quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Hoje vamos falar da peça de William Shakespeare, Hamlet, príncipe da Dinamarca.






A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, foi escrita por William Shakespeare, numa data não confirmada entre 1600 e 1602. Uma primeira versão da história teria sido escrita entre 1587 e 1589, mas o registro desse texto se perdeu. A versão da tragédia que conhecemos foi terminada entre 1600 e 1602 e publicada pela primeira vez em 1603. Hamlet é a peça mais longa de Shakespeare.





O mito de Hamlet é muito antigo na história escandinava, foi contado pela primeira vez, por um dinamarquês do século XIII, Saxo Gramaticus, no terceiro livro de sua compilação chamada de Danica.

Saxo Gramaticus

Em 1576 a história volta a ser contada por François de Belleforest em suas Histoires Tragiques de 1576.

É uma história em que os acontecimentos transformam um drama, a morte do Rei Hamlet, em uma tragédia, a descoberta de que o tio , Claudio, matou o seu pai e a consequente vingança do Príncipe Hamlet.




Hamlet é uma tragédia centrada no tema da vingança. Pode nos provar que um espírito vingativo é tão destrutivo quanto o motivo da vingança. Shakespeare nos lembra a presença do mal no universo humano e, ao mesmo tempo, explora nossa reação para com esse mal congênito. Melancolia e insanidade são mecanismos humanos de enfrentamento do mal.

Hamlet se pergunta qual seria a melhor atitude a tomar diante da revelação do espectro de seu pai.


To be, or not to be, that is the question:
Whether 'tis nobler in the mind to suffer
The slings and arrows of outrageous fortune,
Or to take arms against a sea of troubles,
And by opposing end them? To die, to sleep,
No more; and by a sleep to say we end
The heart-ache, and the thousand natural shocks
That flesh is heir to: 'tis a consummation
Devoutly to be wished. To die, to sleep;
To sleep, perchance to dream – ay, there's the rub

(Ato III - cena 1)

Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e flechas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provocações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
Dizer que rematamos com um sono a angústia
E as mil pelejas naturais-herança do homem:
Morrer para dormir… é uma consumação
Que bem merece e desejamos com fervor.

(tradução -  Péricles Eugênio da Silva Ramos)






O enredo dessa tragédia é labiríntico. Cláudio teria assassinado seu irmão, que era o Rei (o pai de Hamlet, com o mesmo nome), casando-se com a Rainha Gertrudes (mãe de Hamlet). Um fantasma, que Hamlet acreditava ser seu pai (“sou o espírito de teu pai”), contou-lhe o que teria acontecido, e como morreu pelas mãos de Cláudio, pedindo vingança. Assim, obcecado por uma desforra ditada por um espectro, na forma imaginária do pai assassinado, Hamlet fingiu-se de alucinado, dizendo-se “não estou louco de verdade, estou louco por astúcia”; o fingimento da loucura fazia parte do plano para vingar a morte do pai. A vingança era o único pensamento que persistia em sua mente.

Hamlet não estava em paz. Acreditava ser capaz de viver recluso numa casca de noz, percebendo-se como o rei do espaço infinito, se não tivesse maus sonhos. E uma alma em desordem, dita o bom senso, refém do sofrimento que a destrói, e do qual paradoxalmente também se alimenta, é uma alma triste, melancólica, que vê a vida como uma “enorme prisão, cheia de células, solitárias e masmorras”. A natureza humana é vista também com melancolia. Para Hamlet, se as pessoas fossem tratadas como merecemos, todas mereceríamos o chicote. Pessimismo maior não há.

Hamlet obteve as provas de que necessitava quando, a seu pedido, um grupo teatral representou uma peça, na qual o Rei foi assassinado, exatamente como Cláudio teria matado o pai de Hamlet. É o teatro dentro do teatro. É o artifício utilizado por Hamlet para alcançar a verdade. Como Hamlet previa, Cláudio, assustado e titubeante, deixou o teatro. Era a prova de que Hamlet precisava. Comprovou a fala do fantasma que denunciou que “a serpente que tirou a vida de teu pai agora usa a nossa coroa”.

Questionado pela mãe (que queria entender o que ocorrera com Cláudio no teatro) em conversa no quarto da Rainha, Hamlet assassinou Polônio, conselheiro do Rei, que ouvia a conversa atrás de uma cortina. Pensava que estava ferindo Cláudio. Polônio era pai de Ofélia (que Hamlet supostamente amava), e de seu amigo Laertes. Ofélia se suicidou, tentou-se negar-lhe uma sepultura. Na parte final, Hamlet mata Cláudio, fechando a vingança, morrendo logo em seguida, ferido por uma espada envenenada.



Hamlet - Laurence Olivier




Há várias adaptações da peça para o cinema. A mais importante, porém, continua a ser a dirigida por Laurence Olivier em 1948. Há também uma versão de Kenneth Branagh, de 1996 e uma em ambiente mais moderno, dirigida por Michael Almereyda, de 2000.




O clássico da Disney Rei Leão, é baseado na obra de Shakespeare. 

Mufasa, o rei é assassinado por ser irmão Scar, que põe a culpa em Simba, legítimo herdeiro da coroa, que é exilado. Quando Rafiki conta para Simba a verdadeira história de sua vida apresentando o fantasma de Mufasa, Simba volta para a savana e retoma seu reino.


Fontes:
wikipedia.org
conjur.com.br
youtube.com
google.com
leem.seed.pr.gov.br
Shakespeare, William - Editora Abril - 1978


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