Vamos falar hoje do romance inglês de Henry Fielding, publicado em 28 de fevereiro de 1749, Tom Jones.
Henry Fielding (1707-1754) nasceu na Inglaterra em uma família de nobres descendentes dos Habsburgo.
A história se passa na Inglaterra em meados do século XVIII e conta a história do enjeitado Tom Jones. A obra originalmente é composta de 17 livros, feitos à moda de inserir uma introdução a cada passagem da vida de Tom Jones. O autor faz uma espécie de preâmbulo a cada novo livro e depois narra a historia do personagem.
A famosa escritora Clarice Lispector fez uma adaptação da obra de cerca de 600 páginas. Existem outras edições mais condensadas que visam narrar a vida do personagem sem seus introitos elucidativos da versão original.
Tudo começa quando a jovem Jenny Jones, empregada de um tal de um professor primário chamado Partridge. Jenny está grávida e após o nascimento da criança resolve deixá-la com o Sr. Allworth, um rico e bondoso morador de Somersetshire.
"This gentleman had in his youth married a very worthy and beautiful woman, of whom he had been extremely fond: by her he had three children, all of whom died in their infancy. He had likewise had the misfortune of burying this beloved wife herself, about five years before the time in which this history chuses to set out. This loss, however great, he bore like a man of sense and constancy, though it must be confest he would often talk a little whimsically on this head; for he sometimes said he looked on himself as still married, and considered his wife as only gone a little before him, a journey which he should most certainly, sooner or later, take after her; and that he had not the least doubt of meeting her again in a place where he should never part with her more—sentiments for which his sense was arraigned by one part of his neighbours, his religion by a second, and his sincerity by a third" ( Este cavalheiro casou-se em sua juventude com uma mulher muito bonita e digna, de quem ele havia sido muito afeiçoado: com ela teve três filhos, todos os quais morreram na infância. Ele também tinha
infortúnio de enterrar ela própria esta amada esposa, cerca de cinco anos antes da época em que esta história
opções para definir. Esta perda, por maior que seja, ele suportou como um homem de bom senso e constância, embora deva ser
confesse que ele costumava falar um pouco caprichosamente sobre esse assunto; pois ele às vezes disse que olhava para si mesmo
como ainda casado, e considerava que sua esposa partiu um pouco antes dele, uma jornada que ele deveria
certamente, mais cedo ou mais tarde, vá atrás dela; e que ele não tinha a menor dúvida de encontrá-la novamente em um
lugar onde ele nunca deveria se separar mais dela - sentimentos pelos quais seu senso foi denunciado por um
parte de seus vizinhos, sua religião por um segundo e sua sinceridade por um terceiro.) Cap. II Livro I p.28
Jenny Jones era pobre, solteira e muito jovem, não poderia criar um filho sózinha, por isso, deixou-a aos cuidados do sr. Allworthy que criou forte afeição pela criança, de modo, que resolveu cuidar da educação dele, tornando-se padrinho, dando-lhe o melhor que o dinheiro poderia oferecer.
"When Jenny appeared, Mr Allworthy took her into his study, and spoke to her as follows: "You know, child, it is in my power as a magistrate, to punish you very rigorously for what you have done; and you will, perhaps, be the more apt to fear I should execute that power, because you have in a manner laid your sins at my door." ( Quando Jenny apareceu, o Sr. Allworthy a levou para seu escritório e faloupara ela da seguinte forma: "Você sabe, criança, está em meu poder como um magistrado, para puni-lo com muito rigor pelo que você fez; e você estará, talvez, mais apto a temer que eu deva executar isso poder, porque você de certa forma colocou seus pecados à minha porta.) Cap. VII liro I p.27
Allworthy generosamente oferece-se para criar a criança como se fosse sua. Agradecida, Jenny aceita a oferta e deixa a vila sem dizer o nome do pai da criança. As suspeitas recaem sobre Partridge, o patrão de Jenny. Decepcionado, Allworthy o demite do seu posto, e Partridge também deixa a vila. Allworthy dá ao bebê o nome de Tom Jones e o ama profundamente.
Pouco tempo depois, a Sra. Bridget, irmã de Allworthy e que vive com ele, casa-se com o ganancioso Capitão Blifil. Eles têm um bebê que é criado junto com Tom Jones. À medida que cresce, o pequeno Blifil se torna muito ciumento de Tom. Blifil compra com favores seus tutores, Thwackum e Square, e trama a ruína de Tom.
O Sr. Allworthy gostava de Tom como se fosse seu próprio filho. Ele era um homem ENÉRGICO, que acreditava na disciplina para educar. Porém, era também muito carinhoso com Tom. O menino correspondia esse carinho com respeito e dedicação. Blifil tinha ciúme de Tom. Estava sempre arrumando uma maneira de prejudicá-lo. Os garotos tinham aulas com dois professores, o Sr. Thwackum e o Sr. Square. Eles praticamente viviam na casa do Sr. Allworthy. Secretamente, os dois mestres cultivavam o desejo de conquistar o coração de Bridget, viúva há bastante tempo, certos de que conseguiriam uma fatia da herança do Sr. Allworthy. Na tentativa de agradá-la, ambos protegiam e demonstravam suas preferências por Blifil, que recebia bem menos punições do que Tom.
Tom Jones também não ajudava muito com suas atitudes de enfrentamento e deboche frente aos ensinamentos de seus mestres.
Tom Jones, on the other hand, was not only deficient in outward tokens of respect, often forgetting to pull off his hat, or to bow at his master's approach; but was altogether as unmindful both of his master's precepts and example. He was indeed a thoughtless, giddy youth, with little sobriety in his manners, and less in his countenance; and would often very impudently and indecently laugh at his companion for his serious behaviour. ( Tom Jones, por vezes era negligente em assumir situações sobre as convenções sociais existentes, desatento aos ensinamentos de seus mestres e na virilidade de sua juventude, despreza os costumes e suas práticas dentro de uma sociedade na qual fazia parte) - tradução livre - livro II Cap V p. 77.
Enquanto isso, Sofia Western, a adorável filha do nobre vizinho, se apaixona por Tom Jones. Tom gosta dela, mas não percebe a adoração de Sofia. Ele se envolve com a filha do mateiro, Molly Seagrim. Ela fica grávida e é humilhada pelos habitantes da vila. Tom confessa ao Sr. Allworthy que ele é o pai, mas quando ele vai até Molly para levar algum dinheiro para ela, ele a encontra na cama com Square. Tom descobre que ela tinha tido outros amantes todo o tempo. Assim, ele se sente livre para pensar em outra mulher por quem ele tinha gradativamente se apaixonado: Sofia Western.
Mas o Sr. Western, pai de Sofia, não irá permitir que ela se case com um enjeitado como Tom. Ele quer que ela se case com Blifil para unir as propriedades de Allworthy e Western. Blifil também quer se casar com Sofia, pois deseja se apossar da riqueza dela e se vingar de Tom Jones. Quando Western descobre o amor de Sofia por Tom, ele a aprisiona até que ela concorde em se casar com Blifil.
O Sr. Allworthy fica muito doente. Ele se recupera mas recebe a notícia da morte da Sra. Bridget, que estava viajando. Para celebrar a recuperação de Allworthy, Tom se embebeda. Mais tarde, Blifil mente para Allworthy dizendo que Tom estava embriagado porque pensou que Allworthy estava às portas da morte e estava comemorando sua herança iminente. Thwackum e Square confirmam essa calúnia. Allworthy, que estava farto das ofensas de Tom, o expulsa da sua propriedade.
Sentindo-se miserável, Tom se dirige para o mar. Enquanto isso, Sofia escapa do cativeiro do seu pai e sai em busca de Tom. Western, um caçador fanático, salta em seu cavalo e parte no rastro de Sofia.
Em uma estalagem, Tom é atacado e ferido por um arrogante soldado chamado Northerton. O homem que acode Tom e que aplica curativos nos seus ferimentos é Partridge, o suposto pai de Tom. Mas ele diz a Tom que não é seu pai. Os dois se tornam amigos e companheiros de viagem. Enquanto caminham, Tom encontra Northerton atacando uma mulher atraente chamada Sra. Waters. Ele a salva e a leva para uma hospedaria.
A Sra. Waters seduz Tom depois do jantar. Sofia chega na hospedaria e encontra Tom adormecido na cama com outra mulher. Enfurecida, ela deixa sua luva com seu nome gravado na cama e toma o caminho de Londres. Western também chega e encontra Tom, mas não Sofia. Ele recomeça a perseguir Sofia mas se distrai com uma caçada à raposa e acaba voltando para casa.
Na estrada, Sofia encontra sua prima, a Sra. Fitzpatrick, que está fugindo do seu irascível marido irlandês. Elas vão juntas para Londres. Enquanto isso, Tom descobre a luva de Sofia na sua cama e fica desesperado. Ele parte a pé para Londres com Partridge.
Em Londres, Sofia se hospeda com Lady Bellaston, uma dama da sociedade. Lady Bellaston ouve sobre Tom Jones e fica tão interessada que ela trama encontrá-lo por conta própria. Tom acaba tendo um romance com a dama, na esperança de rever Sofia através dela.
Uma noite, enquanto ele está sozinho na sala de estar de Lady Bellaston, Sofia chega. Ele pede o seu perdão pelo que tinha acontecido na hospedaria e declara seu amor por ela. Ela o perdoa, e os dois se abraçam. Mas ela diz que a desaprovação do seu pai a impede de se casar com ele.
Mais tarde, a enfurecida Lady Bellaston acusa Tom de cortejar Sofia pelas suas costas. Ao mesmo tempo, Lorde Fellamar, um amigo de Lady Bellaston, tinha se apaixonado por Sofia. Para remover sua rival, Lady Bellaston estimula Fellamar a raptar Sofia e se casar com ela.
Tom tenta descobrir uma maneira de romper seu relacionamento com Lady Bellaston. Nightingale, um jovem cavalheiro que tinha se tornado amigo de Tom, surpreendentemente sugere que Tom proponha casamento a ela. Ele faz a proposta e Lady Bellaston recusa indignada, acreditando que Tom está apenas tentando se apossar do seu dinheiro.
Enquanto isso, o Sr. e a Sra. Western seguem para Londres, pois haviam recebido notícias de que Sofia estava lá. O Sr. Western encontra Sofia no momento em que Fellamar estava prestes a violentá-la. Por segurança, Western leva sua filha para seus aposentos, onde ele pode vigiá-la melhor.
Seguindo os demais, Allworthy e Blifil também chegam a Londres.
Tom vai visitar a Sra. Fitzpatrick para descobrir como chegar até Sofia. Quando ele está partindo, ele encontra o Sr. Fitzpatrick. Tomado de ciúmes e acreditando que Tom é amante da sua esposa, Fitzpatrick saca sua espada. Tom termina ferindo o Sr. Fitzpatrick e é levado para a prisão. A Sra. Waters, que está agora viajando com o Sr. Fitzpatrick, visita Tom na prisão e diz a ele que o ferimento de Fitzpatrick foi superficial. Mais tarde, Tom recebe uma carta de Sofia, que tinha descoberto seu romance com Lady Bellaston, dizendo que ela nunca mais quer vê-lo. Por fim, Partridge, reconhecendo a Sra. Waters como Jenny Jones, diz a Tom que ele tinha dormido com sua própria mãe.
Enquanto isso, a senhoria de Tom, Sra. Miller, que é amiga do Sr. Allworthy, conta a ele sobre a gentileza e grande generosidade que Tom sempre teve com ela. Allworthy não quer nem mesmo ouvir o nome de Tom. Mas Allworthy também recebe a visita da Sra. Waters, que informa a ele que Tom Jones é filho da sua falecida irmã, Sra. Bridget, sendo portanto sobrinho de Allworthy e meio-irmão de Blifil. Allworthy então descobre que sua irmã tinha escrito uma carta revelando que era a mãe de Tom, mas que a carta tinha sido escondida dele por Blifil. Ele recebe uma carta do moribundo Square dizendo que Tom amava profundamente Allworthy. Convencido da vilania de Blifil, Allworthy o expulsa. Allworthy e Tom têm um comovente reencontro.
O Sr. Western, ao descobrir que Tom é o herdeiro de Allworthy, se torna um entusiasta do casamento de Tom e Sofia. Mas Sofia, embora ame Tom, ainda está zangada. Tom jura sua devoção. Sofia, pretendendo obedecer somente aos desejos de seu pai, mas na verdade obedecendo ao seu próprio coração, o aceita.
When Sophia was well satisfied of the violent passion which tormented poor Jones, and no less certain that she herself was its object, she had not the least difficulty in discovering the true cause of his present behaviour. This highly endeared him to her, and raised in her mind two of the best affections which any lover can wish to raise in a mistress--these were, esteem and pity--for sure the most outrageously rigid among her sex will excuse her pitying a man whom she saw miserable on her own account; nor can they blame her for esteeming one who visibly, from the most honourable motives, endeavoured to smother a flame in his own bosom, which, like the famous Spartan theft, was preying upon and consuming his very vitals. Thus his backwardness, his shunning her, his coldness, and his silence, were the forwardest, the most diligent, the warmest, and most eloquent advocates; and wrought so violently on her sensible and tender heart, that she soon felt for him all those gentle sensations which are consistent with a virtuous and elevated female mind. In short, all which esteem, gratitude, and pity, can inspire in such towards an agreeable man--indeed, all which the nicest delicacy can allow. In a word, she was in love with him to distraction. ( Quando Sophiaestava bem satisfeita com a paixão que despertava em Jones, e certa que ela era o motivo dessa paixão, isso a deixou lisonjeada e com sentimentos de estima e pena ao mesmo tempo. Não obstante todas as reservas que tinha por suas atitudes e atos com outras mulheres, ela pode enfim perceber o verdadeiro amor de sua vida. Em uma palavra: ela estava apaixonada por ele.) Livro V cap. VI p.139
Os dois se casam e retornam felizes ao campo, onde Western dá a eles a sua propriedade.
Fontes:
poesianaalma.com.br
paginadoricardo.wordpress.com
barteby.com
rocco.com.br
google.com
skoob.com.br
dominiopublico.gov.br
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