domingo, 5 de julho de 2020

A revolução de 1922 – Hora do Povo

No dia 5 de julho de 1922 eclodiu no Rio de Janeiro a Revolta dos 18 do Forte, também conhecida como Revolta do Forte de Copacabana. O episódio foi o primeiro levante do Tenentismo. O movimento teve como objetivo buscar a queda da República Velha, cujas características oligárquicas se opunham ao ideal democrático almejado por setores das forças armadas, em especial oficiais de baixa patente como tenentes, sargentos, cabos e soldados.

A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foi um ato de heroísmo insano



A longa dominação política das oligarquias ruralistas causava grande descontentamento, já que não havia plena democracia. O voto era aberto, ou seja, os coronéis sabiam em quem a pessoa votou e isso causava temor de ir contra o candidato indicado.

Não bastasse isso, São Paulo e Minas Gerais se revezavam na Presidência da República, na chamada Política Café com Leite. O país passava por forte crise econômica e o ensino estava deficitário. Havia um ideal democrática almejado, que se afastava com o poder do latifúndio.

Por tudo isso, os oficiais de baixa patente planejavam acabar com a República Velha, posto que era preciso rever a democracia. Planejou-se então uma insurreição em grandes proporções, mas que não teve o alcance desejado.





Há 90 anos, a Revolta do Forte de Copacabana - Notícias - Estadão


A revolta representava também a insatisfação de outros estados como Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia com a divisão política existente, conhecida como política do café-com-leite. O descontentamento entre os militares era crescente. Diversas unidades do Rio de Janeiro se organizaram para realizar um levante contra o presidente em exercício Epitácio Pessoa (representante da oligarquia que dominava o país) e Arthur Bernardes que assumiria o cargo em novembro.

No entanto, naquele dia, apenas o Forte de Copacabana, localizado na ponta direita da praia de Copacabana, sob comando do Capitão Euclides Hermes da Fonseca, e a Escola Militar se revoltaram e foram facilmente combatidos. Apesar da posição contrária à política café-com-leite, os militares de alta patente acabaram por não aderir ao movimento. A informação chegou até o governo, que tratou de trocar os principais comandos militares da então capital.

Durante toda a manhã do dia 5, o forte sofreu bombardeio da Fortaleza de Santa Cruz da Barra, que fica do lado oriental da barra da Baía de Guanabara, mas os 301 revolucionários (oficiais e civis) mantiveram-se firmes. Até que, às 4h da manhã do dia 6, Euclides Hermes e o tenente Siqueira Campos sugeriram que desistissem da luta aqueles que quisessem: apenas 29 decidiram continuar.

Para tentar uma negociação, o Capitão Euclides Hermes saiu da fortaleza, mas acabou preso. Os 28 restantes continuaram resistindo e marcharam pela Avenida Atlântica em direção ao Leme. Alguns, porém, se dispersaram.

Apenas 17 militares continuaram marchando e a eles se juntou um civil, Otávio Correa. Eles foram finalmente derrotados na altura do Posto 3 de Copacabana. Há controvérsias quanto ao número total de participantes, sobreviventes e mortos. Não há um balanço oficial de vítimas, mas, segundo algumas fontes, teriam morrido, entre oficiais e praças, 14 pessoas.

O episódio, mesmo que não bem sucedido, tornou-se um exemplo para militares e civis no país, sendo a primeira revolta do movimento tenentista, dando origem a outras revoltas tenentistas como a Coluna Prestes, a Revolta Paulista e a Comuna de Manaus. Esse movimento preparou o caminho para a revolução de 1930.



Fontes:
seuhistory.com
google.com
conhecimentocientifico.r7.com

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