Esse é um blog sobre curiosidades de português, história e cultura de maneira geral.
terça-feira, 30 de junho de 2020
Há 18 anos, no dia 30 de junho de 2002, o Brasil conquistava o seu quinto título mundial de futebol ao erguer a taça de campeão na primeira Copa do Mundo realizada na Ásia, na Coreia do Sul e Japão. Considerada uma das seleções favoritas, na primeira fase o Brasil venceu a Turquia (2-1), China (4-0) e a Costa Rica (5-2).
Com a eliminação precoce de Argentina, Itália e França, as chances de sucesso do Brasil tornaram-se maiores. Na fase do mata-mata, o time brasileiro derrotou a Bélgica (2-0) e a Inglaterra (2-1), garantindo a vaga na final contra a Alemanha. As duas seleções travaram um duelo duro e bem jogado. Contudo, o atacante Ronaldo fez a diferença na partida, justamente ele que, antes da Copa, teve sua condição física contestada por conta de uma grave lesão no joelho. Porém, com uma atuação primorosa, ele marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 sobre os alemães e, além de se consagrar campeão, também se tornou o artilheiro do campeonato com oito gols marcados.
Fontes:
seuhistory.om
google.com
No dia 30 de junho de 1988 morria, no Rio de Janeiro, José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, comunicador de rádio e também famoso na televisão brasileira por conta dos seus programas de auditório, entre 1950 e 1980. Ele morreu devido a um infarto e insuficiência respiratória, além de lutar contra um câncer no pulmão. Nascido no dia 20 de janeiro de 1916, em Surubim (PE), antes de se tornar uma lenda da televisão brasileira, Chacrinha encaminhava seus estudos em Recife, na Faculdade de Medicina.
Aos 21 anos, quando estava no segundo ano da faculdade, ele se mudou para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar nas rádios da capital federal. Em 1943, lançou na Rádio Fluminense um programa de músicas de Carnaval chamado Rei Momo na Chacrinha, que fez muito sucesso. Depois disso, passou a ser chamado de Abelardo "Chacrinha" Barbosa. Nos anos 50, comandou o programa Cassino doChacrinha, em que lançou vários sucessos da música brasileira. Sua estreia na televisão aconteceu em 1956, no programa Rancho Alegre, na TV Tupi. Depois, passou pela TV Rio e, em 1970, foi contratado pela Rede Globo. Dois anos mais tarde, voltou para a Tupi e, em 1978, transferiu-se para a TV Bandeirantes. Retornou à Globo em 1982, onde fez bastante sucesso com o programa Cassino do Chacrinha nas tardes de sábado. Chacrinha é o autor da célebre frase "Na televisão, nada se cria, tudo se copia".
Na década de 70 era chamado de Velho Guerreiro, por conta da homenagem de Gilberto Gil na música "Aquele Abraço". Em seu programa na TV Globo, Chacrinha usava roupas extravagantes e uma buzina de mão para desclassificar os calouros. Ele também contava com jurados e as chacretes. Em 1987, foi homenageado pela Escola de Samba Império Serrano com o enredo "Com a boca no mundo - quem não se comunica se trumbica". Seu aniversário de 70 anos, completados no mesmo ano, foi comemorado com um jantar oferecido em sua homenagem pelo então presidente, José Sarney. No ano seguinte, Chacrinha ficou doente e faleceu no dia 30 de junho de 1988. Em 2009, a vida de Chacrinha foi tema do filme "Alô, Alô Teresinha", de Nelson Hioneff.
Fontes:
seuhistory.com
google.com
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Verbos Anômalos, Defectivos e Abundantes.
• Anômalos: verbos que apresentam mais de um radical ao serem conjugados.
Exemplo: verbo ser e ir.
No verbo ser ocorrem radicais diferentes, note pela diferença entre: seja, era.
No verbo ir, da mesma forma: vou, fui, irei.
Verbo ser:
Eu sou feliz contigo.
Eu fui feliz contigo.
Eu era feliz contigo.
Verbo ir:
Eu vou embora agora.
Eu fui embora ontem.
Eu irei embora amanhã.
O verbo ser e o verbo ir são os principais verbos anômalos. Há, contudo, diversos outros verbos que, apresentando uma irregularidade intensa no seu radical, podem ser considerados anômalos:
Verbo estar;
Verbo haver;
Verbo pôr;
Verbo saber;
Verbo ter;
• Defectivos: não se apresentam em todas as flexões.
Exemplos:
verbo abolir verbo reaver
Presente do indicativo Presente do indicativo
Eu # Eu #
Tu aboles Tu #
Ele abole Ele #
Nós abolimos Nós reavemos
Vós abolis Vós reaveis
Eles abolem Eles #
Os Verbos Defectivos podem ser: impessoais, unipessoais e pessoais.
Verbos defectivos impessoais
Os verbos defectivos impessoais não têm sujeito. Além dos verbos que manifestam fenômenos naturais, o verbo haver (no sentido de existir) e o verbo fazer (no sentido de tempo decorrido) são verbos impessoais e, assim, são normalmente conjugados na 3.ª pessoa do singular.
Exemplos:
Anoitece mais tarde no verão.
Trovejou durante todo o dia.
Venta muito naquela cidade.
Verbos defectivos unipessoais
Os verbos defectivos unipessoais indicam vozes dos animais e, assim, são normalmente conjugados na 3.ª pessoa do singular e do plural.
Exemplos:
Acordei logo que o galo cocoricou.
Assustou-se quando a vaca mugiu.
As abelhas zunem.
Verbos defectivos pessoais
Os verbos defectivos pessoais são verbos que, ao contrário dos impessoais, têm sujeito, mas não são conjugados em todas as formas.
Exemplos:
Vou colorir esta parte, enquanto ele colore aquela. (Uma vez que não existe “eu coloro”, substituímos por outra forma: “Vou colorir”)
Ressarcindo os clientes, o gerente da loja pediu desculpas pelos danos causados. (Uma vez que não existe “ela (a loja) ressarce”, substituímos por outra forma: “Ressarcindo”)
Ele retruca tudo o que falo. Parece que gosta mesmo de retorquir! (Uma vez que não existe “ele retorque”, substituímos pelo sinônimo retrucar: “Ele retruca”)
Abundantes: apresentam duas ou mais formas equivalentes.
Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagalo e Paulo Amaral (P.Físico)
No dia 29 de junho de 1958, na Suécia, o Brasil conquistava o seu primeiro título de Copa do Mundo de futebol. Neste dia, o time brasileiro derrotou na final os suecos por 5 a 2, com gols de Vavá (2), Pelé (2) e Zagallo. O Rei do Futebol tinha apenas 17 anos quando surpreendeu o mundo com o seu talento com a bola. Na primeira fase da competição, o time brasileiro começou com uma vitória sobre a Áustria por 3 a 0, depois empatou sem gols com a Inglaterra e, por último, venceu a União Soviética por 2 a 0. Nas quartas de final derrotou o país de Gales por 1 a 0 e, nas semis, garantiu a passagem à decisão com uma vitória sobre a França por 5 a 2. Pelé foi o vice-artilheiro do torneio, com seis gols marcados. O grande goleador foi o francês Just Fontaine, com 13 gols anotados.
Na época a única forma de acompanhar a Copa do Mundo era pelo rádio. Notem como os narradores (Edson Leite e Pedro Luís, torciam )
Fontes:
seuhistory.com
google.com
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A Língua Portuguesa é um idioma muito rico. A classificação sobre a riqueza da língua se dá pela diversidade de palavras, de sinônimos, de verbos e suas conjugações e pelo conjunto de palavras e expressões que podemos usar para exprimir um pensamento.
Todos já sabemos que a língua portuguesa é uma língua românica originada no latim vulgar, porém com adição de termos do árabe. tupi e outros idiomas.
Por isso algumas dúvidas surgem e vamos tratar de algumas delas nessa postagem.
Esse (a) ou Este(a):
Esse(a)
Usado para retomar um termo, uma ideia ou uma oração já mencionados. Esse (a) referem-se ao passado ou ao futuro mais distante. Ex: Esse ano fui ao Estados Unidos Esse ano irei aos Estados Unidos Notem que a referência não é próxima, ou foi no passado ou no futuro. Também pode indicar algo localizado próximo ao ouvinte, quem está recebendo a mensagem. Exemplos:
A Terra gira em torno do Sol. Esse movimento é conhecido como translação.
Essa caneta que você está segurando é muito boa. (A caneta está próxima do ouvinte)
Este(a)
Introduz uma ideia nova, ainda não mencionada. Também pode indicar algo próximo de quem está falando. Exemplos:
Este argumento de que os homens não choram é ultrapassado.
Este também dá uma ideia de presente e ao futuro muito próximo.
Ex:
Este dia vai ficar marcado
Esta noite vou ao cinema.
Paguei barato por estes sapatos que estou usando. (Os sapatos estão próximos do falante).
Invés de ou em vez de :
Tanto "em vez de" quanto "ao invés de" podem ser usados para expressar ideias opostas.
Exemplo: a frase "em vez de acordar cedo, João dormiu até tarde" é tão correta quanto "ao invés de acordar cedo, João dormiu até tarde". A diferença é que "ao invés de" carrega apenas o sentido de oposição, enquanto "em vez de" pode ser aplicado também quando o sentido é de substituição. Ou seja: na frase "em vez de pagar com cartão de crédito, Maria preferiu cheque" está correta, mas "ao invés de pagar com cartão de crédito, Maria preferiu cheque" está errada. Veja mais alguns casos:
Com ideias opostas, as duas locuções estão corretas:
Ao invés de descer, o elevador subiu.
Em vez de descer, o elevador subiu.
Quando a ideia é de substituição, apenas "em vez de" pode ser usado:
Em vez de viajar de trem, fui de avião.(Correto)
Ao invés de viajar de trem, fui de avião.(Errado)
Ao invés de (indica ideia contrária)
Ex: Ao invés de fiar dando palpites , faça alguma coisa!
Em vez de comer pão comi torradas. (Correto)
Ao invés de comer pão, comi torradas (Errado)
Em vez de pode ser substituído por "no lugar de"
Em vez de ir de ônibus vou de avião.
No lugar de ir de ônibus vou de avião.
Entrega a domicílio ou entrega em domicilio.
É uma outra dúvida na língua portuguesa.
A preposição "a" indica uma ideia de movimento, já a preposição "em" indica uma ideia de lugar.
Assim para entregar alguma coisa em algum lugar normalmente usaremos a preposição "em".
Entrega em domicílio.
Existem alguns gramáticos que aceitam a expressão entrega a domicilio, pois como dito a preposição "a" indica movimento e o verbo entregar é um verbo de movimento.
Então o mais aceito é entrega em domicilio, pois quem entrega entrega em algum lugar.
Assistir televisão ou assistir à televisão ?
O verbo assistir no sentido de observar, ver, acompanhar é transitivo direto, ou seja, precisa de complemento preposicionado. Portanto, o correto é assistir à televisão.
Mas ou Mais Mas é uma conjunção adversativa e dá a ideia de oposição.
Fui ao cinema, mas não gostei do filme.
Sou amigo dele, mas não goto de algumas atitudes.
Já o advérbio Mais, indica acréscimo de intensidade.
Maria é a garota mais bonita do colégio.
Coloquei mais sal na salada.
É comum lermos ou ouvirmos alguém dizendo: "Hoje tinha "menas" gente do que ontem.
Menos é um advérbio de intensidade e pela norma culta o advérbio e o advérbio modifica o substantivo, o adjetivo e o próprio advérbio, mas é um elemento gramatical invariável.
Portanto o correto é : Hoje tem menos gente do que ontem.
A nível de ou em nível de.
Ambas expressões não são aceitas pelos gramáticos.Por quê ?
A nível de ou em nível dão um sentido de nivelar, colocar em situação de igualdade, no entanto, esse uso já arraigado na fala popular encontra opositores.
É melhor que o falante use palavras de sentidos indiscutíveis como “em relação a”, “em termos de”, para que não sofra constrangimentos em determinados ambientes sociais.
É importante ressaltar que o uso de “a nível de” está correto quando a preposição “a” está aliada ao artigo “o” e significa “à mesma altura”, exemplos:
a) Não posso dizer que quem mata está ao nível de pessoas que roubam, no que diz respeito às consequências.
b) Hoje, o Rio de Janeiro acordou ao nível do mar.
Da mesma forma, a expressão “em nível de” está utilizada corretamente quando equivale a “de âmbito” ou “com status de”. Exemplos:
a) O plebiscito será realizado em nível nacional.
b) A votação da nova lei federal será feita em nível de direção.
A conclusão que devemos chegar é que as expressões por si não estão erradas, porém, o uso precisa estar alinhado ao contexto correto.
Vamos falar de outro livro do grande Ernest Hemingway, "As neves do Kilimanjaro".
Lançado originalmente na revista Esquire no ano de 1936, e posteriormente em uma coletânea de contos em 1938, “The Snows of the Kilimanjaro” é até hoje tida como uma das mais importantes obras de Ernest Hemingway. Produzida durante o período entre guerras, essa curta narrativa de pouco mais de 15 páginas mescla algumas das principais características de estilo do autor: escrita concisa, personagens humanizados, situações limites, a decadência do corpo, a eterna fatalidade humana frente a morte, além do fino uso do fluxo de consciência, técnica narrativa em voga nos escritos de seus contemporâneos Virgínia Woolf e James Joyce. O conto foi adaptado para o cinema em 1952, embora o final, esperançoso na adaptação, destoe do caráter sombrio do mostrado no conto.
Hemingway
"Kilimanjaro is a snow-covered mountain 19,710 feet high, and is said to be the highest mountain in Africa. Its western summit is called the Masai 'Ngje Ngi,' the House of God. Close to the western summit there is the dried and frozen carcass of a leopard. No one has explained what the leopard was seeking at that altitude."
"Kilimanjaro é uma montanha coberta de neve, a 6.000 metros de altitude, e diz-se que é a montanha mais alta da África. O seu pico ocidental chama-se ‘Ngàge Ngài’, a Casa de Deus. Junto a este pico encontra-se a carcaça de um leopardo. Ninguém ainda conseguiu explicar o que procurava o leopardo naquela altitude."
Assim começa o conto sobre um safári ao continente africano. Hemingway escreveu mais uma vez sobre caçadas na África, em "As verdes Colinas da África" baseado num safári realizado em 1933 por ele e a esposa Pauline Pfeiffer.
Hemingway e Pauline Pfeiffer
" Desde que a gangrena começara na perna direita ele não sentia dores, e com a dor fora-se também o horror, e tudo o que ele agora sentia era um grande cansaço e irritação por aquilo ser o fim. Em relação àquilo que estava para chegar, não tinha grande curiosidade. Durante anos, tinha-o obcecado; mas agora não significava nada em si mesmo. Estranho, como o cansaço facilitava as coisas. Já não escreveria as coisas que tinha reservado só para escrever quando soubesse o bastante para escrever bem. Bom, também não teria de falhar na tentativa de as escrever. Talvez nunca viesses a ser capaz de as escrever, e essa era a razão por que as adiavas e atrasavas o seu começo. Bem, agora, nunca viria a saber. "
Nesse conto Hemingway narra a história de Harry que com sua esposa fazia um safári às sombras do Kilimanjaro, quando um acidente infecionou a sua perna que gangrenou. Na espera da ajuda, na tenda do acampamento, Harry relembra os acontecimentos importantes de sua vida, durante a guerra, em outras caçadas, da vida em Paris, da casa de Long Island. A história se passa num único dia até que os ferimentos levam Harry à morte.
Kilimanjaro
"Precisamente nesse momento a hiena calou-se na noite e começou a produzir um som estranho, humano, quase um choro. A mulher ouviu-a e mexeu-se, inquieta. Não acordou. Em sonhos, estava na casa de Long Island e era a noite da véspera do début da filha. Sem saber como nem porquê, o pai estava lá e fora muito grosseiro. Então o som da hiena era já tão alto que ela acordou e por momentos ficou sem saber onde estava e com medo. Pegou na lanterna e dirigiu-a para a outra cama que eles tinham trazido para dentro depois de Harry ter adormecido. Viu o volume do corpo dele debaixo da rede dos mosquitos, mas ele tinha como que estendido a perna para fora e ela pendia ao longo da cama. Os pensos tinham caído todos e ela não conseguia olhar para lá. — Molo —, chamou ela. — Molo! Molo! — Depois disse, — Harry, Harry! — Depois subindo de tom, — Harry! Por favor. Oh, Harry! Não houve resposta e ela não o ouvia a respirar. Fora da tenda a hiena fez aquele mesmo som estranho que a tinha acordado. Mas ela não ouvia nada senão o bater do próprio coração. "
O livro foi levado ao cinema em 1952, tendo Gregory Peck e Ava Gardner como personagens principais.
Fontes:
wikipedia.org
docero.com.br
ire aprender.blogspot.com
estantevirtual.com.br
sábado, 27 de junho de 2020
A história de "O conto da aia" passa-se num futuro muito próximo e tem como cenário uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes - tudo fora queimado.
Margaret Atwood
As universidades foram extintas. Também já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa.
Os cidadãos considerados criminosos são fuzilados e pendurados mortos no muro, em praça pública, para servir de exemplo enquanto seus corpos apodrecem à vista de todos.
Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. O nome dessa república é Gilead, mas já foi Estados Unidos da América. As mulheres de Gilead não têm direitos. Elas são divididas em categorias, cada qual com uma função muito específica no Estado - há as esposas, as marthas, as salvadoras etc.
À pobre Offred coube a categoria de aia, o que significa pertencer ao governo e existir unicamente para procriar. Offred tem 33 anos. Antes, quando seu país ainda se chamava Estados Unidos, ela era casada e tinha uma filha. Mas o novo regime declarou adúlteros todos os segundos casamentos, assim como as uniões realizadas fora da religião oficial do Estado.
Era o caso de Offred. Por isso, sua filha lhe foi tomada e doada para adoção, e ela foi tornada aia, sem nunca mais ter notícias de sua família. É uma realidade terrível, mas o ser humano é capaz de se adaptar a tudo. Com esta história, Margaret Atwood leva o leitor a refletir sobre liberdade, direitos civis, poder, a fragilidade do mundo tal qual o conhecemos, o futuro e, principalmente, o presente.
A obra explora os temas da subjugação das mulheres e os vários meios pelos quais elas perdem individualismo e independência.
A história é narrada por Offred e soa como o relato de uma testemunha. Atwood se baseou em notícias para construir o universo e o enredo de O Conto da Aia. Em seu acervo, na Thomas Fisher Rare Book Library, biblioteca da Universidade de Toronto – Atwood se graduou em Inglês na instituição, nos anos 1960 –, encontram-se com o manuscrito do romance os recortes de jornais feitos pela autora. São reportagens sobre o cerceamento às liberdades das mulheres e poluição do meio ambiente.
"O Conto da Aia alerta que, tipicamente, pessoas que buscam poder criam hierarquias que consolidam o poder masculino e patriarcal", analisa a professora. "Insistem que a perda da liberdade das mulheres é justificável porque proporciona 'liberdade'. A falsa mensagem nisso é que mulheres precisavam de proteção da brutalidade masculina e essa proteção, supostamente, implica no escravização pelo estado."
Estamos vivendo momentos críticos no mundo com a ascensão de populistas de extrema direita e conservadores cuja visão de mundo ideal é bastante discutível.
O livro foi transformado em uma série, agora adaptada para a TV, na série The Handmaid´s Tale, exibida pelo Canal Globosat
Fontes:
estantevirtual.com.br
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huffpostbrasil.com
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sexta-feira, 26 de junho de 2020
Quando Eugene O’Neill terminou Longa Jornada Noite Adentro, em 1941, decidiu que a peça não poderia ser lida nem montada senão vinte e cinco anos após a sua morte. Indagado sobre as razões dessa exigência, O’Neill respondeu apenas que uma das personagens ainda vivia. Raros amigos tiveram o privilégio de ler os originais, antes que eles fossem enviados para os cofres da Randon House, a editora que publicava as obras de O’Neill, e para a Biblioteca da Universidade de Yale. Mas a vontade do autor não foi cumprida. Em 1956, três anos depois de sua morte, a viúva de O’Neill, Carlotta Monterey, liberou a publicação e a montagem da peça. Soube-se então por que o dramaturgo não desejava que a Longa Jornada Noite Adentro viesse a público. Com essa autobiografia dramática, como tantos a chamariam, ele ressuscitava seus mortos o pai, a mãe, o irmão —, traçando um comovente retrato da família O’Neill, no qual o autor se identificava com o personagem Edmund. Em 1941, ao concluir a peça, apenas Edmund-Eugene estava vivo. Apesar de seu caráter autobiográfico, Longa Jornada Noite Adentro é muito mais do que um retrato do artista quando jovem. Ainda que O’Neill tenha reproduzido na obra parte de sua vida, também é certo que determinados aspectos da realidade foram omitidos e outros simplesmente inventados. A aventura desse homem singular chamado Eugene O’Neill, tuberculoso na juventude, dominado pelo medo de se tornar um alcoólatra como o irmão, filho de uma mulher que se abandonou ao vício das drogas e de um ator famoso que aviltou seu talento em peças de sucesso comercial, tem paralelos muito estreitos com a realidade de Longa Jornada Noite Adentro. Mas esse destino particular, ao ser recriado por meio do teatro, ganhou dimensão maior — graças, precisamente, ao caráter inconfundível das experiências pessoais do autor —, transfigurando-se e revestindo-se de um sentido comum e universal.
Eugene O´Neill
Eugene Gladstone O'Neill (Nova York, 16 de Outubro de 1888 – Boston, 27 de Novembro de 1953) foi um dramaturgo anarquista e socialista estadunidense. Recebeu o Nobel de Literatura de 1936 e o Prêmio Pulitzer por várias vezes. Suas peças estão entre as primeiras a introduzir as técnicas do realismo influenciado principamente por Anton Chekhov, Henrik Ibsen e August Strindberg. Sua dramatugia envolve personagens que habitam as margens da sociedade, com seu comportamento desregrado, tentando manter inalcançáveis aspirações e esperanças do 'milagre norte-americano'. Tendo escrito apenas uma comédia, (Ah, Wilderness!, todas as suas peças desenvolvem graus de tragédia pessoal e pessimismo. Sua dramaturgia influencia reconhecidamente um importante dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues).
A peça é dividida em quatro atos, cada um em um determinado momento de um dia na família Tyrone, desde o café da manhã, no primeiro ato, até meia-noite, no ultimo ato. Por isso o título, realmente é uma longa jornada noite adentro.
Assim como na família de O'Neill, o pai da família Tyrone é um ator irlandês, em fase de decadência e extremamente avarento. O próprio Eugene é representado no papel de Edmund, um jovem diagnosticado com tuberculose. Seu irmão, Jamie, vive uma vida desregrada, regada a álcool e casos com prostitutas. E sua mãe, Mary, acaba de retornar à casa depois de um tratamento de sua dependência de morfina. Ela aparenta estar melhor, mas conforme o fim do dia se aproxima, Mary volta a usar a substância e fica cada vez mais envolta em memórias do passado, até que, no último ato, ela perde totalmente a consciência devido a uma overdose e perde-se no esquecimento, que vem como um alívio para ela, mas um tormento para a sua família, já fragmentada.
A peça foi encenada algumas vezes no Brasil, numa delas por Cleyde Yacónes e Sérgio Brito.
Nathalia Timberg, Mauro Mendonça, Wolf Maya e Otavio Augusto também encenaram essa obra de O´Neill.
A peça transformou-sem em filme em 1962 com Katherine Hepburn e Ralph Richardson.