Hoje vamos falar da Revolução Federalista no Rio Grande do Sul de 1893.
A Revolução Federalista foi um conflito de caráter político, ocorrido no Rio Grande do Sul entre os anos de 1893 e 1895, que desencadeou uma revolta armada. A revolta atingiu também o Paraná e Santa Catarina.
Causas da Revolução Federalista
Insatisfação dos federalistas com o domínio político de Júlio de Castilhos (presidente do RS) do Partido Republicano Rio-grandense.
Disputa política entre dois grupos políticos gaúchos: Os chimangos (pica-paus) eram defensores do governo de Júlio de Castilhos, da centralização política, do presidencialismo, do positivismo e do governo federal. Já os maragatos (federalistas) queriam tirar Júlio de Castilhos do poder do RS, implantar um sistema descentralizado, baseado no parlamentarismo. Os federalistas eram também contrários à política implantada pelo governo federal após a Proclamação da República e exigiam uma revisão da constituição.
Maragato (lenço vermelho) - Chimango(lenço branco)
Maragato.
O termo tinha uma conotação de deboche, ironia, pejorativa, atribuída pelo imperialistas e legalistas aos revoltosos liderados por Gaspar Silveira Martins, que deixaram o exílio, no Uruguai, e entraram no RS à frente de um exército.Como o exílio havia ocorrido no Uruguai numa região colonizada por pessoas originárias da Maragateria (na Espanha), os republicanos apelidaram-nos de "maragatos", buscando caracterizar uma identidade "estrangeira" aos federalistas.Com o tempo, o apelido assumiu significado positivo, aceito e defendido pelos federalistas e seus companheiros.
O lenço vermelho identificava o maragato.
Chimango.
A grafia pode ser ximango. Ave de rapina muito comum na campanha riograndense, falconídea, pessoal rapineiro, oportunista, caçador que é da terra.
Alcunha depreciativa dada aos liberais moderados pelos conservadores, no início da monarquia brasileira. No RS, nos anos de 1920, foi à codinome dada pelos federalistas aos governistas do PRR. Honório Lemes Maragato contra Flores da Cunha Chimango (pica-pau).
O lenço de cor branca identificava os chimangos.
O lenço de pescoço é um dos símbolos mais fortes do gaúcho, seu orgulho e sua honra. Muitas vezes foi também símbolo político. Em 1893 foram “maragatos” contra “pica-paus” (lenço vermelho contra lenço branco) e em 1923 foram “maragatos” contra “chimangos” (novamente o embate das duas cores tradicionais) e em 1930 o lider e estrategista Getúlio Vargas uniu brancos e colorados, maragatos e chimangos e literalmente “invadiu” o Brasil...
Em fevereiro de 1893, os federalistas pegaram em armas para derrubar o governo de Júlio de Castilhos. Floriano Peixoto, presidente do Brasil, se colocou ao lado do governo gaúcho. O conflito acabou tomando âmbito nacional, pois os opositores de Floriano passaram a defender o movimento federalista no RS.
Julio de Castilhos
Os federalistas tiveram algumas vitórias no começo do movimento. Sob a liderança de Gumercindo Saraiva, os federalistas avançaram sobre Santa Catarina.
Floriano Peixoto
Em janeiro de 1894, os federalistas se uniram aos participantes da Revolta da Armada. Entraram no estado do Paraná e tomaram a cidade de Curitiba.
No final de 1894, o movimento federalista perdeu força. Na batalha da Lapa, no Paraná, as forças federais de Floriano Peixoto venceram os revoltosos. Com a chegada de tropas paulistas, os federalistas tiveram que recuar.
A paz foi assinada em 23 de agosto de 1895, na cidade de Pelotas, e selou a derrota dos federalistas.
A Revolução Federalista, embora não tenha conquistado seus objetivos, nos mostra que a Proclamação da República e seu sistema político não foram aceitos de forma unânime no Brasil. Alguns grupos políticos contestaram, inclusive de forma armada, o regime republicano, o positivismo, a centralização de poder e a presença das oligarquias nos governos estaduais. Portanto, a Revolução Federalista pode ser compreendida dentro deste contexto histórico de insatisfação com o regime republicano, recém-instalado no país após o 15 de novembro de 1889.
A partir de 1923 (quando há uma segunda revolução federalista, agora chamada Libertadora), os antigos maragatos novamente se levantaram contra a hegemonia do PRR (liderado por Borges de Medeiros, herdeiro de Júlio de Castilhos em 1898), mas a nova geração destes federalistas já tinham uma feição diferente, renovadora, que simpatizava com a reforma política exigida, por exemplo, pelos tenentistas.
A ala mais conservadora dos antigos maragatos manteve-se ligada à classe dos criadores e seu programa evoluiu para a defesa do parlamentarismo (com Raul Pilla, herdeiro de Assis Brasil e fundador, em 1945, do Partido Libertador);
A ala progressista rumou para alternativas mais a esquerda, como no caso de Luís Carlos Prestes (que acabou por converter-se ao marxismo-leninismo), João Goulart e Alberto Pasqualini (que tentaram criar um trabalhismo sindicalista).
Fontes:
portaldasmissoes.com.br
historiadobrasil.net
wikipedia.org
google.com.br
br.answers.yahoo.com
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