segunda-feira, 4 de maio de 2020

Noel Rosa | IMMuB - O maior catálogo online da música brasileira

No dia 4 de maio de 1937, no Rio de Janeiro, o Brasil perdia o sambista, cantor, compositor, bandolinista e violonista Noel Rosa, um dos mais importantes artistas da música brasileira. Ele se tornou célebre por fazer a união do samba do morro com o do asfalto, principalmente por meio do rádio. Seu rosto marcante, com uma deformidade no queixo, foi um sinal que a vida lhe deixou logo no parto, no dia 11 de dezembro de 1910, também no Rio de Janeiro. Para fazê-lo vir ao mundo, os médicos utilizaram o fórceps " instrumento ginecológico que auxilia a retirada do bebê" -, que acabou afundando seu maxilar. Sua vida foi breve, mas intensa. Noel Rosa morreu aos 26 anos, vítima de uma tuberculose causada pela boêmia. Apesar de ter morrido jovem, ele deixou um legado de centenas de canções. Seu primeiro sucesso, "Com que Roupa?", logo caiu no gosto dos foliões no carnaval de 1931. Noel tinha 20 anos e  conta a história e são várias sobre Noel que :


“Certo dia, ou melhor, certa noite, Noel tinha decidido agradar sua mãe ficando em casa e indo dormir cedo, coisa bem rara na sua vida. Quando o relógio da sala bateu as nove badaladas, a campainha tocou. Eram alguns amigos de Noel convidando-o para sair. Dona Martha pediu que esperassem e, com um sorriso maroto, foi ao quarto avisar o filho. Noel pulou da cama e começou a revirar o armário em busca de uma roupa ajeitadinha. Que ficar em casa que nada, ele iria era pra farra! Vira daqui, mexe dali e nada. Nas gavetas, só pijamas, cuecas e sapatos. os amigos começaram a ficar impacientes com a demora e começaram a chamar Noel. Este, já tenso, não sabia o que fazer e pediu ajuda à mãe.. Dona Martha deu de ombros e, com ar de satisfação, disse que talvez tivesse sido algum engano da lavadeira.

(…) O rapaz, que já antecipara o prazeres da noitada, entrou em desespero: ‘ Eu quero ir, pessoal, mas com que roupa, com que roupa eu vou?’ E não teve jeito. Os amigos foram embora, Noel sossegou o facho e Dona Martha finalmente soltou um sorriso de satisfação. Não é que tinha dado certo? esconder a roupa do filho era a melhor coisa para fazê-lo ficar em casa e não piorar ainda mais da febre e do resfriado. Os amigos foram, ficou a inspiração”.


Com que roupa



Este foi apenas um dos vários sucesso da sua carreira. Nos bares do bairro da Vila Isabel, ele aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música. Para a Vila, escreveu quatro belos sambas.





Conversa de botequim


A canção registrada em 1935 foi feita com o compositor e arranjador paulista Vadico, considerado o maior parceiro de Noel.

Em Noel Rosa, uma Biografia (1990), os autores João Máximo e Carlos Didier descrevem a canção como uma "prodigiosa crônica dos cafés cariocas e seus folgados frequentadores", cercados de garçons, cinzeiros, palitos, jogo do bicho, futebol e pagamento fiado.


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Para o antropólogo Roberto DaMatta, em artigo no jornal O Globo, os "faça o favor" espalhados pela letra representam um marcador cultural que torna o pedido algo "educado", mesmo que ele seja um imperativo abusivo e absurdo.


Mas segundo os biógrafos o principal ponto da música Conversa de Botequim, "escorregadia como um choro", é a harmonia entre letra e melodia.

"Em nenhuma outra é tão harmonioso o casamento da melodia com a letra, pontuação perfeita, acentuação irrepreensível (nem todos têm muito cuidado para com esse detalhe técnico de uma letra, a acentuação da palavra tendo de coincidir com a acentuação musical, isto é, a sílaba mais forte correspondendo à nota sobre a qual recai o acento melódico)", descrevem.

Segundo os biógrafos, não é possível determinar se Vadico foi o responsável pela melodia inteira e "Noel criou para ela os mais exatos versos de toda a canção brasileira", ou se ambos trabalharam na construção da música, hipótese mais provável.


Noel e Lindaura(esposa)

Nas suas letras estavam presentes uma crítica ao cotidiano, com o humor seco e sarcástico. Além da paixão pela música, Noel Rosa também gostava muito das mulheres. Dos seus amores, dois foram marcantes: a esposa "oficial" Lindaura de Medeiros Rosa e a amante Juracy Correa, a Ceci, que inspirou Noel a escrever o clássico "Dama do Cabaré".


Dama do Cabaré (Orlando Silva)





Fontes:
musicaemprosa.wordpress.com
seuhistory.om
google.com
youtube.com
bbc.om/portuguese

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