Vamos falar hoje da obra de Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido " La Research du temps perdu".
Em busca do tempo perdido foi publicado entre 1913 e 1917, e é um conjunto de 7 livros:
1. No caminho de Swann
O primeiro volume se ambienta no mundo infantil do narrador e rememora o espaço familiar em Paris, em um povoado chamado Combray.
Ali ele descobre dois ambientes que o fascinam: o de Guermantes, com seu palácio, e o de Swann, um homem mundano que terá detalhados seus encontros amorosos com Odette.
2. A sombra das raparigas em flor
O segundo volume narra as férias do narrador adolescente no balneário de Balbec, com a avó.
Depois de sua primeira experiência sentimental com Gilberte, a filha de Swann, em Balbec realiza seu aprendizado amoroso com Albertine e suas amigas, e descobre seu lado melancólico, quando as expectativas superam a realidade e a felicidade amorosa acaba constantemente adiada; também aprenderá o jogo de fingir indiferença.
3. O caminho de Guermantes
Nesse terceiro volume, o jovem narrador ingressa em um mundo distinto — e fechado — da aristocracia parisiense.
O romance se ambienta nos salões elegantes frequentados pela nobreza, como o da Marquesa de Guermantes e o da Madame de Villeparisis.
O narrador toma contato com algumas das personagens desse mundo, como Robert de Saint-Loup, parente dos Guermantes, e o barão de Charlus, que lhe revelará sua homossexualidade.
4. A prisioneira
O quarto volume se desenvolve fora de Paris e está centrado nas paixões amorosas de algumas personagens, principalmente o barão de Charlus, que vive um intenso romance com o violinista Morei, e o narrador, apaixonado por Albertine, e que sofre quando sabe das experiências lésbicas que sua amada manteve com a senhorita de Vinteuil.
O romance termina com a firme vontade do narrador de se casar com Albertine.
5. Sodoma e Gomorra
No quinto volume, o narrador vai com Albertine para Paris e a retém em sua casa, esperando poder se casar com ela. No entanto, a relação dos dois é muito tumultuada, já que Albertine faz o narrador sofrer e eles estão sempre para se separar.
Ao sofrimento do narrador se junta a traição que o barão de Charlus sofre nas mãos de seu amado Morei.
6. A fugitiva
No sexto volume, o narrador começa a avaliar, por meio de um excelente músico, a arte como expressão suprema do ser humano. Ele supera o amor por Albertine e quando vai libertá-la descobre que ela fugiu, o que faz ressurgir a paixão do narrador, que aumenta com a morte de Albertine.
Pouco depois, apaixona-se por uma jovem que se revelará ser Gilberte, seu primeiro amor, mas ela se casa com Robert de Saint-Loup, que, segundo descobrirá o narrador, é homossexual.
7. O tempo redescoberto
No último volume, o narrador passa muito tempo com Gilberte, infeliz pelas infidelidades do marido. Os dois amigos relembram juntos a infância, e o narrador percebe como o tempo transformou as pessoas que os cercam.
No entanto, quando se dá conta de que as sensações dos acontecimentos cotidianos, como o som de uma colher no prato, são capazes de acionar a memória, decide reconstruir o passado a partir da recriação artística literária.
A homossexualidade é um dos temas principais do romance, especialmente em Sodoma e Gomorra e nos volumes seguintes. "Em Busca do Tempo Perdido" é o primeiro dos grandes romances em que a homossexualidade é tema central, tanto como conceito para discussão como pela descrição do comportamento dos seus personagens. Embora o narrador se descreva como heterossexual, suspeita constantemente das relações da sua apaixonada com outras mulheres. Também Charles Swann, a figura central de grande parte do primeiro volume, tem ciúmes da sua amante Odette (com quem mais tarde casará), que acabará por admitir ter realmente mantido relações sexuais com outras mulheres. Alguns personagens secundários, como o Barão de Charlus (inspirado em parte pelo o famoso Robert de Montesquiou), são abertamente homossexuais, enquanto outros, como o grande amigo do narrador, Robert de Saint-Loup, são mais tarde apresentados como homossexuais não assumidos. A monumental confrontação do tema da homossexualidade em "Em Busca do Tempo Perdido" permitiu aos leitores que a homossexualidade poderia ser mais que apenas actos lascivos de sodomitas ou os maneirismos afetados de homens obcecados em negar a sua masculinidade. Em vez disso, o romance de Proust apresentou a homossexualidade como um assunto complexo e multifacetado, que, se examinado de perto, derrota todos os estereótipos.
Aceitando a impossibilidade da felicidade em vida, o narrador é guiado, assim como
Dante foi por Virgílio, para um caminho específico: o da produção do romance. O caminho
de Marcel e Dante é quase semelhante. Ambos precisam percorrer todos os locais onde se
encontram os pecadores e seus vícios: o mundanismo, a traição, o preconceito, a
infidelidade, o esnobismo, a avareza, a homossexualidade e os mais diversos “pecados”
humanos. O céu de Dante é onde está Beatriz, o de Marcel é a produção escrita; se Dante
personifica o homem, Marcel personifica o artista. O narrador é conduzido, portanto, para a
concepção de que a arte é a única verdade do universo, pois é a partir deste pensamento
que o romance se origina.
Fontes:
coladaweb.com
wikipedia.org
unintter.edu.br
google.com
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