se Vive Duas Vezes” (1967) e “007 – Os Diamantes são Eternos” (1971).

Com Harrison Ford em "Indiana Jones e a última cruzada"

Com Nicolas Cage em "A Rocha"


O nome da Rosa

Caçada ao Outubro vermelho

Música tema John Barry Orchestra

Morreu Sean Connery, eternizou-se James Bond.





Fontes:
wikipedia.org
g1.globo.com
bbc.com
google.com
istoe.com.br
adorocinema.com





Rosa Luxemburgo foi uma filósofa e economista marxista polaco-alemã. Tornou-se mundialmente conhecida pela militância revolucionária ligada à Socialdemocracia da Polônia, ao Partido Socialdemocrata da Alemanha e ao Partido Socialdemocrata Independente da Alemanha.





Rozalia Luksemburg é o nome original da filósofa, socióloga, economista e teórica política polonesa conhecida no Brasil como Rosa Luxemburgo. Ela nasceu em 1871, na Polônia, em uma família judaica. Seu pai era comerciante de madeira, e a família mudou-se para a cidade de Varsóvia em 1873. 

Em 1880, a filósofa ingressou no estudo ginasial (ensino básico, que se refere à segunda fase do nosso Ensino Fundamental e ao Ensino Médio), em que obteve grande desempenho e era descrita como rebelde e subversiva. Ainda no ginásio, Rosa Luxemburgo entrou para o Partido do Proletariado, de orientação socialista, e organizou uma greve. O motim organizado pelos membros do partido resultou na morte de quatro trabalhadores e na consequente dissolução da organização política. Rosa e os membros do partido não foram presos.






Em 1889, uma ordem de prisão (a primeira de várias) é expedida contra a filósofa, que foge para a Suíça e ingressa no curso de Direito da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique. Em 1898, Rosa Luxemburgo defende a sua tese de doutorado intitulada O desenvolvimento industrial da Polônia. Em seu período de estudos, a pensadora aprofundou-se em economia, filosofia política e sociologia.. 

Rosa integrou o Partido Operário Socialdemocrata Russo, o POSDR, mas logo se desligou da instituição por desentendimentos políticos. Tanto os membros do Partido Socialista Polonês quanto os membros do POSDR eram a favor da autodeterminação dos povos poloneses (a Polônia era dominada pela Rússia, e a autodeterminação é a defesa de autonomia política para grupos étnicos, sem interferência externa), mas Luxemburgo considerava a autodeterminação um fator de enfraquecimento para o movimento socialista.




“Socialismo ou barbárie” foi o lema adotado por Rosa Luxemburgo para inspiração de sua vida e de sua luta. Ela percebeu que o capitalismo estava enveredando, no século XX, para a barbárie do militarismo e das guerras. A filósofa entendia que, para frear a onda bélica que assolava a população, era necessário derrubar o sistema capitalista. 




A situação europeia era de encaminhamento para a barbárie. O capitalismo, na leitura de Luxemburgo, levaria a Europa ao colapso, deixando graves sequelas apenas entre as classes trabalhadoras, pois a burguesia não sofreria com as mazelas provocadas pela guerra.

Ela defendia o socialismo com democracia com diminuição das diferenças sociais e apoio aos sindicatos e aos trabalhadores, a parte mais frágil nas relações entre capital e trabalho.

Em 1914, Luxemburgo foi presa, julgada e condenada a um ano de prisão por incitar a desobediência civil. Em 1915, a filósofa foi presa novamente por mostrar-se contra a guerra e a formação militarista da nação, ficando retida até 1918. Desentendimentos com o partido resultaram na saída dela dos socialdemocratas.

Na noite de 15 de janeiro de 1919 ela é brutalmente assassinada por radicais nacionalistas, veteranos de guerra que eram contrários à República de Weimar e à ascensão do comunismo na Alemanha que um pouco antes tinham assassinado também seu antigo companheiro,  Karl Liebknecht.



 Karl Liebknechte Rosa de Luxemburgo



Ela foi abordada no hotel Eden de Berlin, um dos assassinos de destroça seu rosto à pontapés, enquanto um outro dá-lhe um tiro em sua nuca. Seu corpo é amarrado com pedras e jogado no rio Spree.




Rosa criticava os rumos da socialdemocracia da qual fazia parte e passou a defender a revolução bolchevista.

A pergunta sempre foi quem  foram os autores intelectuais do assassinato? O protagonista material foi o capitão Pabst (que décadas depois, em 1962, protegido pela prescrição do crime, falou abertamente sobre o caso) e seu esquadrão da morte, mas — segundo o historiador Haffner — não agiram como simples executores que obedeciam com indiferença uma ordem, mas como autores voluntários e convencidos do que faziam. A imprensa burguesa e socialdemocrata divulgou sem pudores várias incitações ao assassinato, enquanto os responsáveis socialdemocratas — Ebert, Noske, Scheidemann... — olhavam para o outro lado e permaneciam calados.





Fontes:
wikipedia.org
google.com
causaoperaria.org.br
brasilescola.uol.com.br
brasil.elpais.com
rtp.pt

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Vamos falar hoje de outra obra clássica de Júlio Verne, "Viagem ao centro da Terra".



Viagem ao Centro Da Terra (em língua francesa: Voyage au Centre de la Terre) é um livro de ficção científica, de autoria do escritor francês Júlio Verne, lançado em 1864 e considerado como um dos clássicos do gênero.





Em 1863, pleno século XIX, o renomado cientista e professor de geologia e mineralogia alemão, Otto Lidenbrock, após ter encontrado um manuscrito escrito em código único pelo antigo alquimista islandês do século XVI, Arne Saknussemm, e de o ter decifrado, ele descobre que, segundo o alquimista, quem desce a cratera do vulcão Sneffels, situado na Islândia, antes do início de julho, se chega ao centro da Terra; sendo que Saknussemm teria feito esse percurso.



Capítulo I



"A 24 de maio de 1863, um domingo, meu tio, o professor Lidenbrock, voltou precipitadamente para sua casinha no número 19 da Königstrasse, uma das ruas mais antigas do velho bairro de Hamburgo. A boa Marthe deve ter achado que estava muito atrasada, pois o jantar mal começara a chiar no fogão da cozinha. "Bem", pensei, "se estiver com fome, meu tio, que é o mais impaciente dos homens, vai dar gritos de aflição". - O senhor Lidenbrock já chegou! - exclamou Marthe, estupefata, entreabrindo a porta da sala de jantar. - Já, Marthe; mas o jantar tem o direito de não estar pronto, pois não são nem duas horas. Acabou de dar a meia hora em São Miguel".


Eufórico e meio aturdido com a descoberta do manuscrito de Saknnussemm, ele corre para casa para empreender a mais incrível aventura já realizada, a viagem ao centro da Terra.



Repousou cuidadosamente em sua mesa um pedaço de pergaminho de cinco polegadas de comprimento e três de largura, no qual se distribuíam em linhas transversais caracteres ilegíveis. Aqui está seu fac-símile exato. Faço questão de apresentar esses sinais estranhos, pois levaram o professor Lidenbrock e seu sobrinho à expedição mais estranha do século XIX:

öx.ö,l,ööh öhö,tntö ö,ör:rrlblö h dThh'YP ntö.Y.Ylö'F!ö ITbööö T! 1ö' I ötö t11öÞ YT öh ö Ibö ö1ö öTn öö ö, . I, h Y,ö r ö r r b ,öör I .r .r n T n r F ö,ö t,T n bTö Iö r kh.öI Bk YtbIlI


O professor considerou por alguns instantes a série de caracteres; depois disse, erguendo seus óculos: - É rúnico; esses tipos são idênticos aos do manuscrito de Snorre Turleson! Mas... o que será que tudo isso significa? Como eu acreditava ser o rúnico uma invenção dos cientistas para ludibriar o pobre mundo, não fiquei aborrecido com o fato de meu tio não entender nada. Pelo menos é o que parecia pelo movimento de seus dedos, que começavam a tremer muito. - Mas é islandês antigo! - murmurava entre os dentes. 





Assim que consegue ler o pergaminho, o geólogo ordena que Axel prepare duas malas, uma para cada um. A travessia dura em torno de dez dias e, quando os dois chegam à Islândia, vão à procura de alguém que possa ajudá-los a encontrar a trilha.




Para tanto, tio e sobrinho contam com as contribuições de um guia local chamado Hans, que levará os dois à aldeia de Stapi, o caminho tão ansiado. O percurso será feito com quatro cavalos, uma série de instrumentos (termômetro, manômetro, bússolas) e terá início no dia 16 de junho.

O trabalho empreendido anos antes por Arne Saknusemm os ajuda a escolher o percurso correto. Quando avistam a cratera do Sneffels, sem saberem para onde ir, o tio identifica a pista de Arne:



"— Axel, venha correndo! — dizia num tom de espanto e alegria.

Corri para perto dele, que apontava para um rochedo colocado no centro da cratera. A evidência tomou conta de mim. Na face ocidental do bloco, em caracteres rúnicos semirroídos pelo tempo, estava escrito: Arne Saknussemm".




E usando lâmpadas portáteis - como os mineiros - que os três personagens ingressam no centro da Terra e sobrevivem a uma série de aventuras.

Os três, fascinados com as descobertas, atravessam florestas de cogumelos, poços, corredores estreitos e chegam a testemunhar monstros pré-históricos. Uma realidade inimaginável, de tirar o fôlego.



A aventura mágica infelizmente termina antes do esperado, quando um dos vulcões, situado em Stromboli (na Sicília, Itália), atira os três integrantes para fora da Terra. Surpreendentemente nem Lidenbrock, nem Axel, nem Hans sofrem qualquer ferimento.


Vulcão Stromboli - Itália



"Eis a conclusão de uma narrativa na qual as pessoas mais habituadas a não se surpreender com nada acreditarão. Mas armei-me antecipadamente contra a incredulidade humana. Fomos recebidos pelos pescadores de Stromboli com todas as atenções devidas aos náufragos. Deram-nos roupas e víveres. Após uma espera de quarenta e oito horas, a 31 de agosto, uma pequena speronare conduziu-nos a Messina, onde nos recuperamos com alguns dias de descanso. Na sexta-feira, 4 de setembro, embarcávamos no Volturne, um dos navios-correio das empresas de transportes imperiais da França, e, três dias depois, estávamos em Marselha, com uma única preocupação: a da maldita bússola. O fato inexplicável não parava de atormentar-me. A 9 de setembro à noite, chegávamos a Hamburgo. Renuncio a descrever o estupor de Marthe e a alegria de Grauben". 



Trata-se, é claro, de um livro de ficção científica que graças a genialidade de Júlio Verne, mistura a realidade com a alegoria.

No livro "Viagem ao Centro da Terra", o escritor francês Júlio Verne narra a aventura do professor e geólogo alemão Otto Lidenbrock, que ao descer em um vulcão na Islândia chegou ao centro do nosso planeta. No mundo real, uma viagem do tipo seria bem diferente. No livro, Lidenbrock e seu grupo descobriram um mundo paralelo e fantástico, onde animais como os dinossauros ainda existiam. Acabaram emergindo da aventura em um outro vulcão, localizado na Itália.

Mas na realidade, é bem provável que a jornada durasse só poucos quilômetros. E só encontraríamos dinossauros se cruzássemos com alguma ossada desses habitantes terrestres do passado. Mal passamos da casca Até hoje, a maior profundidade já atingida por um ser humano foi de 10,9 km. A marca foi obtida em 23 de janeiro de 1960 por um submersível, uma pequena embarcação mais resistente à pressão do que um submarino convencional. Em seu interior estavam um oceanógrafo suíço, Jacques Piccard, e um tenente da Marinha dos Estados Unidos, Donald Walsh. A aventura aconteceu na Fossa das Marianas, o ponto mapeado mais profundo do oceano —próximo dos 11 km de profundidade. 

Uma viagem dessas teria de levar em consideração outros fatores como pressão atmosférica e o calor. A pressão no centro do planeta poderia chegar a 3, 6 milhões de atm, ao nível do mar essa pressão é de 1 atm. Qualquer coisa submetida a essa pressão seria esmagada.


O calor é outro fator, calcula-se que a 670 km de profundidade o calor já beirasse a marca de 1.700 °C, ou seja seríamos cozinhados.

Cálculos feitos por cientistas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) apontam que a temperatura do núcleo do planeta seja de cerca de 4.530 ºC —ainda que um estudo publicado em 2013 indique que essa temperatura pode chegar próxima dos 6.000 ºC.

Mesmo assim vale muito a pena ler o livro. Ele cativa por seu suspense, sua aventura que certamente os deixarão ligados a cada página. Desde que, como aconteceu comigo, uma amigo não venha estragar a leitura te contando o final. Mesmo assim já li o livro outras duas vezes.

A obra foi levada ao cinema em 1959, dirigido por Henry Levy e em 2008 com direção de Eric Brevig.


Viagem ao centro da Terra 1959 - com Pat Boone, James Mason, Arlene Dahl e Diane Baker


Viagem ao centro da Terra - 2008 - com Brendan Fraser, Josh Hutherson e Anita Briem


O sucesso do livro se manifestou num século em que as descobertas ampliaram o conhecimento e a valorização dos estudos da ciência, popularizando assim as obras deste novo estilo literário. No caso de Verne, as principais influências vieram da dramaticidade de Victor Hugo e das fantasias de Edgar Allan Poe, este último reconhecido como a maior fonte de inspiração.




Fontes:
wikipedia.org
google.com
memoria.ebc.com.br
culturagenial.com
youtube.com
revisas.ufpr.com
uol.com.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2020




Boris Pasternak


Em 29 de outubro de 1958, o autor russo Boris Pasternak recusou o Prêmio Nobel de Literatura daquele ano. No dia 23 do mesmo mês, ele havia sido anunciado pela Academia Sueca como o vencedor da premiação. A recusa aconteceu devido à pressão do governo soviético, que se opunha ao escritor.

Após saber da premiação, Pasternak enviou no dia 25 de outubro um telegrama à Academia Sueca se dizendo "infinitamente grato, emocionado, orgulhoso, surpreso, maravilhado". Nesse mesmo dia, o Instituto Literário de Moscou exigiu que todos os seus alunos assinassem uma petição denunciando Pasternak e seu romance "Doutor Jivago", considerado antissoviético. Além disso, Pasternak foi informado de que, se viajasse para Estocolmo para receber seu Nobel, ele seria impedido de entrar novamente na União Soviética.




Apesar de conter passagens escritas nas décadas de 1910 e 1920, Doutor Jivago apenas foi concluído em 1956. O romance foi submetido à revista literária Novy Mir (Новый Мир). No entanto, os editores rejeitaram o romance de Pasternak pela sua rejeição implícita do Realismo Socialista. Pasternak enviou várias cópias do manuscrito em russo para amigos que viviam no ocidente. Em 1957, o editor italiano Giangiacomo Feltrinelli conseguiu que o romance fosse extraído da União Soviética por Sergio D'angelo. Após entregar o manuscrito, Pasternak brincou: "Você fica convidado a ver-me frente ao pelotão de fuzilamento." Apesar dos esforços desesperados da União dos Escritores Soviéticos para impedir a publicação, Feltrinelli publicou uma tradução italiana do livro em novembro de 1957. Tão grande foi a procura por Doutor Jivago que Feltrinelli conseguiu ceder os direitos de tradução para dezoito línguas, muito antes da publicação do romance. O PCI expulsou Feltrinelli em retaliação pelo seu papel na publicação de um romance que consideravam como crítico do comunismo.

Cópia da edição original de Doutor Jivago, publicada secretamente pela CIA. A capa frontal e o frontispício identificam o livro em russo; a capa traseira do livro indicava que fora impresso em França.

A Central Ingelligence Agency dos EUA rapidamente percebeu que o romance representava uma oportunidade para embaraçar o governo soviético. Um memorando interno elogiava "o grande valor propagandístico" do livro: não só o texto tinha uma mensagem humanista central, mas ter o governo soviético suprimido uma grande obra da literatura poderia levar o cidadão comum a questionar "o que há de errado com o seu governo". A CIA decidiu publicar o livro em língua russa e providenciou para que fosse distribuído no pavilhão do Vaticano na Feira Mundial de Bruxelas em 1958.

Durante a Guerra Fria, as noticiais que chegavam para nós no Ocidente eram àquelas que os EUA permitiam através do domínio da imprensa por órgãos de inteligência americana; aos poucos noticiais de atrocidades cometidas pelos EUA também foram estampadas por jornais e revistas, certamente a mando da URSS.

O certo é que o autoritarismo nunca foi ou será uma boa forma de governo. Ele pode se sustentar por algum tempo, através da violência e da truculência, mas a democracia e a informação correta e verdadeira sempre prevalecerão sobre os desmandos.




O livro foi transformado em filme dirigido por David Lean em 1965, com Omar Shariff, Julie Chistrie e Geraldine Chaplin.

Dr. Zhivago - trailer



Depois das ameaças, Pasternak enviou um segundo telegrama ao Comitê do Nobel: "Em vista do significado dado à premiação pela sociedade em que vivo, devo renunciar a essa distinção imerecida que me foi conferida. Por favor, não entendam mal a minha renúncia voluntária". O fato deixou o autor emocionalmente abalado. "Não pude reconhecer meu pai quando o vi naquela noite. O rosto pálido e sem vida, olhos cansados e doloridos e falando apenas da mesma coisa: 'Agora nada mais importa, recusei o prêmio'", disse seu filho, Yevgenii Pasternak.


Apesar de sua decisão de recusar o prêmio, o Sindicato dos Escritores Soviéticos continuou a demonizar Pasternak na imprensa estatal. Além disso, ele foi ameaçado de ser mandado ao exílio no Ocidente. Em resposta, o autor escreveu diretamente ao líder soviético Nikita Khrushchev para que ele não tomasse essa medida extrema. Em 31 de outubro de 1958, o sindicato anunciou a expulsão de Pasternak da entidade. Seus membros também assinaram uma petição exigindo que Pasternak fosse despojado de sua cidadania soviética e exilado para "seu paraíso capitalista". O autor morreu dois anos depois. 


Quando uma grande chance bate à porta de sua vida,  frequentemente o faz sem um barulho mais alto que as batidas de seu coração; e assim, é muito fácil perde-la.





Em dezembro de 1989, Yevgenii Pasternak foi autorizado a viajar para Estocolmo para receber o Prêmio Nobel de seu pai. Na cerimônia, o aclamado violoncelista e dissidente soviético Mstislav Rostropovich executou uma obra de Bach em homenagem ao seu falecido compatriota.


Fontes:
seuhistory.com
google.com
youtube.com
wikipedia.org

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Vamos falar hoje do conto de Mark Twain " A dog's tale" - A história de um cachorro.


Quanto mais aprendo sobre as pessoas, mais gosto de meu cachorro - Mark Twain


Primeiro vamos falar sobre o autor. Quem foi Mark Twain ?



Registrado com o nome de Samuel Langhorne Clemens, mais tarde, ficou conhecido com o pseudônimo de Mark Twain.


Mark Twain (1835-1910) foi um escritor norte-americano, autor dos livros "Aventuras de Tom Sayer" “O Príncipe e o Mendigo”, "As Aventuras de Huckleberry Finn", entre outros. Foi considerado um dos autores mais importantes do oeste americano.


Certa vez Ernest Hemingway disse que toda a literatura norte-americana começou com Huckleberry Finn.

Autor de frases famosas como:



Recolha um cão de rua, dê-lhe de comer e ele não morderá: eis a diferença fundamental entre o cão e o Homem.

 

Vamos agradecer aos idiotas. Não fosse por eles não faríamos tanto sucesso.

 

Algumas pessoas nunca cometem os mesmos erros duas vezes. Descobrem sempre novos erros para cometer.

 

Se estiver zangado, conte até cem; se estiver mesmo muito zangado, blasfeme.

 

É melhor merecer honrarias e não recebê-las do que recebê-las sem merecer.

 

A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau.




A História de um cachorro conta a história de Aileen, uma cachorrinha esperta que só conhece uma palavra como sinônimo de amizade, fidelidade.

A narradora da história é a própria Aileen uma cachorra da raça Colie.



CHAPTER I


My father was a St. Bernard, my mother was a collie, but I am a Presbyterian. This is what my mother told me, I do not know these nice distinctions myself. To me they are only fine large words meaning nothing. My mother had a fondness for such; she liked to say them, and see other dogs look surprised and envious, as wondering how she got so much education. But, indeed, it was not real education; it was only show: she got the words by listening in the dining-room and drawing-room when there was company, and by going with the children to Sunday-school and listening there; and whenever she heard a large word she said it over to herself many times, and so was able to keep it until there was a dogmatic gathering in the neighborhood, then she would get it off, and surprise and distress them all, from pocket-pup to mastiff, which rewarded her for all her trouble.

Capítulo I

Meu pai era um São Bernardo, minha mãe era uma collie, mas eu sou uma presbiteriana. Foi o que minha mãe me disse, eu mesma não conheço estas distinções. Para mim não passam de belas palavras graúdas que nada significam. Minha mãe tinha apego a elas; gostava de pronunciá-las e ver os outros cães com ares de surpresa e inveja, querendo saber como ela recebeu tanta instrução. Acontece que não era instrução de verdade; era apenas exibição: ela aprendeu as palavras escutando na sala de jantar e na sala de estar quando havia visitas e indo com as crianças à escola dominical e escutando coisas lá; e toda vez que ouvia uma palavra graúda ela a repetia para si mesma muitas vezes e assim a guardava, até que houvesse uma reunião canônica na vizinhança e então ela a pronunciava e surpreendia e deprimia todos aqueles, de filhote de bolso a mastim, que a recompensavam por todo o seu esforço.




CHAPTER II


When I was well grown, at last, I was sold and taken away, and I never saw her again. She was broken-hearted, and so was I, and we cried; but she comforted me as well as she could, and said we were sent into this world for a wise and good purpose, and must do our duties without repining, take our life as we might find it, live it for the best good of others, and never mind about the results; they were not our affair. She said men who did like this would have a noble and beautiful reward by and by in another world, and although we animals would not go there, to do well and right without reward would give to our brief lives a worthiness and dignity which in itself would be a reward. She had gathered these things from time to time when she had gone to the Sunday-school with the children, and had laid them up in her memory more carefully than she had done with those other words and phrases; and she had studied them deeply, for her good and ours. One may see by this that she had a wise and thoughtful head, for all there was so much lightness and vanity in it.




Capítulo II

Quando eu cresci de vez, finalmente, fui vendida e levada embora e nunca mais a vi. Ela ficou de coração partido e eu também, e choramos; mas ela me consolou tão bem quanto podia e disse que fôramos postos nesse mundo com um projeto sábio e bom e devíamos cumprir nossas obrigações sem nos queixar, aceitar nossa vida como nos era oferecida, vivê-la visando ao melhor para os outros e nunca nos importando com os resultados; não eram nosso negócio. Disse que homens que agiam assim não demorariam a ter uma nobre e bela recompensa num outro mundo e, embora nós animais não chegássemos lá, agir bem e corretamente sem recompensa daria a nossas breves vidas um valor e uma dignidade que seriam em si uma recompensa. Ela havia juntado estas coisas de tempos em tempos quando ia à escola dominical com as crianças e as tinha gravado na sua memória mais cuidadosamente do que ocorrera com aquelas outras palavras e frases; e as estudara profundamente para o seu bem e para o nosso. Pode-se ver por isto que possuía uma cabeça sábia e pensativa, por mais que houvesse nela leviandade e vaidade.


CHAPTER III


It was such a charming home!--my new one; a fine great house, with pictures, and delicate decorations, and rich furniture, and no gloom anywhere, but all the wilderness of dainty colors lit up with flooding sunshine; and the spacious grounds around it, and the great garden--oh, greensward, and noble trees, and flowers, no end! And I was the same as a member of the family; and they loved me, and petted me, and did not give me a new name, but called me by my old one that was dear to me because my mother had given it me--Aileen Mavourneen. She got it out of a song; and the Grays knew that song, and said it was a beautiful name.



Capítulo III

Era uma casa encantadora! - o meu novo lar; uma casa grande e bela, com quadros, decorações delicadas, mobílias caras e nenhum canto escuro, mas uma explosão de cores caprichosas iluminadas por uma inundação de luz solar; e o terreno espaçoso que a cercava e o grande jardim - oh, relvado, árvores nobres e flores sem fim! E era como se eu fosse um membro da família; eles me amavam e me mimavam e não me deram um novo nome mas chamavam-me pelo antigo que me era caro porque fora dado por minha mãe - Aileen Mavourneen. Ela tirou de uma canção; e os Grays conheciam aquela canção e disseram que era um belo nome.


Um dia, já tinha chegado o inverno e Aileen dormia no quarto do bebê. A babá tinha saído, quando faísca da lareira caíram no mosqueteiro do berço que começou a pegar fogo. Assustada, a cachorrinha teve como primeiro impulso, fugir do lugar, mas um sentimento maior lhe ocorreu e ela saltou sobre o fogo e puxou o bebê pelas fraldas a tirando do quarto. 

O patrão viu a cena e achou que Aileen estava atacando o bebê e bateu-lhe com a bengala na pata, foi quando a babá esclareceu tudo que o quarto estava em chamas e que a cachorrinha tinha salvado a criança.


Before I could think, I sprang to the floor in my fright, and in a second was half-way to the door; but in the next half-second my mother's farewell was sounding in my ears, and I was back on the bed again. I reached my head through the flames and dragged the baby out by the waist-band, and tugged it along, and we fell to the floor together in a cloud of smoke; I snatched a new hold, and dragged the screaming little creature along and out at the door and around the bend of the hall, and was still tugging away, all excited and happy and proud, when the master's voice shouted:

"Begone you cursed beast!" and I jumped to save myself; but he was furiously quick, and chased me up, striking furiously at me with his cane, I dodging this way and that, in terror, and at last a strong blow fell upon my left foreleg, which made me shriek and fall, for the moment, helpless; the cane went up for another blow, but never descended, for the nurse's voice rang wildly out, "The nursery's on fire!" and the master rushed away in that direction, and my other bones were saved.






Antes que pudesse pensar, saltei ao chão de medo e em um segundo estava a meio caminho da porta; mas no meio segundo seguinte as palavras de despedida de minha mãe soavam em meus ouvidos e eu estava de volta à cama de novo. Enfiei a cabeça por entre as chamas e arranquei o bebê pela cintura da fralda, puxei-o e caímos juntos no chão em meio ao uma nuvem de fumaça; ajeitei melhor a pegada na fralda e arrastei a pequena criatura aos gritos para fora, virando a curva do corredor e ainda a carregava toda excitada, feliz e orgulhosa quando a voz do patrão gritou

- Fora daqui sua besta maldita! - e eu pulei para me salvar; mas ele foi furiosamente rápido e me perseguiu, batendo em mim furiosamente com a bengala, eu me esquivando para cá e para lá, aterrorizada e, finalmente um golpe caiu sobre minha pata dianteira esquerda, o que me fez ganir e cair, por momentos sem defesa; a bengala subiu para outro golpe, mas nunca desceu, pois a voz da babá gritou "O quarto de criança pegou fogo!" e o patrão correu naquela direção e meus ossos foram salvos.


A cachorrinha amedrontada fiou escondida por alguns dias, e ora ou outra ouviam chamar seu nome, mas não se arriscava em atender o chamado.

Um dia ela foi encontrada  por Sadie a filha mais velha da Sra. Gray. Todos se desculparam com ela e a mimaram muito pelos dias subsequentes. Ela era apresentada para as visitas como a heroína que salvou o bebê.




Dias mais tarde homens chegaram à casa e foram para o laboratório do Sr. Gray. Discutiram sobre minha inteligência e outros assuntos dos quais não me interessei muito.

Na primavera a Sra Gray, Sadie e o bebê viajaram e a deixaram com os empregados, o Sr. Gray. Ela e seu filhote que tinha nascido há algum tempo.

Os amigos do Sr. Gray voltaram e pegaram o filhote e o levaram para o laboratório. A cachorrinha ouviu o filhote urrar de dor e sair correndo do laboratório com a cabeça ensanguentada e sem saber a direção correta a tomar.

Ela se aconchegou do filhote, lambeu seu sangue e o agasalhou junto à sua cabeça, tentando diminuir-lhe a dor. O filhote então tombou a cabeça para outro lado e morreu.

O Sr Gray pediu para o empregado enterrar o filhote. Aileen tinha ajudado Sadie a plantar algumas plantas e percebeu que após algum tempo elas floresceram e pensou que o mesmo aconteceria com o filhote.

When the footman had finished and covered little Robin up, he patted my head, and there were tears in his eyes, and he said: "Poor little doggie, you saved HIS child!"


Quando o lacaio terminou e cobriu o pequeno Robin de terra ele tocou com a mão na minha cabeça e havia lágrimas em seus olhos e ele disse: "Coitada da cachorrina, você salvou o filho DELE"!

A pobre cachorrinha aguardou alguns dias para que seu filhote brotasse da terra, como as plantas que ela ajudou a plantar. Com o tempo foi percebendo que algo terrível aconteceu. Perdeu o apetite e não comia mais. Os empregados lhe traziam comida e a acariciavam na tentativa de animá-la, mas a triteza tinha tomado conta dela.


"Those poor creatures! They do not suspect. They will come home in the morning, and eagerly ask for the little doggie that did the brave deed, and who of us will be strong enough to say the truth to them: 'The humble little friend is gone where go the beasts that perish.'"
"Estas pobres criaturas! Elas sequer suspeitam. Voltarão para casa de manhã e ansiosamente perguntarão pela cachorrinha que praticou o ato corajoso e qual de nós será forte o bastante para lhes dizer a verdade: "a humilde pequena amiga partiu para onde as bestas perecem".

 

Essa postagem é uma homenagem ao Billy e a Sophie, seres que trouxeram e  trazem alegria , luz e amizade.

Sophie
Billy





Fontes:

dominiopublico.gov.br
tirodeletra.com.br
ebiografia.om
wikipedia.org
google.com


terça-feira, 27 de outubro de 2020

 O Evangelho segundo Jesus Cristo.



O livro do escritor português José Saramago, publicado em 1991, logo no lançamento atraiu críticas ferozes da Igreja Católica, coisa já amplamente esperada uma vez que a Igreja quer para si o monopólio de contar a História de Jesus de Nazaré.





Quando saiu a público, em novembro de 1991, o Evangelho segundo Jesus Cristo suscitou reações polémicas de parte dos Católicos. Entre elas, a do Arcebispo de Braga Primaz das Espanhas, D.Eurico Dias Nogueira, proferida em Maio de 1992: "Um escritor português, ateu confesso e comunista impenitente, como ele mesmo se apresenta, resolveu elaborar uma delirante vida de Cristo, na perspectiva da sua ideologia político-religiosa e distorcida por aqueles parâmetros." D. Eurico continua: "A apregoada beleza literária, a existir nesta obra, longe de atenuante e muito menos dirimente, constitui circunstância agravante da culpabilidade do réu, seu autor."

 



Vital Capelo, no jornal O Arrais de Peso da Régua, afirma acerca de Saramago e do romance: "Sendo o autor um descrente, não deveria ter a ousadia de imiscuir-se em assuntos de natureza religiosa (...) sob pena de ser aplicado o velho «Quem te mandou, sapateiro, tocar rabecão?!»." E enfatiza: "a juventude de Jesus é puramente fantasista e fruto da imaginação do autor (...)", completando que "na parte respeitante ao adulto, Jesus é completamente deformado, já que se faz dele um milagreiro andante, cuja História é bem conhecida, sendo apresentado como um vulgar aventureiro, despido de todo o esplendor de que foi cercado."
"Quem não conheceu a si mesmo não conhece nada, mas quem se conheceu veio a conhecer simultaneamente a profundidade de todas as coisas."


Esta frase acima é atribuída a Jesus Cristo. Mas não adianta ir procurá-la na Bíblia. Ela não está em nenhum lugar dos Evangelhos de Lucas, Marcos, Mateus ou João, os únicos relatos da vida de Jesus que a Igreja considera autênticos. A citação faz parte de um outro evangelho – o de Tomé. Também não perca seu tempo procurando por esse livro no Novo Testamento. Não há por lá nenhum evangelho com o nome do mais cético dos apóstolos, aquele que queria “ver para crer... 






Acontece que o texto existe. E é um documento antigo – segundo alguns pesquisadores, tão antigo quanto os que estão na Bíblia . O Evangelho de Tomé, assim como outras dezenas – ou centenas – de textos semelhantes, foi escrito por alguns dos primeiros cristãos, entre os séculos 1 e 3 da nossa era. Ele foi cultuado por muito tempo. Até que, em 325, sob o comando do imperador romano Constantino, a Igreja se reuniu na cidade de Nicéia, na atual Turquia, e definiu que, entre os inúmeros relatos sobre a vinda de Cristo que existiam, só quatro eram “inspirados” pelo filho de Deus.
– os “evangelhos canônicos” (“evangelho” vem da palavra grega que significa “boa nova”, usada para designar a notícia da chegada de Cristo, e “canônico” é aquele que entrou para o cânone, a lista dos testos escolhidos. Os outros eram “apócrifos” (de legitimidade duvidosa). Estes foram proibidos, seus seguidores passaram a ser considerados hereges e muitos foram excomungados, perseguidos, presos. A maioria dos apócrifos foram destruídos, alguns para sempre, até que em 1945, foram achados uns antigos pergaminhos por dois irmãos numa caverna, perto da cidade egípcia de Nag Hammadi. Só nos últimos anos os textos acabaram de ser traduzidos e chegaram ao conhecimento dos cristãos do mundo. 

O livro conta uma história ficcionada e humanizada da vida de Jesus e alude a uma sua eventual relação com Maria Madalena (no livro, foi com ela que Jesus "conheceu o amor da carne e nele se reconheceu homem"). O primeiro capítulo narra a crucificação, fala de José de Arimatéa, de Maria, mãe de Jesus e Maria Madalena.


"E a companheira do [Salvador era Maria Madalena. [Cristo amou] Maria] mais do que [todos] os discípulos, e costumava] beijá-la [frequentemente] na [boca]. Os demais [discípulos se ofendiam com isso e expressaram seu descontentamento]. Eles disseram "Por que você a ama mais do que a nós?" O Salvador respondeu-lhes, "Por que eu não vos amo como a amo?" ”

— Atribuído a Filipe, Evangelho de Filipe






Segundo as escrituras bíblicas nenhum apóstolo foi visto no local da crucificação.

Ao adotar essa perspectiva, de humanização de Cristo, distante da representação tradicional do Evangelho, Saramago coloca que a propaganda histórica da crucificação de Jesus, "um revulsivo forte, qualquer coisa capaz de chocar as sensibilidades e arrebatar os sentimentos", resultou na imposição de "uma história interminável de ferro e de sangue, de fogo e de cinzas, um mar infinito de sofrimento e de lágrimas", de acordo com a sua visão  de mundo, segundo a qual “por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o mais horrendo e cruel", e que, "no fundo, o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama. Denuncio as religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade. São palavras duras, mas há que dizê-las". Isso levou a que o livro fosse considerado ofensivo por diversos setores da comunidade católica, a que ele sofresse perseguição religiosa no seu próprio país, e a que o governo português, pressionado pela Igreja Católica e por meio do então Subsecretário de Estado da Cultura de Portugal, António de Souza Lara, vetasse este livro duma lista de romances portugueses candidatos ao Prêmio Aristeion em 1992 por "atentar contra a moral cristã".

Voltando à obra, Saramago fala do nascimento de Jesus, de sua infância, adolescência e vida adulta.

"Viviam José e Maria num lugarejo chamado Nazaré, terra de pouco e de poucos, na região de Galileia, em uma casa igual a quase todas, como um cubo torto feito de tijolos e barro, pobre entre pobres. Invenções de arte arquitetônica, nenhumas, apenas a banalidade uniforme de um modelo incansavelmente repetido. Com o propósito de poupar alguma coisa nos materiais, tinham-na construído na encosta da colina, apoiada ao declive, escavado pelo lado de dentro, deste modo se criando uma parede completa, a fundeira, com a vantagem adicional de ficar facilitado o acesso à açoteia que formava o teto. Já sabemos ser José carpinteiro de ofício, regularmente hábil no mester, porém sem talento para perfeições sempre que lhe encomendem obra de mais finura. Estas insuficiências não deveriam escandalizar os impacientes, pois o tempo e a experiência, cada um com seu vagar, ainda não são bastantes para acrescentar, ao ponto de dar-se por isso no trabalho de todos os dias, o saber oficinal e a sensibilidade estética de um homem que mal passou dos vinte anos e vive em terra de tão escassos recursos e ainda menores necessidades."

O texto extraído do Livro está em português falado em Portugal. 

Um mendigo aparece para José e Maria que estão a jantar. Maria pega uma porção de comida e coloca numa tigela e dá para o mendigo. Ao terminar de comer ele devolve a tigela e diz:



Turbou-se Maria e perguntou, Isso que quer dizer,
e o mendigo respondeu apenas, Mulher, tens um filho
na barriga, e esse é o único destino dos homens, começar
e acabar, acabar e começar, Como soubeste que estou
grávida, Ainda a barriga não cresceu e já os filhos
brilham nos olhos das mães, Se assim é, deveria meu
marido ter visto nos meus olhos o filho que em mim gerou,
Acaso não olha ele para ti quando o olhas tu, E tu
quem és, para não teres precisado de ouvi-lo da minha
boca, Sou um anjo, mas não o digas a ninguém.
Naquele mesmo instante, as roupas resplandecentes
voltaram a ser farrapos, o que era figura de titânico
gigante
encolheu-se e mirrou como se o tivesse lambido
uma súbita língua de fogo, e a prodigiosa transformação
foi mesmo a tempo, graças a Deus, e logo a seguir a
prudente retirada, que do portal já vinha acercando-se
José, atraído pelo rumor das vozes, mais abafadas do
que o natural duma conversação lícita, mas sobretudo
pela exagerada demora da mulher, Que mais te queria o
pobre, perguntou, e Maria, sem saber que palavras suas
poderia dizer, só soube responder, Do barro ao barro,
do pó ao pó, da terra à terra, nada começa que não acabe,
nada acaba que não comece, Foi isso que ele disse,
Sim, e também disse que os filhos dos homens brilham
nos olhos das mulheres, Olha para mim, Estou a olhar,
Parece-me ver um brilho nos teus olhos, foram palavras
de José, e Maria respondeu, Será o teu filho. 


Notem que as críticas da Igreja, tal qual, na Idade Média, são contra a uma interpretação diferente do chamado "código Canônico"; o seja quaisquer interpretações que discordem dos ensinamentos da Igreja devem ser combatidos com tenacidade.

José Saramago é único escritor de Língua Portuguesa a ganhar um Prêmio Nobel de Literatura até hoje. Ganhou o prêmio em 1998, o que mostra o caráter politico e seletivo dos "julgadores" do Prêmio Nobel, principalmente dos Prêmios de Literatura e da Paz.  Autores como Fernando Pessoa, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Mia Couto, foram grandes ícones da Literatura em Língua Portuguesa e nunca foram premiados. O grande problemas é que a Língua portuguesa embora seja o quinto idioma mais falado no mundo é relegado a um segundo plano na Literatura Mundial.



Fontes:
wikipedia.org
super.abril.com.br
google.com
revistaforum.com.br


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Por que existem várias maneiras em português de se escrever porque ?

Porque quando se pergunta usamos o por que separado, na resposta o porque é junto.

Não sei por que sempre me fazem essa  pergunta ?



Porquê

É substantivo e tem significado de “motivo”, “razão”. Vem acompanhado de determinante, como um artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)

Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)



Porque

É conjunção e pode ser usado para indicar uma causa ou explicação de algo. Pode ter valor aproximado de “pois”, “uma vez que” etc.

Exemplos: 

Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)


Fontes:
brasilescola.uol.com.br

domingo, 25 de outubro de 2020






Há 45 anos a ditadura militar matou o jornalista Wladimir Herzog.


Numa foto patética, e fruto da covardia comum aos torturadores, eles ainda tentaram falar em suicídio, o  que foi prontamente rejeitado pela população.


O bêbado e a equilibrista - João Bosco
Elis Regina






Em 25 de outubro de 1975, o jornalista, dramaturgo e professor Vladimir Herzog morria em São Paulo, após ter sido preso pela ditadura militar. A versão oficial de que ele teria cometido suicídio sempre foi questionada por opositores do regime. Depois disso, Herzog se tornou símbolo da luta pela democratização do Brasil.





Nascido na Croácia (na época Reino da Iugoslávia), no dia 27 de junho de 1937, era de origem judia e veio com a família para o Brasil por conta da Segunda Guerra Mundial. Originalmente, foi batizado como Vlado, nome que considerava muito exótico. Então, para se ambientar melhor ao país, passou a assinar como Vladimir. 

Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, trabalhou, a partir de 1959, no jornal O Estado de São Paulo e também na BBC de Londres. Nos anos 70, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura, de São Paulo. Foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e atuou como dramaturgo. Era conhecido por sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro e pela luta contra a ditadura. 

No dia 24 de outubro de 1975, quando era diretor de jornalismo da TV Cultura, Herzog foi convocado a prestar depoimento sobre sua conexão com o Partido Comunista Brasileiro. No dia seguinte, foi encontrado em uma cela enforcado com sua própria gravata. Em 2012, seu registro de óbito foi retificado, passando a constar que sua "morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (Doi-Codi)". O jornalista era casado com a publicitária Clarice Herzog, com quem tinha dois filhos.




Esses fatos não podem mais se repetir, por isso, é importante lembra-los; para que os mais jovens saibam que só existe um meio de fazer política, que é dentro da democracia.


Fontes:
seuhistory.com
google.com
youtube.com

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...