No dia 27 de abril de 1521 morria, em uma batalha em Cebu, nas Filipinas, o navegador português Fernão de Magalhães.
Nascido em data desconhecida no ano de 1480, em Sabrosa, ele é de origem nobre e, desde cedo, se interessou por longas viagens de exploração. A serviço do rei de Espanha, comandou a expedição marítima que realizou a primeira viagem ao redor do mundo. Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo, no extremo Sul do continente americano, a atravessar o hoje Estreito de Magalhães e a cruzar o Oceano Pacífico, inclusive nomeando este último. Da expedição ao redor do mundo, o escritor italiano Antonio Pigafetta fez um diário completo de toda a viagem e ele foi um dos 18 homens que retornam vivos para a Europa.
Fernão de Magalhães
Com 25 anos de idade, alistou-se como voluntário para participar da viagem às Índias Orientais, região que abrangia China, Japão, Índia, Arábia e Pérsia, acompanhando o primeiro vice-rei português do Leste.
Desde o século XV, as Índias exerciam grande fascínio sobre os navegantes e exploradores. As "especiarias" eram vendidas a custos reduzidos. Encontrar a rota marítima para as Molucas, as famosas ilhas de onde provinha a preciosa mercadoria era o principal objetivo.
Sempre viajando pelo Oriente, ele fez parte de expedições a Quíloa, Sumatra e Malaca. Em 1506 foi ferido em Cananor. Em 1508 voltou à Índia, onde novamente foi ferido na batalha de Diu.
Acusado de negociar com os mouros, o que para Portugal era sinônimo de traição, perdeu o prestígio junto ao rei D. Manuel (sucessor de D. João II), sendo impedido de continuar trabalhando em Portugal.
Fernão de Magalhães renunciou sua nacionalidade e se ofereceu para prestar serviço ao rei da Espanha. Em 1517 chegou a Sevilha e em seguida foi para Valladolid, encontrar o rei Carlos V.
Com a ajuda de amigos importantes consegue expor seus planos de atingir as Índias Orientais, viajando pelo Ocidente. Com a ajuda do astrônomo português, também exilado, Rui Faleiro, elaborou o projeto da viagem que foi financiado por Cristóvão de Haro, um rico proprietário de Antuérpia, inimigo do rei de Portugal.
No dia 22 de março de 1518, Magalhães e Faleiro assinam um compromisso com D. Carlos V, pelo qual proclamariam espanholas todas as terras que encontrassem no curso da navegação pelo ocidente e que receberiam 1/5 do ganho obtido, descontadas as despesas.
A armada era composta de cinco embarcações, "Vitória", "Santiago", "Conceição", "Santo Antônio" e a nau "Trindad" sob o comando de Magalhães, com tripulação, provisões e armas para dois anos.
A tripulação, com mais de 265 homens, entre composta de marinheiros espanhóis, portugueses, italianos, franceses, alemães, gregos, ingleses, africanos e também malaios que serviriam de interpretes.
Fernão de Magalhães e sua esquadra partiram de Sanlúcar, porto andaluz no oceano Atlântico, no dia 20 de setembro de 1519. A viagem era lenta, por falta de ventos favoráveis. No dia 29 de novembro chegam próximo ao Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco.
O ano passado fez 500 anos da viagem e ainda existem desmiolados que acreditam que a Terra é plana!
O ano passado fez 500 anos da viagem e ainda existem desmiolados que acreditam que a Terra é plana!
No dia 13 de dezembro entram na baía do Rio de Janeiro, para buscar suprimentos e reparar as embarcações. No dia 10 de janeiro de 1520 chegam a um rio batizado de Rio da Prata.
No dia 31 de março chegam ao Golfo de São Matias e resolvem invernar até que chegasse a primavera. Nessa região encontraram um povo de estatura elevada e pés grandes, que receberam o nome de “patagones”, (hoje, Patagônia).
Em fins de maio, a nau "Santiago" naufraga e alguns marinheiros conseguem se salvar. Em 24 de agosto, a frota reinicia a viagem. Na altura do rio “Santa Cruz”, a frota para por dois meses, devido às tempestades.
No dia 21 de outubro encontram o "Cabo das Onze Mil Virgens", finalmente chegam a uma passagem que os levariam ao outro lado do oceano. A paisagem era aterrorizante, rochas íngremes, penhascos altíssimos, labaredas das fogueiras dos indígenas.
A região foi chamada de “Terra do Fogo”. No dia 1 de novembro começa a travessia do estreito, batizado de “Todos os Santos” (hoje, Estreito de Magalhães). A travessia levou 27 dias. Ao chegarem ao novo oceano o chamaram de “Pacífico”, por suas águas calmas.
No dia 6 de março de 1521, quase sem suprimentos encontram algumas ilhas com grande variedade de frutas e água doce. No dia 16 chegam às Filipinas, onde são bem recebidos pelos indígenas.
No dia 27 de abril ao desembarcarem em Mactán, Fernão de Magalhães é atingido por uma flecha e morre na praia. O que resta da armada prosseguiu viagem sob o comando de Juan Sebastián Elcano.
Juan Sebastián Elcano
Finalmente, o dia 21 de dezembro, as duas naus restantes, “Trinidad” e “Vitória”, chegam ao destino e fazem um enorme carregamento de especiarias nas ilhas Molucas. Na viagem de volta, contornam o Cabo da Boa Esperança em 19 de maio de 1522. No dia 7 de setembro, somente 18 homens regressam ao porto de Sanlúcar.
Embora Fernão de Magalhães não tenha chegado pessoalmente à ilha das especiarias, sua tarefa foi cumprida, chegou bem perto e demonstrou que o mundo era redondo.
Em homenagem aos seus feitos, o nome do navegador foi dado a um estreito (Estreito de Magalhães), às duas nebulosas mais próximas (Nuvens de Magalhães), a uma zona meridional do Chile (Território de Magalhães) e a um conjunto de ilhas da Micronésia (Arquipélago de Magalhães).
Fernão de Magalhães faleceu em Mactán, Filipinas, no dia 27 de abril de 1521.
Fontes:
seuhistory.com
wikipedia.org
ebiografia.com
google.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário