O incidente que ocasionou a formação do MMDC ligou-se aos acontecimentos de 22 e 23 de maio de 1932, data em que, por imposição popular, foram feitas modificações no secretariado organizado pelo interventor Pedro de Toledo. O novo secretariado, composto por elementos do Partido Democrático (PD) e do Partido Republicano Paulista (PRP), na época unidos na Frente Única Paulista (FUP), representou a virtual “reconquista do poder” por parte desses políticos, que desde a Revolução de 1930 não haviam conseguido se impor sobre os “tenentes”, detentores dos postos-chave no estado.
Pedro de Toledo
Por outro lado, desde 1931, existiam em São Paulo organizações formadas por grupos de ação que lutavam pelos principais postulados da FUP, ou seja, a autonomia do estado e a reconstitucionalização do país. Dentro desse movimento, além de organizar comícios e de promover a agitação e a mobilização política, os estudantes se dedicavam cada vez mais a atividades paramilitares, com vistas à arregimentação da juventude.
Com o desenvolvimento do processo que levaria à Revolução Constitucionalista de 1932, esses vários grupos — entre os quais a Liga da Defesa Paulista e a Liga Paulista Pró-Constituinte —, ao lado dos autonomistas mais ativos do PD e do PRP e de destacados órgãos de imprensa, como o Diário Nacional, órgão oficial do PD, e O Estado de S. Paulo, passaram a insistir na necessidade de se formar uma organização civil paramilitar que os integrasse, constituindo uma verdadeira vanguarda revolucionária destinada à preparação militar de seus membros.
Dentro desse quadro, por proposta de Paulo Nogueira Filho, foi criada em reunião realizada no Clube Comercial uma “sociedade secreta destinada à formação e direção de uma organização civil paramilitar, tendo por objetivo a defesa da autonomia de São Paulo”.
Os signatários do documento que deu origem a essa milícia civil foram Antônio Pietscher, Paulo Nogueira Filho, Carlos de Sousa Nazaré (presidente da Associação Comercial de São Paulo), Edgar Batista Pereira e Gastão Saraiva. Logo passaram a integrar a comissão diretora da organização Sílvio de Campos e Antônio Pacheco e Silva. Essa milícia foi na verdade o embrião do MMDC.
Atuação pré-revolucionária
Criada a organização no mês de maio, seu comando foi entregue a um conselho geral, ao qual se subordinavam três grandes divisões: a direção geral de abastecimento, a intendência geral e o departamento de finanças.
Da primeira diretoria do MMDC fizeram parte Sílvio de Campos, Prudente de Morais Neto, Carlos de Sousa Nazaré, Antônio Pereira Lima, Antônio Carlos Pacheco e Silva, Aureliano Leite e Antônio Pietscher. Da segunda diretoria participaram Júlio de Mesquita Filho, Antônio Carlos de Abreu Sodré, Joaquim Celidônio Filho, Elias Machado Sodré, Cesário Coimbra, Jaime Leonel, Mário Bastos Cruz, Abelardo Vergueiro César, Alarico Franco Caiubi e Luís de Toledo Piza.
Na fase pré-revolucionária, o MMDC foi responsável, em última análise, pela unificação dos núcleos paulistas de oposição ao Governo Provisório, pela preparação militar de grupos de ação direta (a cargo, principalmente, do capitão Antônio Pietscher e do tenente Benito Serpa) e pela criação de serviços auxiliares de guerra.
Com o auxílio da Liga das Senhoras Católicas, a organização criou serviços de alistamento, de instrução, de abastecimento, de concentração e de alojamento de voluntários, bem como de assistência às suas famílias. Desenvolveu também serviços técnicos de organização e controle.
Além de atuar nesses diferentes setores, o MMDC promoveu as chamadas “caravanas de propaganda cívica”, que incluíam a pregação diária nas ruas e a divulgação de cartazes e de filmes.
A capital paulista foi dividida em setores estratégicos e o interior do estado, em distritos. Só na cidade de São Paulo, segundo Aureliano Leite, em menos de dez dias a organização inscreveu cerca de cinco mil cidadãos, “prontos a pegar em armas por São Paulo”.
Na verdade o anacrônico MMDC foi um mote da coragem de estudantes contra a opressão.
De fato, Mário Martins de Almeida, o Martins não era um estudante, na época tinha 31 anos.
Euclides Bueno Miragaia, Miragaia tinha 21 anos na época também não era estudante, trabalhava no cartório de seu tio próximo à Rua Barão Barão de Itapetininga.
Antonio Américo Camargo de Andrade, o Camargo, também não era estudante tinha 31 anos na época em que tentaram invadir a sede do Partido Popular Paulista (PPP) que apoiava Getúlio Vargas.
Por fim Drausio Marcondes Filho tinha 14 anos na época
A Revolução de 1932, e estava no lugar errado na hora errada, foi alvejado pelos tiros, socorrido com vida e levado à Santa Casa de Misericórdia onde morreu em 28 de Maio de 1932.
Embora com direção própria, já em meados de junho de 1932 o MMDC passou a coordenar suas atividades em harmonia com a direção da conspiração militar chefiada pelo general Isidoro Dias Lopes.
Com efeito, em julho, quando irrompeu a revolução, o MMDC já havia realizado intenso trabalho de formação de um “exército civil” constitucionalista, organizando batalhões de voluntários que chegaram a aliciar cerca de 150 mil homens.
Durante todo o tempo em que transcorreu a luta armada, o MMDC, através de seus serviços auxiliares, tratou de toda a parte logística, provendo os soldados de munições, suprimentos e agasalhos, sem descuidar de seu contínuo alistamento.
O MMDC constituiu, portanto, a grande retaguarda das forças paulistas envolvidas na Revolução de 1932.
Fontes:
wikipedia.org
seuhistory.com
fgv.br
google.com
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