quinta-feira, 12 de novembro de 2020

No dia 12 de novembro de 1914 morria o poeta Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, na cidade de Leopoldina (MG). A causa da sua morte precoce, aos 30 anos de idade, foi uma pneumonia. 



Augusto dos Anjos




Nascido em Cruz do Espírito Santo (PB), no dia 20 de abril, de 1884, Augusto do Anjos começou a compor versos aos sete anos de idade. Ao longo de sua vida e de sua carreira como poeta, ele foi algumas vezes identificado como representante do simbolismo ou parnasianismo. 


Soneto


Canta teu riso esplêndido sonata,
E há, no teu riso de anjos encantados,
Como que um doce tilintar de prata
E a vibração de mil cristais quebrados.

Bendito o riso assim que se desata
- Citara suave dos apaixonados,
Sonorizando os sonhos já passados,
Cantando sempre em trínula volata!

Aurora ideal dos dias meus risonhos,
Quando, úmido de beijos em ressábios
Teu riso esponta, despertando sonhos...

Ah! Num delíquio de ventura louca,
Vai-se minh'alma toda nos teus beijos,
Ri-se o meu coração na tua boca!



Alguns críticos chegaram a colocá-lo entre os pré-modernista, já que são encontradas características expressionistas em seus poemas. Sem se enquadrar verdadeiramente em nenhum movimento, ele assombrou a elite letrada do país com versos que eram apenas seus. Suas palavras remetiam à sensação de putrefação e, ainda hoje, Augusto dos Anjos é inclassificável. 



Versos Íntimos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


Para o público e crítica, habituados à elegância parnasiana, seus versos eram de mau gosto. Alguns poemas do livro Eu (1912) são vistos como os mais estranhos de toda a literatura brasileira. Um dos motivos é o vocabulário pouco comum, repleto de palavras com forte carga cientificista. A multiplicidade de influências literárias que recebe, tona difícil, se não impossível, sua classificação estilística. Além da poesia, Augusto dos Anjos também trabalhou no magistério, quando se mudou para o Rio de Janeiro, onde foi professor em várias escolas. Durante sua vida, publicou vários poemas em periódicos. 






O primeiro foi Saudade, em 1900. Após sua morte, o amigo Órris Soares organizou a edição Eu e Outras Poesias, com poemas não publicados por Augusto dos Anjos.



Fontes:
seuhistory.com
google.com
culturagenial.com

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