Hoje vamos falar do historiador, filosofo e pensador muçulmano Ibn Khaldun.
Um tanto desconhecida no Ocidente, sua obra os Prolegômenos serviu de base para a História Moderna, e filosofia.
A palavra prolegômeno significa a introdução, ou noções preliminares de um estudo, ou de uma obra.
Nascido em Túnis, na Tunísia, filho de uma família da elite, Ibn Khaldun (1332-1406) foi um dos primeiros teóricos da história que surgiram no mundo. Trabalhou em muitas cortes e por 2 vezes foi preso. Entre seus trabalhos de maior repercussão, está um sobre a história dos povos berberes. Morreu no Cairo, Egito, onde está sepultado até hoje.
Sua obra principal; "Prolegômenos", é a primeira parte de um conjunto de 3 livros escritos pelo grande pensador árabe Ibn Khaldun. Nele, encontram-se pela primeira vez reflexões gerais sobre a história. A obra fala ainda de várias ciências, do Corão, religião, matemática, filosofia, artes, costumes… Além disso, trata-se do mais importante registro do mundo árabe pré-moderno.
O livro, apesar de pouco conhecido no Ocidente, é uma referência para historiadores do mundo inteiro e ferramenta fundamental para se compreender as sociedades muçulmanas. Khaldun foi pioneiro em discutir as leis gerais que regem o surgimento e a queda das civilizações. Muitos estudiosos apontam a obra como precursora da moderna historiografia, sociologia e economia.
o primeiro volume de seu livro sobre a história universal, Kitab al-Ibar. Ele é considerado um precursor de várias disciplinas científicas sociais: demografia, história cultural, historiografia, filosofia histórica e sociologia.
Ele também é considerado um dos precursores da moderna economia ao lado do antigo erudito indiano Cautília.
Ibn Khaldun é considerado por muitos como o pai de várias destas disciplinas e das ciências sociais em geral, por ter antecipado muitos elementos dessas disciplinas séculos antes de terem sido fundadas no Ocidente.
Ibn Khaldun teve oportunidade de conhecer e morar nos grandes centros de poder, que também eram os pólos de efervescência cultural, notadamente o Cairo, sob controle mameluco, onde exerceu a função de cádi (juiz) e lecionou na Universidade de al-Azhar. No período compreendido entre os séculos XIII e XIV as fronteiras do mundo muçulmano mudaram substancialmente. Na área oriental, uma dinastia mongol, vinda da Ásia Oriental, conquistou o Irã e o Iraque, e colocou um fim ao califado abássida em Bagdá, em 1258. Convertidos ao Islã, os mongóis foram freados na sua tentativa de marchar para o oeste pelo exército egípcio formado por escravos militares (mamelucos). Oriunda do Cáucaso e da Ásia Central, a elite militar mameluca governou o Egito por mais de dois séculos (1250-1517); também governou a Síria a partir de 1260, e controlou as cidades santas da Península Arábica. Na parte ocidental, o declínio da dinastia almôada deu lugar a vários estados; no Magreb, entre eles, o dos marínidas no Marrocos (1196-1465) e o dos hafsidas, na Tunísia (1228-1574). A maior parte de Al-Andalus, a Península Ibérica muçulmana, de onde provinha a família dos Beni Khaldun, caiu nas mãos dos reinos cristãos do Norte e, em meados do século XIV, do antigo esplendor muçulmano só restava o reino de Granada, no sul.
Khaldun demostra, pautando-se em considerações históricas, que a sociedadeapresenta um movimento, ou seja, etapas onde o seu poder ascende, depois se acomodae enfraquece, dando margem para uma reviravolta, tendo em vista que outra dinastiaanimada por um espírito de grupo maior poderia dominá-la e controlar seus costumes.Quando a dinastia conquistadora funda uma cidade é necessário observar que esse grupovitorioso alcançou o status de civilização. O que ocorre em seguida é a construção degrandes monumentos e belas mesquitas. No entanto, esses símbolos do poder e dacivilização com o passar do tempo e com o espírito de grupo enfraquecido deixamargem para a corrupção e para uma nova reestruturação política local.
Na sua obra, o historiador define a civilização humana como sendo formada por indivíduos livres, autônomos e iguais e constituida por dois pólos em equilíbrio, a civilização rural (umram badawi) e a civilização urbana (umram hadari), sendo ambas complementarias.
No Ocidente, a obra de Ibn Khaldun ganhou reconhecimento a partir do trabalho desenvolvido na França, no século XIX, por Antoine Isaac, Baron Silvestre de Sacy (1758-1838), gramático e editor de textos árabes e persas. A partir de então passa a ser conhecida em toda a Europa. O impacto das idéias de Ibn Khaldun nos círculos intelectuais europeus pode ser medido pelo uso que delas fizeram algumas das figuras mais proeminentes do continente, como o filósofo alemão Friedrich Engels, fundador junto com Karl Marx, do socialismo científico.
Estátua de Ibn Khaldun na Tunísia
Fontes:
dicio.com.br
super.abril.com.br
google.com.br
icarabe.org/artigos
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