quarta-feira, 18 de julho de 2018

Fausto  do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe.


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A criação da obra ocupou toda a vida de Goethe, ainda que não de maneira contínua. A primeira versão foi composta em 1775, mas era apenas um esboço conhecido como Urfaust (Proto-Fausto). Outro esboço foi feito em 1791, intitulado Faust, ein Fragment (Fausto, um fragmento), e também não chegou a ser publicado.

A versão definitiva só seria escrita e publicada por Goethe no ano de 1808, sob o título Faust, eine Tragödie (Fausto, uma tragédia). A problemática humana expressada no Fausto foi retomada a partir de 1826, quando ele começou a escrever uma segunda parte. Esta foi publicada postumamente sob o título de Faust. Der Tragödie zweiter Teil in fünf Akten (Fausto. Segunda parte da tragédia, em cinco atos) em 1832.



A tragédia Fausto é, sem dúvida alguma, um dos textos que empresta a Goethe repercussão universal. Nela, pode-se dizer, o poeta expressa a experiência de toda sua existência. O próprio autor afirma em Poesia e verdade, que essa obra representa o “suma sumaruim” de sua vida. Não se pode esquecer que Goethe trabalhou durante 60 anos com esse tema : de 1772 (com seus trabalhos sobre o Urfaust – Fausto zero como ficou conhecido pela tradução encenada no Brasil) até 1832, ou seja, pouco antes de sua morte, ano em que postumamente é publicado o Fausto II. Em seu longo processo de elaboração, esse texto congrega as várias transformações pelas quais passou o poeta em sua longa vida: os vários períodos literários da época – Ilustração, Sturm und Drang, Classicismo, Romantismo -; as diversas atividades do poeta junto ao estado, no meio teatral, seus interesses científicos – botânica, mineralogia, estudo das cores -; seus estudos filosóficos – teologia, teosofia, escritos mágico-místicos -, além dos conhecimentos da mitologia antiga.

Fausto, além de ser a obra simbólica da vida de Goethe, adquire também significado universal por materializar o mito do homem moderno, o homem que busca dar significado a sua vida, que precisa tocar o eterno e compreender o misterioso. Sob este aspecto, o mito faústico transforma-se em um “mito vivo”, um relato que confere modelo para a conduta humana.

O mito faústico e as marcas intertextuais

A relação de Fausto como o conceito de mito, entretanto, também deve ser entendida em uma outra acepção, no sentido de fábula, de ficção, uma vez que a obra de Goethe baseia-se na lenda medieval sobre a figura histórica do doutor Fausto.

Para entender o verdadeiro significado da figura do doutor Fausto, torna-se importante ressaltar que não se trata apenas de um charlatão que se tornou rico e famoso por ter feito um pacto com o diabo, como se propaga comumente.

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                                 Fausto e Metistófoles


Cabe lembrar que o mito criado em relação a essa figura histórica – Georg (Johann) Faust, (1480-1540) tem sua origem em uma época de crise, a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, época caracterizada por profundas mudanças, na qual conceitos até então inquestionáveis começam a ser colocados em xeque. Nesses novos tempos de inquietação, ligados a pesquisas no campo das ciências naturais e outras ciências, pode-se entender que aquele que manifesta sua descrença em relação a verdades, tidas como absolutas, é considerado um homem não temente a Deus, um pactuário do demo. Isso explica a recorrência do motivo do pacto com o diabo à época. Nesse contexto, basta lembrar de figuras contemporâneas ao doutor Fausto: Paracelsius, Nostradamus, Bacon ou Galileu que, perante os olhos da Inquisição, também teriam feito uma aliança com o demônio. Esse é o pano de fundo que serve de cenário para o aparecimento do personagem histórico, doutor Fausto, em tempos que espelham esse processo de busca por maioridade.



Fausto é o protagonista de uma popular lenda alemã de um pacto com o demônio, baseada no médico, mago e alquimista alemão Dr. Johannes Georg Faust (1480-1540). O nome Fausto tem sido usado como base de diversos textos literários, o mais famoso deles a peça teatral do autor Goethe, produzido em duas partes, escrita e reescrita ao longo de quase sessenta anos. A primeira parte - mais famosa - foi publicada em 1806 e a segunda, em 1832 - às vésperas da morte do autor.



Considerado símbolo cultural da modernidade, Fausto é um poema de proporções épicas que relata a tragédia do Dr. Fausto, homem das ciências que, desiludido com o conhecimento de seu tempo, faz um pacto com o demônio Mefistófeles (aquele que não gosta da luz), que o enche com a energia satânica insufladora da paixão pela técnica e pelo progresso.

A primeira encenação de Fausto ocorreu em 1829, vinte e um anos após a obra ser concluída.

Goethe então com 80 anos nunca teve muito interesse na encenação da peça, por ser muito longa, além de muitas cenas serem tecnicamente inviáveis para encenação em um palco.

Numa das apresentações num teatro de Hannover em 24 de julho de 2000, durante a Exposição "Humanidade, Natureza e Tecnologia"  a peça levou 21 horas.






Foi a primeira apresentação da obra completa.

O avanço da técnica cênica e a construção de um teatro com dois palcos, para evitar constantes mudanças de cenário, foram as soluções de Stein para a montagem. Mas o que o ajudou mesmo foi dinheiro, muito dinheiro: 30 milhões de marcos (quase a mesma quantia em reais) foram arrecadados por uma empresa especialmente criada para esse fim, a Faust-Ensemble Ltda.. Para comparação: o orçamento anual dos teatros mais importantes de Berlim gira em torno de 25 milhões de marcos.


A produção exigiu máquinas para desenvolver os efeitos especiais imaginados por Goethe, como bruxas voadoras e armadilhas.

"Fausto" foi um dos pontos altos da programação cultural da Exposição Mundial de Hannover, evento que reuniu quase 200 países em torno do tema "Humanidade-Natureza-Tecnologia". Os organizadores da mostra chamaram a montagem de Peter Stein de "o evento teatral do ano 2000".
Foram 35 atores, 15 artistas (como figurinistas e cenógrafos) e 30 técnicos. A obra toda continha quase 500 personagens. Obviamente, um mesmo ator fez vários papéis secundários.
Bruno Ganz, mais conhecido no Brasil por sua interpretação de um anjo que vira humano no filme "Asas do Desejo" (Wim Wenders), fez o papel de Fausto, o intelectual que vende sua alma ao demônio Mefistófeles (interpretado por dois homens e uma mulher). O ator, que nunca antes havia lido "Fausto 2", levou quatro meses para decorar os 12.110 versos do texto integral.

Normalmente, nas montagens do "Fausto", o principal papel é o de Mefistófeles. Stein julgou que inverter essa regra estava mais de acordo com o espírito do texto e deu o papel-título ao seu ator favorito.
Também Helena, a mulher de Fausto na segunda parte da peça, será interpretada por uma antiga colaboradora de Stein, Corinna Kirchhoff.

A estréia aconteceu no dia 22 de julho às 15h (horário da Alemanha). Foram oito horas no primeiro dia e 15 horas no segundo. Quem pagou 398 marcos (os ingressos se esgotaram horas depois de abertas as bilheterias, em janeiro) teve o  direito de participar de um jantar gótico num dos intervalos. Foram  sete "maratonas" durante o período da Exposição.

Para os espectadores com menos preparo físico, Peter Stein idealizou uma versão que ele apelidou de "sushi", ou seja, fatiado em seis dias consecutivos, com três horas e meia cada.

Fausto teve várias montagens no Brasil.

Com: Luiz Damasceno, Selma Egrei, Ricardo Homuth, Thiago Codinhoto - Direção Marcos Azevedo


Fontes:
revistacult.uol.com.br
google.com.br
terra.com.br
wikipedia.org
youtube.com

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