segunda-feira, 18 de maio de 2020





Túpac declarou o fim dos impostos e da escravidão, mas os espanhóis não deixaram barato




Após derrotar os espanhóis na batalha de Sangarara, Tupac Amaru II foi traído por um dos seus oficiais que o entregou aos europeus, enquanto o líder revolucionário rumava às montanhas para reunir suas tropas.

HISTORIA D TUPAC AMARU | Cultura espanhola, Cultura

Tudeo começou com a conquista de Francisco Pizarro, espanhol que conquistou o Perú e o Império Inca.

Pizarro conquistou Cusco, a capital inca, e capturou e executou Atahualpa, seu imperador. Em seguida nomeou um novo ocupante para o trono: Manco Inca Yupanqui. Pouco tempo depois, no entanto, Manco Inca percebeu que estava sendo usado pelos espanhóis e fugiu de Cusco, iniciando uma revolta.

Execução do imperador Atahualpa

Foram várias as revoltas contra os conquistadores. Descendente do primeiro Túpac, José Gabriel Túpac Amaru era um dos líderes que discordavam dessa prática. Curaca de Pampamarca, Tungasuca e Surimana, morava na província de Tinta, a 100 quilômetros de Cusco. Túpac herdou de sua família 70 pares de mulas, com as quais transportava mercadorias através dos Andes.

No meio daquela região montanhosa, ter um par de mulas era como ter um caminhão. Túpac era próspero, respeitado e bem relacionado. Insatisfeito com o que via na região, defendia junto às autoridades espanholas uma reforma no sistema colonial. 

Aos tribunais de Lima encaminhara um pedido oficial em que pediu a eliminação do cargo do corregedor, substituindo-o por prefeitos eleitos nas províncias e povoados, e o fim da mita. Nada conseguiu. Aos poucos, passou a espalhar a ideia de rebelião. Em uma carta aberta à população, dizia que os corregedores faziam do sangue dos peruanos sustento para sua vaidade. Conseguiu a simpatia e apoio de alguns curacas, que se dispuseram a lutar.




O mundo amanheceu ao contrário naquele dia em Tinta, um pequeno povoado no sul do vice-reino do Peru. Acostumada a ser explorada e maltratada pelas tropas do mandachuva local, o espanhol Antonio Arriaga, a população mal conseguia acreditar que era ele quem dava seus últimos suspiros, pendurado pelo pescoço na ponta de uma corda, em plena praça central do vilarejo.


Túpac Amaru, líder da maior revolta indígena da América

Ao seu lado, comandando a execução, estava José Gabriel Túpac Amaru. Vestido para a guerra, com o tradicional ornamento inca em forma de um sol dourado no peito, convocava aos berros índios, mestiços e negros para lutar contra a dominação espanhola.

Naquele 4 de novembro de 1780, com o corpo de Arriaga balançando atrás de si, Túpac Amaru, descendente da linhagem imperial dos incas, declarou que não existiam mais impostos e que os escravos estavam livres. "Foi o início de uma rebelião que se espalharia pelos Andes e chegaria até os altiplanos bolivianos", diz Julio Vera del Carpio, historiador da Casa da Cultura Peruana, em São Paulo. Quase 300 anos depois de os espanhóis desembarcarem na América, o filho do sol estava de volta.


Tupac Amaru - Quem foi, conquista espanhola e movimento revolucionário



Depois de preso, devido a traição de um de seus oficiais.


Túpac e sua família foram levados a Cusco, onde foram torturados para que dessem informações sobre os demais líderes rebeldes, como Diego Cristóbal, que conseguira fugir.

"Diz a tradição que, sem ter como se comunicar com seus companheiros, Túpac escreveu uma carta com seu próprio sangue, em um pedaço de suas vestes, convocando todos para a luta, mas a mensagem acabou interceptada pelos espanhóis", diz o antropólogo Rodrigo Montoya, da Universidade San Marcos, em Lima. Após 35 dias de torturas, em 18 de maio de 1871 Tupac foi levado para receber sua sentença em praça pública, no centro de Cusco: esquartejamento.






Amaru foi submetido a torturas para delatar onde estava seus oficiais, mas ele se negou a passar as informações. No dia 18 de maio de 1781, o líder rebelde presenciou a morte de sua esposa, dois dois filhos e de aproximadamente 50 rebeldes na praça central de Cusco. Depois, foi amarrado a quatro cavalos, que deslocaram os seus membros. Depois, um carrasco espanhol decapitou e mutilou o corpo do primeiro líder revolucionário que lutou pela independência de seu povo na América do Sul.

Outras rebeliões e seguiram como inspiração ao grande líder Tupac Amaru, apesar de serem todas sufocadas pelas autoridades repressoras o nome da Tupac incentivou vários rebeldes na Améria Latina.

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Estátua de Tupac Amaru conduzindo os revoltosos


Nos anos que se seguiram, os colonizadores exerceram uma forte repressão à cultura incaica e qualquer ornamento da nobreza inca foi proibido. "Falar o nome de Túpac Amaru em público virou um insulto aos espanhóis, um ato de rebeldia. A perseguição, no entanto, só aumentou o mito que se criou em torno dele e fez com que seus lendários feitos influenciassem gerações de revolucionários americanos, de Bolívar a Che Guevara", diz Montoya.

O poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973), em um verso de 1970, recordou Túpac "Como um sol vencido/ uma luz desaparecida.../ Túpac germina na terra americana".



Fontes:
seuhistory.com
aventurasnahistoria.uol.com.br
google.com
wikipedia.org

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