terça-feira, 15 de outubro de 2019

No dia 15 de outubro de 1844 nascia, em Rocken, na Alemanha, Friedrich Wilhelm Nietzsche, filósofo e poeta alemão, considerado um dos pensadores modernos mais influentes do século XIX. Ao longo de sua carreira, ele realizou uma exaustiva crítica à cultura, religião e filosofia ocidental por meio da desconstrução dos conceitos e de análises das atitudes morais da vida. Sua obra exerceu grande influência nas futuras gerações de teólogos, filósofos, psicólogos, poetas, novelistas e dramaturgos. Entre os seus livros se destacam "Assim Falou Zaratustra, um Livro Para Todos e Para Ninguém", "Além do Bem e do Mal, Prelúdio a uma Filosofia do Futuro", "Genealogia da Moral e "O Anticristo " Praga contra o Cristianismo". 



Anticristo

Este conceito advém da crítica à ética cristã enquanto a moral de escravos; pois séculos de moral cristã, enfraqueceu as potências vivificantes da sociedade ocidental, notadamente das suas elites, na medida em que o moralismo doutrinou o homem a oprimir-se de todos os seus impulsos.

Além disso, Nietzsche imagina o mundo terrestre como um vale de sofrimento, em oposição ao mundo da felicidade eterna do além vida. De outro modo, a arte trágica é pensada como contraposta à decadência e arraigada na antinomia entre a "vontade de potência" (futuro) e o "eterno retorno" (futuro numa repetição), o que não denota uma volta do mesmo nem uma volta ao mesmo, dado que é fundamentalmente seletivo.


Nietzsche e a História

Rompeu com a analogia entre a Filosofia e a História que havia sido formada pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), onde esta seria compreendida enquanto uma crônica da racionalidade, a qual considera o excesso de história hostil e perigoso à vida, pois limita a ação humana.

Instinto e Razão


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Opunha-se à ideia segundo a qual os eventos históricos instruíam os homens a não repeti-los, segundo a teoria do eterno retorno, que compreende o assentimento diante de “destruições do mundo” cíclicas.


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Sua filosofia constitui uma exaltação de todos os valores vitais e é uma crítica da cultura, especialmente da tradição filosófica e do cristianismo — que, segundo ele, levaram o homem à submissão e impediram-no de se desenvolver como um “espírito livre”. Centralizou sua doutrina em quatro pontos fundamentais: a vontade de potência, o super-homem, a auto-superação da moral e o eterno retorno.

A obra de Nietzsche supôs um ponto de inflexão na história da filosofia, uma vez que deu lugar ao desenvolvimento de uma corrente de pensamento que teve uma enorme importância no século XX. Algumas de suas obras mais decisivas são A origem da tragédia (1872), A gaia ciência (1882 e 1887), Aforismos para a afirmação da vida



Friedrich Nietzsche (1844-1900), como Bento de Espinosa (1632-1677) – de quem foi leitor entusiasmado e com cujo sistema rompeu, posteriormente faz de sua filosofia uma afirmação da vida, da vontade de viver.


Nietzsche



Em tomo desse núcleo ele desenvolveu um pensamento demolidor em relação à tradição, em todas as suas manifestações: moral, religiosa, científica, filosófica. Para Nietzsche, todas elas deram sua contribuição para oprimir o ser humano das mais diversas maneiras.

Suas críticas à tradição não se limitaram, porém, ao conteúdo da filosofia que produziu. Elas também se apresentam no aspecto formal dessa produção.

Nietzsche não elaborou um sistema filosófico no sentido tradicional do termo. Seus textos, de reconhecido valor literário, são, em parte, fragmentados. Pode-se dizer que Nietzsche fala por aforismos, sem a preocupação de elaborar conceitos e encadeá-los. Mas esses fragmentos compõem uma unidade, uma filosofia de novo tipo, liberada das amarras do encadeamento de razões.

Natureza e valores para Nietzsche

Estudioso da física, da química e principalmente da biologia, Friedrich Nietzsche se baseia nelas para compreender o homem, seu comportamento, suas ações. Interessa-lhe o ser humano partícipe da natureza, submetido a suas forças e a suas leis, componente do mundo. Assim, não é de um homem abstrato ou idealizado que ele fala, mas do homem real.

Esse homem real, desde o nascimento, é submetido a valores – o elemento formador da cultura. Os valores da cultura europeia, expressos no cristianismo, no socialismo e no igualitarismo democrático, compõem uma moral que precisa ser superada. Essa superação, por sua vez, não pode se dar na esfera limitada pelas noções de bem e de mal – para Nietzsche, manifestações de uma “vitalidade descendente”; deve ir além dessa esfera, alcançando a “vitalidade ascendente”, identificada com a vontade de viver ou vontade de potência.

O ideal do super-homem

Superar os valores significa também superar o homem submetido a eles. Preso à suposta objetividade da ciência e ao ressentimento moral cristão, o homem está sob o domínio da “moral do escravo“, em que se prezam os valores que Nietzsche denomina “inferiores”: humildade, bondade, piedade, satisfação, amor ao próximo.

Esses valores são falsos e, ao contrário do que se acredita, controlam o homem em vez de libertá-lo.

A liberdade pressupõe o abandono da condição de escravo. É preciso tornar-se senhor, tomar-se potência. E isso implica a adoção de novos valores: a personalidade criadora no lugar da objetividade, a virtu em vez da bondade, o orgulho substituindo a humildade, o risco e não a satisfação, o amor ao distante e não o amor ao próximo.

O homem-senhor, o homem-potência, é o que Nietzsche chama “super-homem”: aquele capaz de assumir riscos, ser criativo, orgulhar-se de si, amar o distante e ter a virtu -renascentista. A moral do super-homem, assim, é a negação da moral do escravo.

Ele tem a moral do senhor, isto é, a vontade de potência, que abole a culpa e o castigo, que afirma e dá sentido à vida.
Nietzsche e a morte de Deus

Ao proceder à trans-valoração dos valores, Nietzsche os entende como “humanos, demasiado humanos“. Isso significa que é o homem que deve dar sentido à própria vida. Até porque, afirma o filósofo, divindades não existem. A vida é aqui. E agora.


“Deus está morto”

“Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!”, escreve Nietzsche em "A gaia ciência" , § 125. E se, em seguida, pergunta “como haveremos de nos consolar” – pressupondo luto no final do parágrafo glorifica o ato, qualificando-o como o “mais grandioso” de todos os tempos, aquele que prenuncia um futuro melhor, “e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma história superior a toda a história até hoje!”.

Ao anunciar a morte de Deus, Friedrich Nietzsche (1844-1900), na verdade, afirma a morte da metafísica, noção filosófica da qual o cristianismo se apossou e que postula a existência de outro mundo além deste, um mundo suprassensível que seria a origem, a referência e a finalidade de tudo aquilo que vive na Terra. A religião, ao prometer nele a redenção, segundo Nietzsche, manipula os fracos, impondo-lhes a resignação e a renúncia.

Nietzsche morre no dia 25 de agosto de 1900, em Weimar.


Fontes:
todamateria.com.br
seuhistory.com
coladaweb.com
google.com

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