domingo, 20 de setembro de 2020

Matias Aires

Matias Aires

Matias Aires foi um filosofo e pensador brasileiro do século XVII. Nascido em 27 de Março de 1705 em São Paulo, e morreu em 10 de dezembro de 1763 em Lisboa, Portugal.

Segundo o escritor Ariano Suassuna, Matias Aires foi o maior filosofo do século XVIII em língua portuguesa.


Sua obra foi descrita por António Pedro Mesquita, professor doutor pela Universidade de Lisboa, que escreveu Homem, Sociedade e Comunidade Política – O Pensamento Filosófico de Matias Aires (1705-1763), apontando para a importância do filósofo e analisando sua produção intelectual.


Matias Aires #3 – netmundi.org


Mesquita faz um levantamento das análises precedentes em relação à obra de Matias Aires, e relaciona três maneiras distintas de possíveis leituras: uma maneira biográfica, uma maneira ideológica, e uma maneira filosófica. A maneira biográfica deriva o pensamento da biografia do autor. Tal procedimento, segundo Mesquita, resultaria incompleto sempre, uma vez que, o que se apreende de uma análise que prime por confrontar a vida e a obra de Matias Aires iria verificar que há, entre ambas, uma profunda contradição. Assim, a leitura biográfica não conseguiria explicar o fosso existente entre aquilo que Matias Aires escreve e as escolhas que Matias Aires faz em sua vida particular. Outra maneira de ler as “Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens” seria de acordo com o que Antônio Pedro Mesquita chama uma “leitura ideológica” do texto; porém, esse modo de abordagem não é considerado o mais adequado em relação à produção airesiana por derivar somente do momento histórico os conteúdos da obra. Por fim, é possível ler Matias Aires a partir da perspectiva de uma leitura filosófica: Matias Aires constrói uma teoria do que é o humano, elabora uma reflexão acerca daquilo que constitui o princípio fundamental da natureza humana. Nesse sentido, apenas uma leitura filosófica seria capaz de compreender os argumentos filosóficos expostos na obra, bem como os objetivos do autor ao elaborar sua teoria.


Reflexões Sobre A Vaidade Dos Homens - Matias Aires - Traça Livraria e Sebo

Offereço a Vossa Magestade as Reflexões sobre a vaidade dos homens; isto he o mesmo que offerecer em hum pequeno livro aquilo de que o mundo se compoem, e que só Vossa Magestade não tem: feliz indigencia, e que só em Vossa Magestade se acha. Declamey contra a vaidade, e não pude resistir à vaidade innocente de pôr estes discursos aos Reaes pés de Vossa Magestade; para que os mesmos pés, que heroicamente pizão as vaidades, se dig-nem proteger estas Reflexões. Mas que muito, Senhor, que as vaidades estejão só aos pés de Vossa Magestade, se as virtudes o occupaõ todo? Alguma vez se havia de ver a vaidade sem lugar.



Segundo Athayde de Tristão,  o culto à ciência foi levado à Portugal por Matias Aires e por ele comunicado à sua irmã. Completamente embebido de cartesianismo, e mais do que isso, penetrado pelo naturalismo científico que o século XVII legara ao século XVIII, Matias Aires ia ser, em Portugal, o patriarca do cientificismo. Seria reconhecido como um dos grandes humanistas do século XVIII, comparado à Montaigne e La Rohefoucauld. Também, por seus escritos, é considerado um dos que abriram caminho aos estudos e ao cientificismo em Portugal.

Frases de Matias Aires:

Tudo quanto vejo é com olhos desenganados. Talvez por isso vejo as coisas como são e não como se mostram. Porque o desengano tem virtude e força para arrancar da formosura o véu cadente e mentiroso de que o teatro da vida se compõe.


O engano vestido de eloquência e arte atrai e a verdade mal polida nunca persuade. Fazemos vaidade de errar com sutileza e temos pejo de acertar rusticamente.


Quem deseja vingar-se ainda ama, e quem se mostra ofendido ainda quer.


Fontes:
escritas.org.pt
google.com
wikipedia.org
pensador.com
dominiopublio.gov.br

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