Em 25 de outubro de 1975, o jornalista, dramaturgo e professor Vladimir Herzog morria em São Paulo, após ter sido preso pela ditadura militar. A versão oficial de que ele teria cometido suicídio sempre foi questionada por opositores do regime. Depois disso, Herzog se tornou símbolo da luta pela democratização do Brasil.
Nascido na Croácia (na época Reino da Iugoslávia), no dia 27 de junho de 1937, era de origem judia e veio com a família para o Brasil por conta da Segunda Guerra Mundial. Originalmente, foi batizado como Vlado, nome que considerava muito exótico. Então, para se ambientar melhor ao país, passou a assinar como Vladimir.
Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, trabalhou, a partir de 1959, no jornal O Estado de São Paulo e também na BBC de Londres. Nos anos 70, assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura, de São Paulo. Foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e atuou como dramaturgo. Era conhecido por sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro e pela luta contra a ditadura.
No dia 24 de outubro de 1975, quando era diretor de jornalismo da TV Cultura, Herzog foi convocado a prestar depoimento sobre sua conexão com o Partido Comunista Brasileiro. No dia seguinte, foi encontrado em uma cela enforcado com sua própria gravata. Em 2012, seu registro de óbito foi retificado, passando a constar que sua "morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (Doi-Codi)". O jornalista era casado com a publicitária Clarice Herzog, com quem tinha dois filhos.
Herzog e Clarice
Depois do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, o ato inter-religioso pela morte de Vladimir Herzog foi a primeira grande manifestação de protesto da sociedade civil contra as práticas da ditadura militar. Reuniu milhares de pessoas dentro e fora da Catedral da Sé, na cidade de São Paulo, entre elas figuras conhecidas, artistas e intelectuais, como o filósofo francês Michel Foucault, cujas aulas na FFLCH DA USP tiveram de ser interrompidas. O assassinato colocara uma grande questão religiosa. Os judeus não enterram suicidados dentro de seu cemitério, mas fora dele. Assim o enterro de Herzog, dentro do cemitério Israelita, e a respectiva cerimônia se tornaram atos contra o regime militar.
Culto ecumênico na Sé
Após a morte de Herzog e depois do operário Manoel Fiel Filho o presidente Geisel trocou o comandante do II Exército Ednardo D´avila Mello.
Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho
Esse fato acelerou a abertura política e o fim da ditadura militar.
Na música de Aldir Blanc e João Bosco "O Bêbado e a Equilibrista" brilhantemente interpretado por Elis Regina, existe uma lembrança à Maria e à Clarice. Maria mãe de Henfil e Herbert de Souza, o Betinho e Clarice mulher do Vlado Herzog.
Fontes:
seuhistory.com
google.com
youtube.com
vidacuriosa.blogspot.com
agenciabrasil.ebc.com.br
wikipedia.org.
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