Naquele que é considero o teto do mundo, reside uma comunidade que é ainda desconhecida para muitos: os sherpa. Também conhecidos como os guardiões dos Himalaias, têm sido, nas últimas décadas, os guias de montanhistas e exploradores nas zonas mais altas desta cordilheira. E nem mesmo as tragédias que se abateram sobre os sherpa nos últimos anos - em 2014 uma avalanche e em 2015 um terremoto - demoveram este grupo étnico de continuar a lutar pela sua sobrevivência, que depende da indústria turística e desportiva.
A jornalista, fotógrafa e montanhista, Jennifer Peedom recordou o momento em que foi testemunha da avalanche que atravessou a cascata de gelo de Khumbu, sepultando 16 sherpas debaixo de 14 milhões de toneladas de neve. "Foi devastador. Foi uma experiência muito emocional", "Foi um dia muito longo, mas era algo que estava a acontecer com eles, não comigo. Senti que o nosso trabalho era documentar o que estava a acontecer naquele momento e aquilo que se iria seguir [à avalanche], o que acabou por transformar-se num evento histórico", acrescentou.
Quando começou a captar imagens no monte Evereste, a 8848 metros de altitude, a realizadora australiana já tinha em mente fazer um documentário centrado nesta comunidade. Mas a sua intenção era narrar a história do guia veterano Phurba Tashi e da sua tentativa de bater um recorde mundial ao alcançar o cume do Evereste pela vigésima segunda vez.
Phurba Tashi
Mas, no dia 18 de abril de 2014, a realizadora e a sua equipa foram surpreendidos por uma tragédia que acabou por mudar radicalmente o plano que tinham traçado. Para conseguir conquistar a confiança da comunidade sherpa, caracterizada por uma personalidade "tímida" e "relutante", a realizadora contou com a ajuda de dois membros deste grupo étnico: um tradutor e um operador de câmara. Perante a tragédia que se abateu sobre a montanha mais alta do mundo, Jennifer teve de mudar o ângulo do seu documentário e nem por um segundo hesitou em mostrar ao mundo a dor em que esta comunidade se encontrava mergulhada e a forma como conseguiram superar a perda de 16 dos seus membros.
Foi o acidente mais fatal registrado nessa montanha até hoje e vitimou somente sherpas – como são conhecidos os guias de montanha nepaleses. Segundo informações divulgadas pela rede BBC, os sherpas estavam escalando naquela manhã para fixar cordas e, assim, preparar a rota para expedições de montanhistas do mundo inteiro. É uma prática comum hoje, motivada pelo crescente turismo à montanha mais alta do mundo, de 8.848 metros de altitude.
O acidente aconteceu em torno dos 5.800 metros, próximo da famosa cascata de gelo do Glaciar de Khumbu, uma seção da rota ao cume considerada particularmente difícil. Também impressiona o fato de isso ter ocorrido no começo da temporada, quando nem metade das equipes de montanhistas tinha chegado à montanha.
Os Sherpas são uma etnia da região montanhosa do Nepal, que em linguagem tibetana significa “povo do leste” (shyarpa = shyar (leste) + pa (povo)).
Apesar de, no geral, serem figuras anônimas, que auxiliam e facilitam os cumes dos ocidentais, é fato que nos últimos anos vários deles têm se destacado pelas façanhas conquistadas.
A título de exemplo:
Ang Rita – primeiro a escalar o Everest 10x
Babu Chhiri – primeiro a dormir no cume do Everest
Apa – primeiro a escalar o Everest 20x
Danuru – primeiro a escalar o Cho Oyu 10x
Mingma – primeiro a fechar todos os 14 cumes 8000
Chhang Dawa – segundo a fechar todos os 14 cumes 8000
Speed Pemba – recordista de velocidade no Everest, fez cume em meras 8h10m.
Os Sherpas são oriundos do Tibet Independente a mais de 500 anos, se refugiaram na cordilheira do Himalaia para viver da agricultura (cereais e tubérculos) e criação de Iaques (um tipo de bovino que habita o Himalaia).
A etnia Sherpa fala seu próprio idioma, que se assemelha a um dialeto do tibetano.
O cientista britânico Alexander Mitchell Kella, um dos pioneiros das explorações do Himalaia, foi o primeiro a reconhecer os talentos naturais dos nativos do Himalia e, à época, decidiu trocar seus carregadores suíços por Sherpas já que, segundo ele, eram “realmente fortes, de uma índole amigável e por serem budistas não há nenhum problema em comer qualquer tipo de comida”.
Um outro fator que influenciou Alexander Mitchell Kella na sua conclusão foi a de que os Sherpas já viviam em uma altitude igual ao maior pico da Europa.
A língua tibetana inclui numerosos dialetos regionais, que, em geral, são inteligíveis entre si.
Os sherpas são uma mão de obra barata, e geralmente quando morrem deixam os familiares sem nenhuma proteção.
Trailer do filme Sherpa
Fontes:
wikipedia.com
altamontanha.com
google.com.br
gooutside.com.br
blogdescalada.com
Os sherpas são uma mão de obra barata, e geralmente quando morrem deixam os familiares sem nenhuma proteção.
Fontes:
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altamontanha.com
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