quinta-feira, 13 de maio de 2021



Em quatro séculos de tráfico negreiro, cerca de 3,5 milhões de africanos aportaram no Brasil na condição de escravos, o equivalente a 37% do total da população do continente americano. Eles eram de diversas etnias: iorubás, fons, maís, haucás, eués, axântis, congos, quimbundos, umbundos, macuas, undas e diversos outros povos, cada qual com sua própria religião e cosmogonia.





As religiões afro-brasileiras formaram-se em diferentes regiões e estados do Brasil e em diferentes momentos da história. Por isso, elas adotam não só diferentes formas rituais e diferentes versões mitológicas derivadas de tradições africanas diversificadas, como também adotam nome próprio diferente.

Além disso, as religiões tradicionais africanas, bem como o islamismo dos chamados malês (como os maís e hauçás) entraram em contato e absorveram maiores ou menores quantidades de elementos de religiões indígenas, do Catolicismo, mais recentemente, da Doutrina Espírita.

Entretanto, podem ser estabelecidas duas linhas principais de religiões africanas que tiveram maior influência no Brasil:
as religiões dos negros bantos, vindos do sul e oeste da África (Angola, República Democrática do Congo, Moçambique), que originaram diferentes cerimônias celebradas especialmente no Rio de Janeiro (como o candomblé bantu, e a umbanda). São também elementos folclóricos bantos, por exemplo, as festas de bumba-meu-boi, lutas de capoeira, jogos de dança, e o samba;
as religiões dos negros iorubás e jejes, originados do leste africano (em especial a Nigéria), cuja influência é predominante no Nordeste brasileiro, com os candomblés baianos (como o candomblé Queto e o candomblé jeje).

A organização das religiões negras no Brasil deu-se bastante recentemente. Quando, nas últimas décadas do século XIX, no período final da escravidão, os africanos trazidos em levas para o Brasil foram assentados nas cidades, puderam viver em maior contato uns com os outros, num processo de interação e liberdade de movimentos que antes não conheciam. A fixação urbana dos escravos forneceu as condições favoráveis à sobrevivência de algumas tradições religiosas africanas, com o aparecimento de grupos de culto organizados.

Diferença entre candomblé e umbanda: 




O Candomblé e a Umbanda, apesar de suas semelhanças, apresentam muitas diferenças entre si, como origem, a relação com os orixás, rituais, o fenômeno da incorporação, entre outros.

O Candomblé veio da África, trazido ao Brasil por meio dos negros africanos escravizados. Aqui, sofreu adaptações e é considerada uma religião afro-brasileira.

O candomblé tem rituais muito bonitos, realizados ao ritmo de atabaques e cantos em idioma ioruba ou nagô, que variam conforme o orixá que está sendo cultuado. As cerimônias do candomblé são realizadas nos "terreiros" - que hoje são casas ou templos, mas expressam no nome suas origens: era em clareiras na mata que os escravos podiam expressar sua religiosidade. Os ritos são dirigidos por um pai de santo (que tem o nome africano de babalorixá) ou uma mãe de santo (ialorixá).




Já a Umbanda é uma religião propriamente brasileira e seus fundamentos foram revelados por Zélio Fernandino de Moraes¹. A Umbanda é marcada pelo forte sincretismo entre catolicismo, espiritismo e religiões afro-brasileiras.

                                    ¹ - médium brasileiro, considerado o                                                         anunciador da Umbanda.


No início do século 20, algumas décadas depois da abolição da escravatura no Brasil, originou-se na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, um culto afro-brasileiro muito importante: a umbanda. Ela incorpora práticas do candomblé, do catolicismo e do espiritismo. É um culto mais brasileiro, mais simples e mais popular, até porque seu idioma é o português e não as línguas ou dialetos africanos. Mas a umbanda também sofreu perseguições. Muitos terreiros foram invadidos pela polícia e os rituais foram proibidos.


Jurema


Jurema, também conhecida como Catimbó Jurema, nasceu da junção ocorrida entre as espiritualidades indígenas, europeia e africana, no século XVI.


Nessa religião, o Exu é a entidade responsável por auxiliar os mestres na realização dos trabalhos. Diferente do que ocorre na Umbanda, onde os Exus possuem entidades distintas, na Jurema há hierarquia onde todas as entidades são subordinadas a autoridade Mestre, que é o Exu.





Os seguidores dessa religião possuem uma grande atuação com as ervas, principalmente com a árvore que deu o nome à religião. Da planta, eles utilizam raízes, cascas e folhas, tudo com o intuito de obter a cura de enfermidades.


Macumba é uma espécie de árvore africana e também um instrumento musical utilizado em cerimônias de religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda. O termo, porém, acabou se tornando uma forma pejorativa de se referir a essas religiões – e, sobretudo, aos despachos feitos por alguns seguidores (veja boxe). Na árvore genealógica das religiões africanas, macumba é uma forma variante do candomblé que existe só no Rio de Janeiro. O preconceito foi gerado porque, na primeira metade do século 20, igrejas neopentecostais e alguns outros grupos cristãos consideravam profana a prática
dessas religiões. Com o tempo, quaisquer manifestações dessas religiões passaram a ser tratadas como “macumba”. Entenda nas próximas páginas as diferenças entre os cultos de origem africana.




Os despachos nos cruzamentos ganharam fama de “macumba” porque são uma das expressões mais visíveis dessas religiões fora dos templos. Mas, na verdade, eles são oferendas para o orixá Exu, geralmente pedindo proteção. São colocados em encruzilhadas porque esses lugares representam a passagem entre dois mundos. Existem, sim, despachos feitos para fazer mal aos outros (mais no candomblé, onde não existe distinção entre o bem e o mal, diferentemente da umbanda), mas nenhuma das religiões incentiva essa prática.





A prática dessas religiões da cultura africana são exercidas até hoje e muitos de seus seguidores também frequentam outras religiões, principalmente religiões cristãs.


Hoje é 13 de Maio, dia de lembrarmos uma das maiores chagas de nossa história que foi a escravidão. O quê justifica achar que um outro ser humano nasceu para servi-lo, e que você pode dispor dele como um objeto ? Lembrar um episódio triste desse é lutar para que essa excrescência jamais volte.



Fontes:
educacao.uol.com.br
educamaisbrasil.com.br
google.com
wikipedia.org
super.abril.com.br

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