sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Hoje vamos falar da revolução Francesa, um momento histórico importante para as relações entre Estado, Igreja e Burguesia.


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A situação da França, no século XVIII, era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social, com o objetivo de manter os luxos da nobreza.


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Nessa época, a França era um país, que possuía um governo absolutista. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar e nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à morte.

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Bastilha

A sociedade francesa, do século XVIII, era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social estava o clero, que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza; formada pelo rei e sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. A condição de vida dos desempregados, que aumentavam em larga escala nas cidades francesas, era dramática.

A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria. Por esta razão, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.

Os termos "esquerda" e "direita" apareceram durante a Revolução Francesa, de 1789. 


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Um deputado, o Barão de Gauville explicou: "Nós começamos a reconhecer uns aos outros: aqueles que eram leais à religião e ao rei (imperador) ficaram sentados à direita, de modo a evitar os gritos, os juramentos e indecências que tinham rédea livre no lado oposto." No entanto, a direita pôs-se contra a disposição dos assentos porque acreditavam que os deputados deviam apoiar interesses particulares ou gerais, mas não formar facções ou partidos políticos.


Voltando à Revolução propriamente dita vemos que ao logo da segunda metade do século XVIII, a França se envolveu em inúmeras guerras, como a Guerra do Sete Anos (1756-1763), contra a Inglaterra, e o auxílio dado aos Estados Unidos na Guerra da Independência (1776). Ao mesmo tempo, a Corte absolutista francesa, que possuía um alto custo de vida, era financiada pelo estado, que, por sua vez, já gastava bastante seu orçamento com a burocracia que o mantinha em funcionamento. Soma-se a essa atmosfera duas crises que a França teria que enfrentar: 
1) uma crise no campo, em razão das péssimas colheitas das décadas de 1770 e 1780, o que gerou uma inflação 62%. 

2) uma crise financeira, derivada da dívida pública que se acumulava, sobretudo pela falta de modernização econômica – principalmente a falta de investimento no setor industrial.


Os membros do terceiro estado (muitos deles influenciados pelo pensamento iluminista e pelos panfletos que propagavam as ideias de liberdade e igualdade, disseminados entre a população) passaram a ser os mais afetados pela crise. No fim da década de 1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os camponeses começaram a exigir uma resposta do rei e da Corte à crise que os afetava, bem como passaram a reivindicar direitos mais amplos e maior representação dentro da estrutura política francesa. Em julho de 1788, houve a convocação dos Estados Gerais, isto é, uma reunião para deliberação sobre assuntos relacionados à situação política da França. Nessa convocação, o conflito entre os interesses do terceiro estado e os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam o rei, se acirraram. O rei então estabeleceu a Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789, com o objetivo de decidir pelo voto os rumos do país. Entretanto, os votos eram por representação de estado. Sendo assim, sempre o resultado seria dois votos contra um, ou seja: primeiro e segundo estados contra o terceiro. Fato que despertou a indignação de burgueses e trabalhadores.



O Iluminismo surgiu na França, se propagou entre os burgueses e propulsionou o início da Revolução Francesa.

Este movimento intelectual destinava duras críticas às práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, e aos direitos concedidos ao clero.

Seus autores mais conhecidos foram Voltaire, Montesquieu. Rousseau, Diderot.

A burguesia, que liderava o terceiro estado, propôs em 10 de junho uma Assembleia Nacional, isto é, uma assembleia para se formular uma nova constituição para a França. Essa proposta não obteve resposta por parte do rei, da nobreza e do Alto Clero. Em 17 de junho, burgueses, trabalhadores e demais membros do terceiro estado se declararam em reunião para formulação de uma constituição, mesmo sem a resposta do primeiro e do segundo estado. Ao mesmo tempo, começava um levante popular em Paris e outro entre os camponeses. A Revolução se iniciou.


Revolução Francesa


Em 14 de julho de 1789, a massa de populares tomou a Bastilha, a prisão que era símbolo do Antigo Regime e, em 4 de agosto, a Assembleia Nacional instituiu uma série de decretos que, dentre outras coisas, cortava os privilégios da nobreza, como a isenção de impostos e o monopólio sobre terras cultiváveis. A Assembleia institui a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que reivindicava a condição de cidadãos aos franceses e não mais de súditos do rei. Em setembro de 1791 foi promulgada a nova constituição francesa, assegurando a cidadania para todos e pressionando o monarca Luís XVI a aceitar os seus critérios. Essa constituição previa ainda a igualdade de todos perante a lei, o voto censitário, a confiscação das terras eclesiásticas, o fim do dízimo, a constituição civil do clero, detre outros pontos. A partir deste momento, a França revolucionária esboçou o seu primeiro tipo de novo governo, a Monarquia Constitucional, que durou de 1791 a 1792.

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Queda da Bastilha



A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. Dentre os muitos artigos podemos destacar:
o governo foi transformado em monarquia constitucional;
o poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia;
os deputados teriam mandato de dois anos;
o voto não teria caráter universal: só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima (voto censitário);


O voto censitário tem como característica principal estar dirigido a uma classe de proprietários que são eleitos e fazem as leis para protegerem a si mesmo. O voto censitário foi adotado na Constituição Americana de 1787 e pela Constituição francesa de 1791.

É importante ressaltar que o Iluminismo e o Liberalismo não eram democráticos no sentido de garantirem direitos para todos os cidadãos. Muitas vezes, suas ideias estavam dirigidas apenas para uma parte privilegiada da população deixando de fora mulheres, crianças, camponeses e trabalhadores urbanos.

Suprimiu-se os privilégios e as antigas ordens sociais;
Confirmou-se a abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos;
Manteve-se a escravidão nas colônias.

Internamente algumas rebeliões começavam a acontecer. 


Os girondinos - representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas.
Por sua parte, os jacobinos - representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de Maximilien Robespierre.

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Outras figuras de destaque na Revolução Francesa foram Jean-Paul Marat,  médico, filósofo e jornalista e tido como a principal ponte entre o povo e os radicais jacobinos. Ele que criou a frase "inimigos do povo".
Foi morto por Charlotte Corday, uma simpatizante dos girondinos, numa banheira.

Outro com destaque foi George Jacques Danton, um defensor fervoroso dos jacobinos e da revolução. Com o passar do tempo e vendo o endurecimento do radicalismo jacobino, ele passou a criticá-los. Foi acusado de inimigo do Estado e morto na guilhotina em 4 de abril de 1794.


                                            Marat


Foi assim instalada a ditadura jacobina que introduziu novidades na Constituição como:

Voto universal e não censitário;

fim da escravidão na colônias;

congelamento de preços de produtos básicos como o trigo;

instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução.

Nessa altura, foram ordenadas a morte, pela guilhotina, de várias pessoas que eram contra a revolução. As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes ao dia num ato público.

O próprio rei Luís XVI foi morto desta forma em 1793. Meses depois a rainha Maria Antonieta também foi guilhotinada. Essa fase, entre 1793 e 1794, é conhecida como “O Terror”.


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A Lei dos Suspeitos aprovava a prisão e a morte cruel dos anti revolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que recusavam eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire.

Para os ditadores, essas execuções eram uma forma justa de acabar com os inimigos. Essa atitude causava terror na população francesa que se voltou contra Robespierre e o acusou de tirania.
Pessoas famosas como o filósofo Voltaire também foram morto na guilhotina
Nessa sequência, após ser detido, também Robespierre foi executado na ocasião que ficou conhecida como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.


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Execução de Robespierre


Médico francês Joseph Ignace Guillotin, foi quem sugeriu o uso da guilhotina nas execuções, segundo ele, por ser um método menos cruel do que o enforcamento ou a decapitação com o machado.




Enfim a História nos ensina que o radicalismo e posições extremadas nunca são solução para o diálogo e para Democracia.


Fontes:
todamateria.com.br/revolucao-francesa/
historiadomundo.uol.com.br
suapesquisa.com/francesa/
wikipedia.org
google.com.br

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