sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Vamos falar hoje do clássico do escritor russo Vladimir Nabokov, Lolita.





Lolita, o romance, talvez tenha sido a obra literária mais escandalosa do século 20. Provocou debates em tribunais, gerou incontáveis especulações biográficas sobre o escritor (que foi casado a vida inteira com a mesma mulher) e produziu farto material jornalístico no mundo todo. Cercou Nabokov de uma aura de escritor degenerado e popularizou as palavras ninfeta(ninfa )  e Lolita (apelido e Dolores, personagem principal do romance).



Motivo? O livro conta a história da paixão de Humbert Humbert — um discreto professor europeu de meia-idade — por uma sapeca pré-adolescente americana. Fascinado pela beleza imaculada das menininhas púberes, Humbert se afunda no lodaçal dos desejos proibidos. Seduz e se deixa seduzir por Dolores, encarnação infantil da mulher fatal. Para piorar as coisas, a menina é sua enteada. Juntos, empreendem uma viagem automobilística pela América das longas estradas e pelas camas de intermináveis motéis baratos.




Prevendo o escândalo, nenhum editor americano quis publicar a obra. Depois de longa e infrutífera peregrinação pelas maiores editoras dos Estados Unidos, Lolita acabou saindo na França pela Olympia Press, provavelmente uma das editoras de "sacanagem" mais refinada da história. A História de O, de Pauline Réage, e O Almoço Nu, de William Burroughs, estes sim sexualmente explícitos, foram alguns dos romances publicados pela editora.

Essa primeira edição francesa de Lolita vendeu apenas 5 mil exemplares. O barulho ainda era pequeno. Pouca gente soube valorizar o livro. Até que o escritor britânico Graham Greene — autor de "O Americano Tranquilo" — desmanchou-se em elogios ao romance numa entrevista.


Sue Lyon (Lolita no filme de Kubrick)



Em 20 de dezembro de 1956, a polícia francesa recolheu todos os exemplares de Lolita e o livro permaneceu maldito na França por dois anos. Fazia companhia a outras obras que um dia também foram tiradas de circulação supostamente por ofenderem a moral e a família, como Madame Bovary e As Flores do Mal.

Quando saiu nos Estados Unidos, em 1958, Lolita fez história. Vendeu, apenas nas três primeiras semanas de lançamento, a soma de 100 mil exemplares (na época, somente E o Vento Levou — o livro — havia alcançado marca semelhante). Foi um sucesso e um escândalo.




Em plena Guerra Fria, o grande público considerava Nabokov apenas mais um russo pervertido querendo sacanear com os americanos com duvidosos costumes europeus. Os críticos babaram. Viam naquele insólito casal uma espécie de alegoria das relações entre Europa e América, a primeira apegada a valores antigos e decadentes, a segunda lépida, faceira e aberta às novas experiências oferecidas pelo mundo.

Afirma-se que a inspiração do romance foi um fato verídico de uma jovem, Sally Horner, de 11 anos que desapareceu em junho de 1948, sequestrada por um pedófilo chamado Frank la Salle. A menina passaria quase dois anos desaparecida, até conseguir escapar e voltar para casa.

Lolita  foi levado ao cinema em 1962,  dirigido por Stanley Kubrick, baseado no romance de 1955 de mesmo título por Vladimir Nabokov, quem também escreveu o roteiro.  O filme estrela James Mason como Humbert Humbert, Sue Lyon como Dolores Haze (Lolita), e Shelley Winters como Charlotte Haze, com Peter Sellers como Clare Quilty.




Em 1997 o romance foi mais uma levado ao cinema com direção de Adrian Lyne. Estrelado por Jeremy Irons, Dominique Swain, Melanie Griffith e Frank Langella.


O termo "lolita" e "ninfeta" foram alcunhados a partir desse romance significando jovens mulheres.


Fontes:
aventurasnahistoria.uol.com.br
dicionariodenomesproprios.com.br
brasil.elpais.com
google.com
wikipedia.org





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