segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Dando continuidade no tema revoltas do Império, vamos falar hoje da Sabinada.




A Sabinada foi um movimento de revolta que eclodiu na Bahia. Foi liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, por isso ficou conhecida como Sabinada. O principal objetivo da revolta era instituir uma república baiana, mas só enquanto o herdeiro do trono imperial não atingisse a maioridade legal. Portanto, a sabinada se insere no conjunto das revoltas regenciais que eclodiram como manifestações de descontentamento e insatisfação de parcelas das classes dominantes e populares diante da condução do governo monárquico pelas regências. 

Francisco Sabino



A intenção dos revoltosos era apenas constituir uma “República Bahiense” até D.Pedro II alcançar a maioridade. Portanto, sua insatisfação foi estritamente dirigida ao governo regencial.



D.Pedro II (período da regência)





Além disso, é preciso notar que a Sabinada não pretendia romper com a escravidão, pois desejava o apoio das elites escravocratas, o que não ocorreu.





Entretanto, isso afastou a população escrava, a qual não foi convencida pela promessa de concessão de liberdade aos que lutassem e apoiassem o governo republicano.

A Sabinada aconteceu em uma Bahia agitada politicamente. Desde a Conjuração Baiana, em 1798, a agitação política naquela província era muito grande. A última grande agitação que a Bahia tinha passado tinha sido a Revolta dos Malês, revolta de escravos haussás. Foi a maior revolta de escravos na história brasileira e gerou uma forte mobilização da sociedade soteropolitana contra os escravos.





Toda essa insatisfação cresceu quando a centralização do poder começou a ganhar espaço na política brasileira a partir da renúncia de Padre Feijó à regência do Brasil. Esse ato foi entendido como o fracasso do projeto federalista, que buscava garantir a autonomia das províncias brasileiras.

Para a classe média baiana — o grupo que encabeçou a Sabinada —, a renúncia de Feijó foi algo inaceitável. A luta por autonomia, além do aspecto político, também era influenciada por questões econômicas, uma vez que as classes médias baianas estavam insatisfeitas com a política de impostos praticada pela monarquia.

Por fim, também havia a insatisfação dos militares na Bahia, que desejavam aumento de soldo, além de não concordarem com as convocações realizadas para lutar no Sul contra os farrapos, que se rebelaram contra o Rio de Janeiro.

Essas questões geravam grande descontentamento, principalmente entre as classes médias de Salvador. A liderança da Sabinada contou com figuras como advogados e comerciantes, por exemplo. Houve também uma pequena adesão popular quando a revolta se iniciou.

A Sabinada teve início quando alguns militares e civis encaminharam-se para o Forte de São Pedro em 6 de novembro de 1837. O ataque ao forte deu início a um confronto violento que resultou na conquista dele pelos que se rebelavam. No dia seguinte, os sabinos, como eram conhecidos os rebeldes, foram na direção do centro de Salvador, tomando a Praça do Palácio e expulsando as autoridades da cidade.







A falta de apoio popular e a oposição direta das elites baianas fizeram com que a Sabinada estivesse condenada ao fracasso. Como vimos, a cidade de Salvador foi sitiada por todos os lados, e a comida logo se tornou escassa. Por fim, os ataques feitos pela Guarda Nacional, criada durante o período da regência de D.Pedro II,  concluíram o serviço e, entre 13 e 16 de março de 1838, aconteceram os últimos combates.

Os confrontos entre os sabinos e as tropas da Guarda Nacional resultaram em cerca de 1800 mortos|1|. Em pouco mais de quatro meses, as autoridades de Salvador conseguiram derrotar os sabinos, que, ao se entregarem, pediram por clemência, mas isso não aconteceu.

As historiadoras Lília Schwarcz e Heloísa Starling estimam que cerca de 3000 rebeldes foram presos depois da derrota da Sabinada|1|. Os africanos livres que tomaram parte na revolta foram degredados para a África. Outros rebeldes foram degredados para locais como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e alguns dos militares foram obrigados a lutar na Guerra dos Farrapos.

Salvador - Bahia

Francisco Sabino e João Carneiro foram condenados à morte, mas receberam anistia e foram obrigados ao degredo e enviados para Mato Grosso e São Paulo, respectivamente.


Fontes:
educacao.uol.com.br
todamateria.com.br
brasilescola.uol.com.br
google.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...