Hoje vamos falar sobre o menor país do mundo, o Vaticano.
A origem do Vaticano é remontada na constituição dos Estados Pontifícios (posse de terrenos na Itália), doados por Pepino o Breve, no ano de 756, por também reconhecer o Papa como autoridade governante.
Pepino III ou Pepino o Breve que foi também o pai de Carlos Magno. Posteriormente Carlos Magno também reconheceu a autoridade papal.
Pepino III
A Igreja já possuiu territórios que eram chamados de Estados Pontifícios e teve seu fim em meados do ano de 1870. Para este fim houve embate político entre o Estado Italiano e o Papado.
O atual Estado do Vaticano foi criado em 1929 quando o papa Pio XI e o ditador Benito Mussolini assinaram o Tratado de Latrão que previa o Vaticano como um estado independente e o recebimento de uma indenização pela perda do seu território durante a unificação alemã e em contra partida, a Igreja Católica teve que abrir mão das terras conquistadas na Idade Média e também teve que reconhecer Roma como a capital da Itália.
Em 1947, o Tratado de Latrão passou a fazer parte da Constituição e o Papa teve que jurar neutralidade sobre termos políticos.
O Vaticano foi em tese um Estado neutro, e durante a Segunda Guerra Mundial permaneceu assim, mesmo com a ocupação de Roma pelos nazistas em 1943 e pelos aliados em 1944, a cidade do vaticano não foi ocupada.
Com o fim da Guerra o Papa João XXIII (1958-1963) dá início ao diálogo com outras igrejas e com o mundo laico. O processo desemboca no Concílio Vaticano II (1962/63), o primeiro concílio ecumênico em 300 anos. As encíclicas sociais de João XXIII – Mater et Magistra, Pacem in Terris e de seu sucessor Paulo VI (1963-1978) – Populorium Progressio – abrem caminho para a Teologia da Libertação, surgida em 1968 e para o alinhamento de uma parte do clero católico com posições de esquerda, no que se referem ao posicionamento em favor dos mais humildes, àqueles que nunca tiveram voz ante uma elite conservadora e reacionária.
Em outubro de 1978, com a morte prematura do sucessor de Paulo VI, João Paulo I, até hoje existem dúvidas sobre seu assassinato, cujo pontificado dura apenas 33 dias, o Cardeal polonês Karol Wojtyla, com o nome de João Paulo II, torna -se o primeiro Papa não-italiano desde o século XVI. O novo pontificado é marcado pelo conservadorismo em questões morais e pelo reforço na disciplina na Igreja, que se reflete na tentativa de João Paulo II de esvaziar o poder do clero chamado “progressista”.
Em 1981, João Paulo II sofre um atentado em Roma; seu autor, o turco Mehmet Ali Agca, é condenado à prisçao perpétua. Em 1982, personalidades do Vaticano são envolvidas no escândalo da falência fraudulenta do Banco Ambrosiano. As relações do Vaticano com o Estado italiano pioram em 1987, quando a Justiça da Itália ordena a prisão do cardeal Paulo Marcinkus, secretário de Estado do Vaticano e diretor do Instituto parra as Obras de Religião (IOR), instituição financeira envolvida no escândalo Ambrosiano. Baseando-se nos termos da concordata – pela qual a Itália não tem jurisdição sobre o Vaticano –, a Suprema Corte italiana absolve Marcinkus.
João Paulo II visita várias vezes a Polônia e tem um papel importante no restabelecimento do diálogo entre o governo comunista e a poderosa Igreja polonesa. Entre 1990 e 1991, com a queda do comunismo, o Vaticano reata relações diplomáticas com países do ex-bloco socialista.
Guarda Suíça:
Durante o pontificado de Clemente VII (1523-1534), os soldados suíços da guarda do Papa tiveram que enfrentar um grande combate em 06 de maio de 1527, quando o imperador Carlos V invadiu Roma com cerca de dezoito mil homens pertencentes ao seu exército. Os guardas suíços do Papa lutaram bravamente e 108 deles morreram no combate, sendo que tombaram 800 dos mil que os atacaram. Além disso, fizeram um cordão de isolamento em torno do Papa Clemente VII, levando-o em segurança até o Castelo de Santo Ângelo, que era o refúgio dos Papas quando atacados. A partir deste fato histórico e heroico, os guardas suíços ficaram sendo até hoje os guardiões do Papa.
Em 1992, os setores “progressistas” da Igreja criticam a beatificação do padre José Maria Escrivá Balanguer, fundador da direitista Opus Dei, e a reafirmação feita pelo Papa da condenação à homossexualidade. O novo catecismo da Igreja Católica passa a considerar a masturbação e a prostituição pecados mortais contra a natureza, além do homossexualismo como um grave pecado contra a natureza humana e sexual e condena a corrupção e a dominação econômica
Em 1993, o Vaticano enfrenta um déficit orçamentário estimado em US$ 91,7 milhões. Para enfrentar essa crise financeira, a Prefeitura de Assuntos Econômicos autoriza a exploração comercial da imagem de João Paulo II. No mesmo ano, o Papa reafirma suas posições conservadoras sobre interrupção voluntária da gravidez, celibato clerical ou sexo antes do casamento na encíclica Veritatis Splendor.
As relações exteriores do Vaticano são marcadas pela intervenção ativa nas conferências convocadas pela Organizações das Nações Unidas (ONU), sempre sob a óptica conservadora do atual pontificado. Na Conferência do Cairo sobre a População, em abril, contesta o controle da natalidade através de métodos “não-naturais”. A mesma posição é reafirmada na Conferência sobre a Mulher, em setembro de 1995, em Pequim.
A onda extremamente conservadora do Papado, que fez a Igreja Católica retroagir à Idade Média, piorou com a morte de João Paulo II em 02/04/2005 e a eleição do cardeal alemão Joseph Aloisius Ratzinger que assumiu o nome de Bento XVI.
Diversos escândalos de pedofilia foram relatados em seu papado na Igreja do mundo inteiro. Padres abusavam sexualmente de fiéis, principalmente crianças, a ponto de o Vaticano ter de se posicionar e pagar indenizações. Além disso devido às suas posições conservadoras, a Igreja via dia a dia a perda de mais fiéis, principalmente para as Igrejas pentecostais.
Devido a esses e outros escândalos financeiros dentro do banco do Vaticano, mais uma vez acusado de lavagem de dinheiro da máfia, Bento XVI renunciou em 28 de fevereiro de 2013.
Em 13 de março de 2013, foi eleito o primeiro papa nãpo europeu em mais de 1200 anos, o argentino Jorge Mario Bergoglio, que assumiu como Papa Francisco.
Com ele o Vaticano passou novamente a ter ideias e ares mais progressistas numa luta para recuperar a identidade perdida.
Fontes:
historiadomundo.uol.com.br
catequesodoleigo.com.br
google.com.br
wikipedia.org
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