Ilha de Páscoa com seus estranhos gigantes de pedra. Uma estrela solitária, em pleno Pacífico, cercada de mistérios por todos os lados. Ao cair da noite, a escuridão toma conta de tal maneira que só a lua cheia e os pontinhos brilhantes das constelações conseguem atenuar seus segredos. Conforme nasce o dia, a ilha vulcânica vai se revelando aos poucos e exibe quase 900 moais deixados pela civilização Rapa Nui, a meio caminho entre a América e a Oceania.
Distante de tudo. A pequena Ilha de Páscoa pertence ao Chile. No entanto, é preciso voar cinco horas para chegar à costa chilena que fica a 3.700 quilômetros dali. A Polinésia Francesa é uma de suas vizinhas mais próximas e está a 4.100 quilômetros. As Ilhas Pitcairns, com seu pequeno povoado, ficam a pouco mais de 2.000 quilômetros. O Havaí é outro de seus vizinhos distantes. Basta olhar um mapa para perceber seu total isolamento.
Há três milhões de anos os poderosos vulcões Poike, Rano Kau e Maunga Terevaka fizeram surgir essa ilha vulcânica de formato triangular com pouco mais de 160 quilômetros quadrados. Tamanho comparável a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Seu solo é muito irregular. Repleto de crateras, campos de lava, cavernas e montanhas formadas por cones vulcânicos de beleza exótica. Mesmo fazendo parte da “Polinésia” não ostenta aquele mar em tons de azul que o nome sugere. Seu azul é profundo. Escuro. Denso. Misterioso. Praias quase não têm pois as pedras vulcânicas se encarregam de preencher os contornos da ilha. Apenas duas faixas estreitas de areia podem ser encontradas em Anakena e Ovahe acomodando alguns moais que insistem em dar as costas ao oceano.
Controvérsias dão o tom das especulações sobre a história do povo Rapa Nui e de seus deuses de pedra. Alguns estudiosos dizem que a ilha foi colonizada por um grupo de exploradores vindo das Ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa. A data de sua chegada é bastante incerta. Há quem diga que foi ao redor do século IV, outros dizem que foi século VIII ou ainda século XIII.
Também se fala que talvez tenham vindo da América do Sul, o que é menos provável. Nada conclusivo, pois eles deixaram poucas inscrições em hieróglifos, num sistema chamado de rongo-rongo, que nunca foram decifrados e isso dificulta as investigações. O que se sabe realmente é que o povo se estabeleceu e se organizou em grupos. As bordas da ilha eram dedicadas aos centros cerimoniais e aos líderes. As famílias comuns viviam mais no interior onde construíam suas casas, plantavam e criavam animais. Durante séculos, o culto aos reis, guerreiros e sacerdotes ancestrais - tratados como deuses - foi o centro da vida do povo. Eles construíam “ahu” (altares cerimoniais) e esculpiam “moais” (deuses de pedra), entre 1400 e 1600 d.C.
Os moais eram estátuas fúnebres construídas sobre os túmulos dos líderes. Geralmente eram posicionados de costas para o mar e com a face voltada para o povoado. Era por meio deles que o povo continuaria sendo protegido por seus líderes mesmo depois de sua morte. Com o passar do tempo as esculturas foram ganhando tamanho e riqueza de detalhes para mostrar seu poder. Elas têm em média entre 5 e 7 metros de altura e chegam a pesar até 80 toneladas. Hoje, a Ilha de Páscoa é repleta desses gigantes com cabeças enormes, nariz afilado e corpos robustos. Os moais continuam espalhados pelo terreno vulcânico de vegetação rasteira desafiando os historiadores e trazendo hordas de turistas. Alguns aguentam firmes em pé. Solitários ou alinhados em grupo. Outros já tombaram pelo chão ou mesmo para dentro do mar. Também há os que tenham mudado de endereço e possam ser vistos em museus.
A Ilha de Páscoa hoje tem 5 mil habitantes que vivem concentrados principalmente na capital Hanga Roa. Essa é a única "cidade" da ilha, se é que dá para chamar de cidade, pois na verdade é apenas um vilarejo. O centro é formado por poucas ruas com lojas, restaurantes, farmácia, mercado, caixa eletrônico, locadora de motos e carros. O turismo vem crescendo bastante, mas o jeito pacato e simples de viver continua ditando as regras.
A ilha já tem eletricidade e internet, e conta com um aeroporto com voos diários para o Chile, além de pousadas.
Fontes:
viajepelomundo.com
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