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sábado, 1 de maio de 2021
Hoje é Primeiro de Maio. O que isso significa ?
Na nossa sociedade ocidental geralmente as minorias possuem um dia para comemorar. 8 de Março dia das mulheres; 19 de novembro dia da consciência negra; 13 de maio dia da libertação dos escravos; primeiro de maio dia do trabalho.
Infelizmente, nem os próprios trabalhadores dão importância ao dia. Tampouco dão importância ao valor de sua mão de obra. Muitos chegam ao absurdo de acharem que os empresários fazem favor ao dar-lhes um emprego.
A luta capital x trabalho é muito antiga e a práticas para valorizar a mão de obra foi conseguida às custas de muito esforço e muita luta.
Poucos se dão conta que benefícios como vale refeição, vale alimentação, horas extras, fim de semana remunerado,1/3 de férias, 13º salário, reajustes de salários anuais, participação nos lucros, não foram benesses dos patrões, mas conquistas dos trabalhadores.
O data do dia do trabalho foi escolhida em homenagem ao esforço dos trabalhadores dos Estados Unidos, que, num sábado, 1º de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução da carga horária.
“Eight-hour day with no cut in pay” (“diária de oito horas sem redução no pagamento”) era o slogan repetido por mais de 300 mil manifestantes que foram às ruas em Nova York, Chicago, Detroit e Milwauk entre outras cidades. As passeatas marcaram o início de uma greve geral, que tinha essa única reivindicação: a redução da carga horária.
No Brasil a luta sindical sempre foi muito importante como na primeira greve de trabalhadores no início do século XX, em 1917. Numa época em que as questões trabalhistas mal eram discutidas pelo governo, a vida dos operários de São Paulo era deplorável. O ambiente de trabalho era marcado pela insalubridade, o perigo de vida e a baixa remuneração. Os movimentos trabalhistas enfrentavam pautas ligadas à própria sobrevivência dos trabalhadores e de suas famílias.
A repressão foi violenta.
O início da greve é marcado pela data 9 de julho. Nesse dia, operários protestavam na frente da fábrica Mariângela, no Brás, em São Paulo, por aumento de salário. Uma carga de cavalaria foi lançada sobre os trabalhadores, resultando na morte do anarquista espanhol José Martinez. Chocados, os manifestantes velaram Martinez sob um forte sentimento de revolta. Dada a situação, os trabalhadores da fábrica Cotonífero Crespi do empresário italiano Rodolfo Crespi chamaram assembleia e declararam greve, sendo acompanhados por uma série de outras unidades que, em rede, articularam rapidamente a Greve Geral.
Essa foi a primeira greve geral da história do Brasil, se tornando a maior marca da história das lutas trabalhistas no país. A greve durou 30 dias, e foi uma experiência pioneira de surpreendente sucesso. Os operários em greve, concentrados em São Paulo, mas articulados com greves que foram lançadas no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, deixaram claro aos chefes as pautas da paralisação e abriram o espaço das fábricas ocupadas para negociações. Muitos foram presos e as manifestações foram reprimidas, mas a greve se manteve de pé até o final.
As famosas greves do ABC, em 1979, liderados pelo sindicalista Lula, mesmo diante da proibição da ditadura militar que impedia o funcionamento de sindicatos e a livre filiação dos trabalhadores.
A C.L.T foi criada em 1 de maio de 1943, e consolidava avanços nas relações trabalhistas, que foram reduzidas e caminham para a extinção devido, principalmente a inanição dos trabalhadores atuais.
Sob o pretexto de ser antiga e não mais representar as práticas "modernas" da legislação capital e trabalho, ela está sendo pouco a pouco destruída, sem que nada fique em seu lugar. Sob a falácia que criaria mais empregos a reforma de 2017 aumentou o desemprego o Brasil e precarizou os empregos diminuindo os salários.
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