15 de Novembro.
Dia da Proclamação da República do Brasil.
Proclamação da República
A proclamação da República Brasileira pode ser definida como um golpe político-militar, oficializado em 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil na época. Este levante destituiu o então imperador D. Pedro II de seu cargo, pondo fim a monarquia parlamentarista do Império e instituindo uma república presidencialista, cujo primeiro presidente foi o principal líder do movimento, Marechal Deodoro da Fonseca.
Embora tenha sido o único a obter sucesso, tivemos mais eventos de cunho republicano que ocorreram por aqui, como por exemplo a Confederação do Equador (1824) e também a Revolução Farroupilha (1839), que possuíam características claramente republicanas, sendo contra o regime absolutista comandado por D. Pedro nestes períodos.
Uma das razões que pode explicar o sucesso da última revolução é o fato de que o governo de D. Pedro II não possuía apoio em praticamente nenhum setor da sociedade naquela época.
D.Antonio, Conde D`Eu, Princesa Isabel, D.Pedro II, Pedro Augusto, dois filhos da Princesa Isabel e do Conde D`Eu e a imperatriz Teresa Cristina
No início da década de 1880, D. Pedro já havia perdido o apoio da igreja, no episódio que ficou conhecido como “questão religiosa”, em virtude de prisões e perseguições a bispos e integrantes da igreja que condenavam a prática da maçonaria, permitida durante o império.
O governo também já não contava mais ajuda dos militares, principalmente após a Guerra do Paraguai (1864-1870), na qual a base militar ganhou prestígio no ambiente social, fazendo com que parte de seus integrantes tivessem a ambição de adquirir importância política durante o período.
Em meados da década de 1880, o governo era sustentado principalmente pelos cafeicultores do vale do Paraíba, que eram grandes latifundiários e contavam com mão de obra escrava. Com a assinatura da Lei Áurea (1888), D. Pedro não só perde o único apoio que o mantinha no governo, mas também adquire novos opositores, os republicanos do treze de maio.
Dois trajetos de carruagem no meio da noite, rumo a um destino desconhecido, marcaram as dramáticas guinadas da vida de Pedro, o segundo e último imperador do Brasil. Aos 5 anos, foi tirado do único lar que conhecia e levado para um desfile festivo pelas ruas do Rio de Janeiro. Seu pai, Pedro I, ia-se embora do Brasil e deixava para trás o menino que, em prantos, sem noção do que acontecia, era aclamado como o pequeno imperador. Na madrugada de 17 de novembro de 1889, aos 63 anos, mas aparentando mais, perfeitamente consciente do que se passava, ele se apertou com a família no coche que o levou para o cais de onde rumaria ao exílio. O embarque noturno era uma exigência dos representantes da República recém-proclamada – não queriam manifestações de apoio que pudessem redundar em repressão e derramamento de sangue. Provocou uma das poucas reclamações do imperador deposto. "Não sou nenhum fugido", repetiu duas vezes. No mais, "nobre dignidade e perfeita segurança de si mesmo caracterizaram a compostura de Sua Majestade; nem ao menos uma palavra de queixa ou reprovação saiu de sua boca", segundo descrição do embaixador da Áustria, conde Weisersheimb, que no dia seguinte acompanhou os netos do imperador até o navio que os levaria para a Europa. Manteve a mesma atitude até a morte, dois anos depois, num hotel simples de Paris.
Deodoro da Fonseca
No lugar do imperador, assume um marechal monarquista, que só fica nove meses no poder. O povo, mais uma vez, assistiu sem fazer parte da transição do Brasil colônia para uma nação com poderes constituídos. Há muitas interpretações entre os estudiosos do período sobre o sentido do 15 de novembro de 1889, mas quase todos parecem concordar que se tratou de um movimento do Exército, com o apoio das elites intelectuais, igrejas e latifundiários, sem a participação da maioria esmagadora da população. Muitos republicanos da época defendiam a democracia, mas a ilusão de que ela seria possível sem o povo parece ter durado tempo demais...
Traição e golpe. São as duas palavras que podem resumir o que aconteceu no Brasil a 15 de novembro de 1889. O longevo e barbudo imperador Pedro de Alcântara estava em Petrópolis com a família na manhã dessa sexta-feira quando foi chamado com urgência à corte: o ministério Visconde de Ouro Preto tinha se exonerado. O governo tinha caído. Só quando chegou ao Palácio Imperial ficou sabendo da pior parte da história: a monarquia tinha caído.
A exoneração do ministério foi exigida pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, no comando de vários batalhões de oficiais e de soldados. Se os ministros desobedecessem, seriam presos. Um deles, o Barão do Ladário, tentou resistir. Reagiu atirando. Mas também foi alvejado e caiu ferido.
Barão de Ladário
Assim que a exoneração foi entregue a Deodoro ele se proclamou chefe do governo provisório e fechou a Câmara dos Deputados, para ninguém ter dúvida acerca de quem estava mandando. Estava consumado o primeiro golpe militar da história do Brasil. Sem um tiro sequer. Essa, aliás, é uma constante nos golpes militares brasileiros.
A monarquia caiu sem ter ninguém a defendê-la. O imperador fora traído por todos os oficiais nomeados por ele.
O movimento pela República, no começo majoritariamente civil, no qual se engajaram jornais ("A Democracia" e tantos outros), jornalistas, escritores, poetas ganhara apoio popular, estava forte, mas ninguém conseguia amarrar o guizo no gato. Os civis defendiam a República, mas não sabiam como chegar até ela.
Talvez esperassem o imperador perceber que não estava agradando e sair por vontade própria. Mas é claro que ninguém deixa 44 anos de poder desse modo. Um monarca só deixa o trono morto ou à força. E foi aí que os militares entraram. Fizeram o serviço sujo, aquele que os civis não têm como fazer.
Às 2h45 da madrugada de 17 de novembro o tenente-coronel Mallet, designado pelo governo provisório, se apresentou no paço da cidade para acompanhar o embarque da família imperial para o exílio – que fora ordenado às 3 da tarde do dia 16.
Segundo reportagem da Gazeta de Notícias, de 18 de novembro, "o imperador, visivelmente alterado e como se ainda lhe custasse acreditar na realidade dos fatos perguntava sucessivas vezes:
- Mas o que é isto, senhor Mallet? O que foi que fizemos? O senhor está doido! Os outros estão doidos! Diga: qual é a minha culpa? Do que me acusam"?
"A Princesa Isabel chorava desesperadamente e, apoiando-se no braço do tenente-coronel para entrar no carro disse:
- Ah, sr. Mallet, os senhores hão de arrepender-se"!
Deodoro não cumpriu as promessas de que o país viraria a terra onde jorraria o leite e o mel depois de derrubada a monarquia. Nos cinco anos seguintes não vicejou a democracia prometida, mas uma ditadura militar de dois anos sob Deodoro e mais três sob Floriano Peixoto. Somente em 1894 seria eleito o primeiro presidente civil.
Pela primeira vez a elite brasileira, composta pela Igreja, empresários, banqueiros internacionais, maçonaria e grandes latifundiários deram o golpe num governo constituído. Isso infelizmente se tornou praxe em nosso país, o que sempre prejudicou os sonhos de grande potência.
Fontes:
wikipedia.org
bbc.com/portuguese/brasil
passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/historia/d_pedro
brasil247.com/pt/blog/alex_solnik
google.com
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