quinta-feira, 9 de julho de 2020

Embora organizado pelos interesses da elite cafeeira e industrial,  movimento teve grande adesão popular

Em 9 de Julho de 1932 começa a chamada Guerra Paulista.

9 de julho: A Revolução Constitucionalista de São Paulo - Noticiantes

Também chamado de "guerra civil" e "revolução", o movimento armado paulista pretendia destituir Getúlio Vargas da presidência do país. O gaúcho assumira o poder em 1930, após um golpe de Estado que colocou por terra a República Velha e retirou de São Paulo e Minas Gerais o protagonismo na política nacional. 

A elite paulista, liderada pelos setores cafeicultor e industrial, organizou o levante para garantir a retomada dos privilégios. Outra demanda era a abertura de uma Assembleia Constituinte, o que explica o nome do movimento.

A elite paulista da época composta de cafeicultores que dominavam a chamada "República Velha" ao lado de Minas Gerais com a política do café com leite, não queria perder seus privilégios de traçar políticas econômicas que beneficiavam seus negócios. Estavam poucos interessados, enquanto estavam no poder, de Liberdade, Igualdade e Fraternidade e tampouco faziam menção a uma Constituinte.

É claro que Getúlio Vargas era um presidente ilegítimo, ditador que tomou o poder na escora da Revolução Tenentista de 1930 e governava o país com pulso firme e sem liberdades individuais, mas a elite paulista não lutava de verdade por isso e sim para manter seus privilégios.

Ao reivindicar a autonomia paulista, integrantes e apoiadores do movimento lançavam mão, diversas vezes, de discurso xenófobo e racista. Os nordestinos, por exemplo, era comum que fossem chamados de “cabeças chatas”, como lembra Quartim de Moraes. “Não é a toa que uma das organizações de apoio ao levante armado de 1932 se chamava ‘Liga pela Constituição e pela Ordem, de paulistas de nascimento'. O principal argumento dos que sustentavam essa visão era seu pujante desenvolvimento econômico em oposição ao atraso dos outros estados”, lembra.

O conflito teve início em 9 de julho de 1932 e só terminou em 2 de outubro do mesmo ano. São Paulo foi o centro da revolta e o campo de batalha com as tropas federais, mas o movimento teve apoio de outros estados: parte de Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia e Amazonas enviaram apoio para a luta.

Revolução Constitucionalista de 1932 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nas ruas de São Paulo, o levante também ganhou a adesão significativa da população, como explica  o historiador Quartim de Moraes.

Os mais pobres que eram a maioria da população foram "condicionados" com  propagandas ufanistas e sentimentos de patriotismo a se engajar na luta armada, apesar que caso saíssem vencedores as classes mais pobres não lucrariam nada com a vitória, continuariam a ser discriminados pela elite paulista.


Revolução Constitucionalista | Feriado de 9 de Julho - Calendarr


“Os defensores do levante paulista de 1932 costumam exaltar a unanimidade do movimento. De fato, independentemente dos métodos de convencimento, o apoio à luta armada foi bastante generalizado em São Paulo. Pessoas das mais diferentes posições políticas, classes sociais e origens se manifestaram a favor do levante. Porém, ainda que minoria, não faltaram os que se opusessem a guerra”, explica o historiador em seu livro.


História - Dia 9 de julho de 1932 - deflagrada a Revolução ...


Estima-se que 35 mil paulistas lutaram contras 100 mil homens das forças federais. Getúlio Vargas seguiu no poder até 1945. Em 1934, uma nova Constituição foi elaborada, principal reivindicação do levante de 1932.

No total, foram 87 dias de combates (de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 - sendo os últimos dois dias depois da rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos,  sendo 830 paulistas, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2 200 mortos, sendo que numerosas cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates.


Fontes:
seuhistory.com
brasildefato.com.br
google.com
wikipedia.org
g1.globo.com

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