sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Hoje, 21 de dezembro faz 38 anos da morte de um dos maiores dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues.

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Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em 1912. Aos 5 anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar na Rua Alegre, em Aldeia Campista, bairro que depois seria absorvido pelos vizinhos Andaraí, Maracanã, Tijuca e Vila Isabel. Em contato com a imaginação fértil do futuro escritor, a realidade da Zona Norte carioca, com suas tensões morais e sociais, serviu como fonte de inspiração para Nelson construir personagens memoráveis e histórias carregadas de lirismo trágico.

Aos 13 anos, ingressa na carreira de jornalista, trabalhando como repórter policial em A Manhã, um dos jornais fundados por seu pai, Mário Rodrigues, que marcaram época – o segundo foi Crítica, palco de uma tragédia que abalaria o dramaturgo profundamente: o assassinato de seu irmão, o ilustrador e pintor Roberto Rodrigues, em 1929.

Lado a lado com o teatro, o jornalismo foi para ele um ambiente privilegiado de expressão. Dentre seus textos propriamente jornalísticos, destacam-se aqueles dedicados ao futebol, em que empregou toda sua veia dramática, transformando partidas em batalhas épicas e jogadores em heróis. Trabalhou nos mais diversos jornais e revistas, assinando artigos e crônicas, como a popular e discutida coluna “A Vida Como Ela É…”.

Em 1943, a consagração no Teatro Municipal do Rio de Janeiro: sua segunda peça, Vestido de Noiva, montada por um grupo amador, Os Comediantes, dirigida pelo polonês recém-imigrado Ziembinski e com cenários de Tomás Santa Rosa, revolucionava a maneira de se fazer teatro no Brasil. Sua peça seguinte, Álbum de Família, de 1946, que trata de incesto, foi censurada, sendo liberada apenas duas décadas depois. Dali em diante, sua obra despertaria as mais variadas reações, nunca a indiferença.



Em 1944, Nelson adotou o pseudônimo de “Suzana Flag” e escreveu “Meu Destino é Pecar”. “O Jornal” publicou a obra como folhetim contendo 38 capítulos e depois foi lançado como livro. Sob o mesmo pseudônimo também foram escritos outros títulos e uma autobiografia da personagem. Em 1946 escreveu "Álbum de Família", que abordava incesto e foi censurada, recebendo aval para publicação vinte anos depois.

Nelson e alguns de seus irmãos e irmãs trabalharam no jornal “Última Hora”. Lá ele escreveu as crônicas de “A Vida Como Ela É”, publicadas em forma de série na coluna diária.

Em 1954 escreveu a peça “Senhora dos Afogados”, barrada pela censura. Em 1957, estreou como ator na peça “Perdoa-me Por Me Traíres”. Em 1960 sua peça “Boca de Ouro”, retratando os bastidores da reportagem policial, foi encenada nos palcos do atual Teatro Cacilda Becker.


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Em 1961 a peça “O Beijo no Asfalto” alcançou grande sucesso, ficando sete meses em cartaz no Teatro Ginástico.
Nos anos seguintes estreiam as telenovelas “A Morta Sem Espelho” e “Pouco Amor Não é Amor”.

Em 1965 escreveu “Toda Nudez Será Castigada”, adaptada para o cinema e premiada no primeiro Festival de Gramado em 1973. Também conquistou o Urso de Prata no Festival de Berlim.


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Cleyde Yácones e Nelson Xavier


Em 1974 estreia a peça “Anti-Nelson Rodrigues”. Em 1978 a crônica “A Dama do Lotação” chega ao cinema, protagonizada pela atriz Sonia Braga. Escreve sua última peça, “A Serpente”.


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Nelson Rodrigues escandalizou público e imprensa com seu estilo marcante, criando textos recheados de crimes e escândalos.

O prestígio alcançado pelo reconhecimento de seu talento não livrou-o de contestações ou perseguições. Classificado pelo próprio Nelson Rodrigues como “desagradável”, seu teatro chocou plateias, provocando não apenas admiração, mas também repugnância e ódio, sentimentos muitas vezes alimentados por seu temperamento inclinado à polêmica e à autopromoção.

Nelson Rodrigues morreu no Rio de Janeiro, em 1980, aos 68 anos. Além dos romances, contos e crônicas, deixou como legado 17 peças que, vistas em conjunto, colocam-no entre os grandes nomes do teatro brasileiro e universal.


Fontes:
funarte.org.br
google.com.br
infoescola.com

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