Hoje vamos falar de uma das cidades mais famosas no Oriente Médio, Jerusalém.
Jerusalém é uma das cidades mais antigas do mundo. Ela foi fundada há mais de 4.000 anos. Sua história dramática e instável, repleta de altos e baixos não tem similar. Nenhuma outra cidade do mundo consegue nos cativar como faz justamente esta cidade.
O centro da História da Salvação
Esta cidade – Jerusalém – localizada a 760 metros de altura no planalto judeu, situa-se no ponto de encontro de três continentes – Ásia, África e Europa. Por sua posição central, nos tempos antigos ela também formava o ponto de intersecção das grandes civilizações antigas – Sumeriana (Mesopotâmia Austral) Egípcia e Grega.
De acordo com as afirmações da Bíblia, Jerusalém forma o centro geográfico do Plano de Salvação de Deus. Em Ezequiel 5.5, lemos:
“Assim diz o Senhor, o Eterno: Esta é Jerusalém! Eu a coloquei no centro entre as nações e terras ao seu redor”.
Durante a sua longa história, Jerusalém foi destruída pelo menos duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes e capturada e recapturada outras 44 vezes. A parte mais antiga da cidade foi estabelecida no IV milênio a.C. Em 1538, muralhas foram construídas em torno da cidade sob o regime de Solimão, o Magnífico. Atualmente aqueles muros definem a Cidade Antiga, que é dividida em quatro bairros — armênio, cristão, judeu e muçulmano — desde o início do século XIX. A Cidade Antiga se tornou um Patrimônio da Humanidade em 1981, está na lista de patrimônios em perigo. Jerusalém moderna cresceu para muito além dos limites da Cidade Antiga.
Muro das lamentações
De acordo com a tradição bíblica, o rei Davi conquistou a cidade dos jebuseus e estabeleceu-a como a capital do Reino Unido de Israel, enquanto seu filho, o rei Salomão, encomendou a construção do Primeiro Templo. Estes eventos fundamentais, abrangendo o fim do I milênio a.C., assumiram uma importância simbólica central para o povo judeu. O apelido de "cidade santa" (עיר הקודש, transliterado ‘ir haqodesh) foi provavelmente associado a Jerusalém no período pós-exílio. A santidade de Jerusalém no cristianismo, conservada na Septuagésima, que os cristãos adotaram como sua própria autoridade, foi reforçada pelo relato do Novo Testamento da crucificação de Jesus.
Montanhas da Judeia
Para o islã sunita, a cidade é o terceiro lugar mais sagrado do mundo, depois de Meca e Medina, na Arábia Saudita. Na tradição islâmica em 610, a cidade é a primeira quibla — o ponto focal para a oração muçulmana (salat) — e é onde Maomé fez sua viagem noturna, quando teria ascendido aos céus e falado com Deus, de acordo com o Alcorão. Como resultado, apesar de ter uma área de apenas 0,9 quilômetros quadrados, a Cidade Antiga é o lar de muitos locais de importância religiosa seminal, entre eles o Monte do Templo e sua parede ocidental, a Igreja do santo Sepulcro, a Cúpula da Rocha, a Tumba do Jardim e Mesquita de al-Aqsa.
Mesquita de Agsa
Tumba do jardim
Cúpula da Rocha
Igreja do Santo Sepulcro
Palestina era o nome que tinha então a região que os judeus queriam. Lá viviam já meio milhão de árabes, mas rapidamente os judeus foram-se instalando em massa. Na altura da Iª Guerra Mundial - que aconteceu entre 1914 e 1918 - já eram 60 mil. Mas ainda faltava muito para terem o seu Estado. Pelo meio haveria de surgir, na Alemanha, um ditador de nome Adolf Hitler, que perseguiu e tentou exterminar o povo judeu, sendo responsável por um dos maiores massacres da História e pela IIª Guerra Mundial (1939-45). Esta perseguição deu origem à fuga de milhares de judeus, rumando também à Palestina. Pouco depois do fim da guerra já eram mais de meio milhão naquela região. Finalmente, em 1948, o Mundo confirmava a existência do Estado de Israel, na região de onde tinham sido expulsos dois mil anos antes.
Nada disto foi fácil. Desde logo originou confrontos, porque os Judeus argumentavam que apenas regressavam a um território que sempre foi seu, e os árabes entendiam que estavam a ser alvo de uma invasão. No centro desta guerra estava Jerusalém: os judeus reclamavam-na “eterna e unificada”; e os muçulmanos sublinhavam que para eles era cidade santa. Aliás, um ano antes de ser confirmado o Estado de Israel, a ONU - uma organização que tenta manter a Paz no Mundo - sugeriu que aquele território fosse dividido em dois estados, um árabe e um judeu; e que Jerusalém não fosse de nenhum. Seria zona neutra. Os árabes disseram não.
Os conflitos intensificaram-se e em 1967 teve lugar a chamada Guerra dos Seis dias, cujas consequências se fazem sentir até hoje. Basicamente, mudou o mapa da região, porque Israel, de uma só vez, ficou com muitas terras dos árabes e tomou conta de Jerusalém Oriental, onde está a Cidade Velha e as Mesquitas dos árabes, considerado por estes um lugar santo. Até ali os judeus só controlavam a parte ocidental. A ONU nunca concordou e obrigou Israel a devolver aqueles territórios.
Nos anos seguintes, houve muitos momentos tensos, como, por exemplo, em 1987 e em 2000, mas a comunidade internacional, que foi tentando apaziguar o conflito, decidiu que o destino de Jerusalém seria um assunto para ser resolvido entre aqueles dois povos. Para o Mundo, a capital de Israel seria Telavive e a dos palestinianos seria Ramallah. Quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, veio agora declarar Jerusalém como capital de Israel, reacendeu a velha guerra. Logo a seguir, os países árabes declararam-na como capital da Palestina. Talvez o certo fosse declará-la uma capital do Mundo inteiro, um lugar para todos, administrado pela ONU.
Mais que por sua situação geográfica ou demográfica ou de fontes de recursos minerais, que são bem pobres, Jerusalém vale mais por sua história e seu significado mítico. Por ela se matou e muitos morreram, como na História das Cruzadas.
Fontes:
chamada.com.br/mensagens/jerusalem_sem_igual
tag.jn.pt/afinal-jerusalem
wikipedia.org
google.com.br
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