terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Vamos falar hoje do romance regionalista do escritor José de Alencar, " O Tronco de Ipê" de 1881.




Esse é o segundo livro da fase regionalista de Alencar, outros foram: Til, O Gaúcho e o sertanejo.

Nesse livro José de Alencar retrata a decadência da região do café no Rio de Janeiro do século XIX.





Ambientado numa fazenda escravista do Vale do Paraíba e escrito durante os debates que antecederam a Lei do Ventre Livre. Deputado do Partido Conservador na Câmara nacional, Alencar se opunha à lei de 1871 (Lei do ventre Livre). Negando ser escravocrata, ele defendia a extinção (paulatina) do cativeiro, porém por alforrias na esfera particular, que não iriam adiantar-se à evolução da “educação” e dos “costumes” do País. O tronco do ipê, coerente com essa postura, apresenta as relações entre senhores e escravizados como harmoniosas, regidas por valores paternalistas. Dentro desta visão senhorial, no entanto, os cativos do romance, inclusive os africanos (notadamente o Pai Benedito, “feiticeiro bom”, física e moralmente belo), são retratados como “tutelandos” passíveis de uma integração positiva à sociedade livre. Contrastam muito aos escravos bárbaros, irredimíveis, que povoam alguns livros e relatos jornalísticos de impacto do período, inclusive de abolicionistas



O livro foi adaptado para TV Cultura em 1982, tendo como atores principais: Orlando Barros, Silvana Teixeira,  Fúlvio Stefanini e Maria Isabel de Lisandra.

A história se passa na fazenda Nossa Senhora do Boqueirão. O tronco de um outrora frondoso ipê marca a decadência da fazenda perto da qual mora, em uma cabana, o negro Benedito - espécie de feiticeiro que guarda o segredo da família.

Mário vive desde pequeno na fazenda ao lado de sua prima Alice, com quem se envolve.

Um dia, ainda criança Mário salva Alice, filha de seu tio, o Barão de se afogar. Como retribuição o Barão cuida da educação de Mário, enviando-o para a corte estudar.



O livro é divido em duas partes: no primeiro, um viajante que se encontra na fazenda conversa com Pai Benedito que vivia próximo a fazenda Nossa Senhora do Boqueirão, o mesmo faz uma descrição minuciosa acerca do local e deixa a entender que seria ele responsável por desvendar o drama da família. Em seguida, há a apresentação dos jovens Alice, Mario e Adélia onde é perceptível o carinho de Alice por Mario, entretanto o menino sempre a destrata ou ironiza pelo fato de ser filha do barão. Mario, protagonista do livro, é filho de D. Francisca que vive ao seu lado na casa grande desde que a mulher tornou-se viúva, mas Mario acredita que tal generosidade do barão em conceder-lhes um lar vem da culpa por ter matado José de Freitas, pai de Mário filho do dono da fazenda. Observa-se que Pai Benedito trata Mario com carinho e amor pois tinha grande apreço pelo menino, porém pai Benedito era visto como um feiticeiro e todos achavam que as desgraças decorriam dele, mas o homem era de bem e guardava todos os segredos sobre a morte do pai de Mario. O auge da obra é quando Alice vai ao Boqueirão e é hipnotizada, sendo tragada pelo redemoinho. Mario ao avistar Alice, a quem detestava, atira-se ao lago para salvá-la pondo sua própria vida em risco mas com a ajuda de Pai Benedito o menino consegue retirar Alice do redemoinho e a leva para a cabana pois Alice ainda estava desacordada,  tempos depois o barão chega e encontra a filha à beira da morte e fica completamente desolado. Em mais um ato de bravura, Mario salva Alice novamente ganhando o agradecimento do barão que prometeu cuidar da educação do menino e encaminhou-o à corte. Na segunda parte, sete anos depois, os adolescentes já estão crescidos e Alice aguardava ansiosa pelo retorno de Mário para a festa de natal, porém ao chegar, Mario a trata de forma fria. Aos poucos, os dois retornam a amizade e encontram-se algumas vezes para falar sobre o passado. Todos na fazenda comentavam sobre a paixão dos dois, que ainda assim negavam, porém Mario lembra da repulsa que sentia pelo pai da moça e volta a destratá-la , suspeitas estas que vêm a ser confirmada pelo pai Benedito. No desfecho, Mario e Pai Benedito encontram o corpo de um homem a precipitar-se no redemoinho, é o barão que tentava suicídio para que Mario pudesse ficar com Alice sem o sentimento de culpa mas Mario atira-se no lago para salvá-lo e o perdoa, finalmente estando livre para seguir seus sentimentos e casar com Alice.


Fontes:
wikipedia.org
google.com
passeiweb.com
lelivros.love
alamedaeditorial.com.br
apoioescolar24horas.com.br
liter-at.wixsite.com


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