Vamos falar hoje da Revolta dos Malês.
A Revolta dos Malês foi uma revolta de escravos que aconteceu na cidade de Salvador, na Bahia, em 1835. Essa foi a maior revolta de escravos da história do Brasil e mobilizou cerca de 600 escravos que marcharam nas ruas de Salvador convocando outros escravos a se rebelarem contra a escravidão. A Revolta dos Malês, que ficou marcada pela grande adesão de africanos muçulmanos, acabou fracassando e os envolvidos foram duramente punidos.
Escravidão no Brasil
A escravidão foi introduzida no Brasil ainda no século XVI pelos portugueses. Os primeiros africanos a desembarcarem como escravos foram trazidos para Recife. Ao longo de mais de 300 anos de escravidão, indígenas, africanos e crioulos (nascidos no Brasil) sofreram com a violência e a exploração dessa instituição.
Os escravos, por sua vez, não eram passivos à sua situação e resistiam ao trabalho escravo de diversas maneiras. Os escravos poderiam fugir individualmente ou até coletivamente e muitos dos que fugiam se abrigavam em quilombos, um reduto de escravos fugidos que teve em Palmares seu grande símbolo.
As revoltas também eram um ponto importante e muitas delas eram violentas. Nelas, os escravos voltavam-se contra seus senhores ou até mesmo contra as próprias autoridades da região em que eram escravizados. A Bahia foi um grande símbolo de revoltas de escravos, sobretudo na primeira metade do século XIX.
A data escolhida pelos líderes para realização do motim não foi aleatório. Na verdade, ela representava o “Ramadã” - período mais importante para os muçulmanos, no qual acontecem muitas preces e jejuns. A rebelião ocorreu justamente no final do mês de jejum, 25 de janeiro.
Os escravos queriam se livrar das péssimas condições em que levavam as suas vidas e, por isso, desejavam o fim da escravidão. Na Bahia, a insatisfação com o sistema político e econômico que imperava pelo Brasil também era comum entre os escravizados . Além desses fatores, lutaram pela liberdade religiosa, pois eram obrigados a aderir o catolicismo.
A revolta dos Malês foi liderada por Luís Sanim (pertencente ao povo tapa, conhecido também como nupes), Manoel Calafate, Pacífico Licutan e outros. Ela aconteceu no centro da cidade de Salvador - Bahia e começou com um ataque ao Exército, para libertar os escravos dos engenhos e tomar o controle da cidade.
Outros líderes da revolta dos Malês, a maior parte nagô, foram: Ahuna; Dassalu ou Damalu; Elesbão do Carmo ou Dandará (haussá); Gustard e Sule ou Nicobé.
“Malê” é um termo que se origina da palavra “imalê”, que por sua vez tem origem na língua iorubá. Na língua iorubá significa “muçulmano” e é um idioma referente à família linguística nígero-congolesas.
A revolta eclodiu na madrugada do dia 25 de janeiro de 1835. Na ocasião, alguns escravos rebelaram-se abruptamente, porque sua conspiração havia sido denunciada. Todo o planejamento tinha sido realizado pelos escravos urbanos – aproveitavam-se do fato de possuírem uma maior liberdade em relação ao escravo da lavoura.
As reuniões aconteceram em diversos locais de Salvador, como nos locais de trabalho. Os escravos africanos que se rebelaram estavam usando um abadá branco (roupa típica dos muçulmanos) e estavam usando amuletos com escritos do Corão em árabe, como forma de proteção. As batalhas estenderam-se na cidade de Salvador por quatro horas e resultou na morte de 70 africanos e 9 mortos daqueles que lutaram contra os africanos|3|.
A última batalha aconteceu em um local de Salvador chamado Água de Meninos e ali, os africanos foram derrotados. O combate em Água de Meninos estendeu-se até por volta das 4 horas da madrugada e muitos dos escravos encurralados tentaram fugir a nado pelo mar e muitos se afogaram tentando fazer isso.
Fontes:
mundoeducacao.uol.com.br
educacaomaisbrasil.com.br
google.com
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