quarta-feira, 30 de setembro de 2020




A Flauta Mágica (do original Die Zauberflöte), uma ópera de dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart, era apresentada pela primeira vez no dia 30 de setembro de 1791, no Theater auf der Wieden em Viena. Seu compositor, Mozart, morreria pouco tempo depois da estréia, no dia 5 de dezembro de 1791, em Viena, com apenas 35 anos.




A ópera, além de abordar questões do iluminismo, valorização de uma visão de mundo racional e conceitos de liberdade, também apresenta símbolos e alegorias relativos à maçonaria, da qual faziam parte tanto Emmanuel Schikaneder, o autor do texto da ópera, quanto Mozart.


The Magic Flute – Queen of the Night aria (Mozart; Diana Damrau, The Royal Opera)


O enredo da composição foi inspirado no conto Lulu, oder Die Zauberflöte, de Liebeskind. Na historia, uma flauta mágica é a arma que uma fada entrega a um príncipe para que este derrote seus inimigos. A estreia empolgou os maçônicos, mas não agradou ao clero e à nobreza. Algumas das árias ficaram bastante conhecidas como o dueto de Papageno e Papagena, e as duas árias da Rainha da Noite. Mozart chegou a aproveitar um pouco do sucesso da ópera antes de sua repentina morte, que ocorreria em menos de três meses.


Fontes:
seuhistory.com
google.com
youtube.com

 

terça-feira, 29 de setembro de 2020

 Hoje comemora-se o nascimento do escritor espanhol Miguel de Cervantes. 



Miguel de Cervantes Saavedra, em Acalá de Henares, na Espanha. Sua obra Dom Quixote é considerada uma das melhores de ficção já escritas. A influência de Cervantes se tornou tão grande que a língua espanhola também é chamada como "a língua de Cervantes". Dom Quixote teve sua primeira parte publicada em 1605, e a segunda em 1615. 

Em 1569, Cervantes mudou-se para Roma, onde trabalhou com Giulio Acquaviva, um padre rico que se tornou cardeal no ano seguinte. Depois, alistou-se na marinha espanhola e continuou sua vida militar até 1575, quando foi capturado por piratas argelinos. Ele ficou cinco anos vivendo em regime de escravidão até que foi pago um resgate pela sua liberdade. Em seguida, retornou para Madri.

Em 1585, Cervantes publicou um romance pastoral chamado La Galatea. Depois, com problemas financeiros, trabalhou como fornecedor para a Armada Espanhola e, mais tarde, como coletor de impostos. Em 1597, por causa de problemas com suas finanças nos três anos anteriores, foi para a Cadeia Crown de Sevilha. Em 1605, quando estava em Valladolid, seu livro Dom Quixote, publicado em Madri, alcançou enorme sucesso e marcou seu retorno ao universo literário. Dois anos depois, já de volta a Madri, ele escolheu essa cidade para viver e trabalhar até sua morte.

Durante os últimos nove anos de sua vida, Cervantes solidificou sua reputação como escritor. Ele publicou Novelas Exemplares, em 1613; Viagem ao Parnaso, em 1614; e Oito comédias e oito entremezes nunca antes representados, em 1615, quando também publicou a segunda parte Don Quixote. Miguel de Cervantes foi enterrado no dia 23 de abril de 1616, em Madri. Ele teria falecido no dia anterior mas, de acordo com um costume da época, a data de morte era considerada o dia em que era realizado o enterro.






Nesse mesmo dia 29 de setembro morria o maior escritor brasileiro; Joaquim Maria Machado de Assis. Ele escreveu em praticamente todos os gêneros literários, foi jornalista e crítico. Defensor da monarquia, testemunhou a mudança política no país para a república e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época. Nascido no dia 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro, sua extensa obra é formada por nove romances e peças teatrais, 200 contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do realismo no Brasil, com a publicação de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881). Sua primeira fase literária é constituída de obras como "Ressurreição", "A Mão e a Luva", "Helena" e "Iaiá Garcia", onde notam-se características do romantismo. Machado de Assis também influenciou grandes nomes como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John Barth, Donald Barthelme e outros. 



Machado de Assis é considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões. Ele foi casado durante 35 anos com a portuguesa Carolina Augusta, com quem teria vivido uma "vida conjugal perfeita". Ambos não tiveram filhos. 




A morte de Carolina, aos 70 anos, em 20 de outubro de 1904 foi um choque na vida do escritor, que entrou em depressão e morreu quatro anos mais tarde. Machado dedicou a ela seu último soneto, "A Carolina", em que Manuel Bandeira afirmaria, anos mais tarde, que é uma das peças mais comoventes da literatura brasileira. Antes de sua morte, em 1908, Machado publicou suas últimas obras: "Esaú e Jacó" (1904), "Memorial de Aires" (1908), e "Relíquias da Casa Velha" (1906). 

No mesmo ano desta última obra, escreveu sua última peça teatral, "Lição de Botânica".


Fontes:
seuhistory.com
google.com

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

 Hoje vamos falar da peça de Molière, Tartufo.


Molière

Jean Baptiste Poquelin, o Molière (1622-1673) foi um dramaturgo francês muito importante. Teve apoio da corte do rei Luiz XIV, o rei sol.  O Tartufo é de 1664. 

A peça recebeu muitas críticas da Igreja por retratar um falso religioso e moralista, Tartufo, que ludibriava a todos com seus discursos sobre Deus e o Paraíso e a hipocrisia de seus costumes.

Molière então remodela a peça e troca o seu nome para "Panulfo", sem intento,  porque a Igreja proíbe a peça de vez e mandar excomungar todos os espectadores.

O Tartufo é uma peça em cinco atos que conta a historia da família formada pelo rico comerciante Sr. Orgon, sua mulher, Elmire, sua mãe Senhora Pernelle, seus dois filhos, seu cunhado, seus empregados e o pretendente de sua filha, Valère.

Tartufo é um mal trapilho frequentador das missas, onde conhece o Sr. Orgon, ou por um mero acaso, ou por esperteza de seguir um homem rico e facilmente manipulável.




No Ato I Cena I, a Sra. Pernelle, mãe de Orgon conta como está feliz com seu filho por ter acolhido Tartufo em casa.


"Devo dizer-lhe que meu filho não fez nada de mais sensato do que recolher na própria aa tão devoto personagem que o Céu aqui enviou"


Organ um homem que se deixa levar pelas conversas de Tartufo, por sua carolice, pelo seu jeito de homem "santo", e quer casa-lo com sua filha Mariane.

Ato II Cena I

"Orgon  -  Muito bem dito, milha filha, e para merecê-lo você só deve ter a preocupação de fazer-me a vontade."

"Mariane - É nisso também que deposito a minha maior glória."

"Mariane - Quem o senhor quer, meu pai, que eu diga que me toca o coração e que me seria agradável, por sua escolha, tornar-se meu esposo ?

Orgon - Tartufo.

Mariane - De modo algum, meu pai. Eu lhe juro. Por que fazer-me dizer semelhante impostura ? 

Orgon - Mas quero que isso seja uma verdade; e para você é bastante que eu tenha decidido."


Mariane se desespera e vai ter conselhos com sua ama, Dorine, que lhe diz para não aceitar essa imposição de seu pai.

Mariane e Valère conversam sobre o assunto e esse lhe diz para seguir a vontade de Orgon, o que deixa a moça bastante arrasada.


Na verdade Tartufo está apaixonado por Elmire, mulher jovem e bonita esposa de Orgon.

Percebendo a atração que causa em Tartufo ela tenta usar isso para que Tartufo interceda junto a Orgon para que Mariane se case com Valère.

Durante várias passagens da peça Tartufo mostra a sua hipocrisia e falso moralismo, como aliás é comum em todas as pessoas de igual procedimento.

Ato II Cena II - Dorine e Tartufo

" Tartufo - Que desejas ?

Dorine - Vim dizer-lhe....

Tartufo (tira um lenço do bolso)

Ah! meu Deus, por favor, antes de falar, tome esse lenço.

Dorine - Como ?

Tartufo - Cubra estes seios que eu não  poderia ver: coisas como essas ferem-nos a alma e dão origem à pensamentos culposos."

 


Na sociedade atual vemos inúmeros exemplos de pessoas dissimuladas que usam o nome de Deus, suas crenças seus costumes retrógrados e sua atitudes reacionárias para conseguirem proveitos para si próprios.

No Ato III, Cena III acontece o diálogo entre Tartufo e Elmire, onde esse declara o seu imenso amor para a esposa de Orgon. Elmire se diz ofendida e que vai contar para Orgon. Tartufo então se diz arrependido e que isso só aconteceu devido a grande beleza da mulher.

Damis, filho de Orgon, ouve tudo escondido numa sala anexa ao aposento, e junto com sua mãe contam tudo para Orgon que manda chamar Tartufo.

Ato III Cena IV

"Tartufo - Sim, meu irmão, sou mau, sou culpado, pecador, infeliz, cheio de iniquidade, o maior criminoso que já viveu; cada instante de minha vida está corrompido; ela nada mais é que um amontoado de crimes e de torpezas; e estou vendo que o Céu para meu castigo, quer mortificar-me nessa ocasião. Seja qual for a acusação que me fizerem, não terei o orgulho de defender-me.

Acredite no que lhe dizem, arme-se de cólera, e expulse-me de sua casa como um criminoso: por mais vergonha que eu sinta por causa disso, ainda é pouco."

Diante da eloquência do falso discurso e cegado pelos embustes de Tartufo, Orgon não acredita no filho e o repreende dizendo que ele estava atacando um homem santo!



Com isso Tartufo vai levando vantagens junto a Orgon, Alegando que o importante são os bens do Paraíso, pós morte e não os bens terrenos , ele faz com que o comerciante doe sua casa e seus bens para ele.

Finalmente Elmire consegue  mostrar para o marido que Tartufo não é confiável, e um impostor.

Na cena Orgon fia embaixo de uma mesa enquanto Elmire incentiva Tartufo a cortejá-la. Não desconfiando da farsa, Tartufo repete todos seus votos de amor para Elmire

Orgon sai debaixo da mesa e expulsa Tartufo de casa, ao qual esse retruca : "A casa não é mais sua!, é você quem deve sair!"

Orgon fica arrasado e confessa para a família a loucura que fez doando seus bens para Tartufo. Algo o preocupava mais ainda. Um amigo seu, Argas, confio-lhe um cofre contendo papéis que implicariam muito o possuidor, e Orgon contou o segredo para Tartufo.


Na cena VI do último ato Valère traz a noticia que Tartufo entregou o cofre guardado por Orgon em confiança de um amigo e que tal fato fazia Orgon cúmplice. Além disso dizia que ele deveria fugir, porque a sua prisão era iminente.

Quando Orgon ia fugir, chega Tartufo e o impede, e diz que age em nome do Príncipe, e pede para que o oficial que o acompanha cumpra a ordem de prisão. 

Nessa hora uma total reviravolta acontece, e o oficial dá voz de prisão a Tartufo.

Ao ir delatar Orgon ao Príncipe, foi descoberto que Tartufo já vinha aplicando golpes contra a boa fé de outras pessoas já há algum tempo, com outros nomes. Assim todos os atos de doação de Orgon são anulados pelo Príncipe e Tartufo vai para a cadeia.

Na peça, Molière mostra toda a hipocrisia da sociedade francesa da época, escorada por costumes conservadores e moralistas.

Assisti à peça no Teatro Maria Della Costa em 1985, tendo Paulo Autran como Tartufo.


Fontes:

Tartufo - Poquelin, Jean Baptiste - Abril - 1980
wikipedia.org
google.com


 

domingo, 27 de setembro de 2020

 Colocando os pingos nos "is"







Só depois do século XVII é que se usa o i com a sua forma atual e com o ponto, e o mesmo parece ter acontecido com o j. Até aí não o tinha, tal como ainda sucede com o iota grego. Antigamente distinguiam-se duas espécies de i, o vogal (i propriamente dito) e o i consoante, ou jota (j), décima letra do alfabeto. A confusão entre estas duas letras na escrita prevalece aproximadamente até ao séc. XV, a partir do qual as duas formas i e j começam a aparecer separadas. É natural (ou possível) que o ponto se tenha passado a usar para maior clareza na interpretação da letra.



Na Europa Medieval com a escrita apenas manual, um estilo que estava em alta era a fonte gótica, baseada na alfabeto gótico, muito popular nos livros alemães. Essa tipografia era muito bonita e rebuscada, mas de leitura difícil.

Um dos problemas do gótico é a semelhança entre dois ii e ‘u’. Por exemplo, ‘aquarii’ (do aquário) poderia facilmente ser lido como /aquaru/. Diversos símbolos foram usados com o propósito de diferenciá-los, como o til e o apóstrofo, mas o ponto foi o que se estabeleceu como padrão a partir do século XVI. (Aliás, o que há sobre o ‘i’, oficialmente, é um ponto; pingo é só no Brasil chamamos de pingo.)


O ‘i’, antigamente, funcionava como vogal e como consoante . Por exemplo, justiça e Jesus, em latim, eram escritos na Antiguidade como ‘iustitia’ e ‘Iesus’. Só no século XVI é que essa ambiguidade foi resolvida tipograficamente. O gramático italiano Gian Giorgio Trissino, um defensor da clareza na escrita, para diferenciar as duas funções da letra, ele propôs que o ‘i’ consonantizado fosse escrito “com uma cauda”, ou seja, que fosse espichado para baixo. Nasceu aí a letra ‘j’.


Somente a partir de 1525 a letra J passou a existir e a fazer parte do alfabeto.

Antigamente, principalmente no início das palavras, a letra J não existia, e a letra I era usada em seu lugar.

A história do pingo do j é bem interessante. Ocorre que a consoante j e a vogal i têm a mesma origem no latim (assim como u e v, que vemos em FORVM). Prova disso é, por exemplo, a inscrição INRI da cruz de Cristo, que significa "J"esus de Nazaré Rei dos "J"udeus. Podemos notar também que algumas palavras revelam na sua etimologia esse parentesco, como major/maior, pejorativo/pior (pejor>peior>pior). Ocorre que nos casos em que o som vocálico em i começava a ser pronunciado como som consonantal (mais ou menos como o y em espanhol) ganhou nova grafia: j, mantendo-se o "pinguinho" para lembrar a origem.





Fontes:

ciberduvidas.iscte-iul.pt
arquer.com.br
updateordie.oom
google.om
wikipedia.org
salazero.blogspot.com

sábado, 26 de setembro de 2020



Hoje é aniversário de um dos mais populares escritores brasileiros, Luís Fernando Verissimo nasceu em um dia como hoje, em 1936, em Porto Alegre. Conhecido por suas crônicas e textos de humor, com publicações em vários jornais e revistas do país, Verissimo é também cartunista, tradutor, roteirista e músico - toca saxofone. Ele possui mais de 60 títulos publicados e é filho de outro escritor também muito popular, o saudoso Érico Verissimo.




Eu era contra a crase até aprender a usá-la. Hoje, eu a defendo, para não concluir que perdi meu tempo.
Luis Fernando Veríssimo

Luís Fernando Veríssmo




Sua popularidade cresceu bastante a partir da década de 80, com o livro "O Analista de Bagé", um fenômeno de vendas em todo o país. Depois passou a publicar uma página semanal de humor na revista Veja. Em 1983, lançou um novo personagem de muito sucesso, a Velhinha de Taubaté, definida como "a única pessoa que ainda acredita no governo". 






No livro "Analista de Bagé", encontramos ideias e explicações sobre uma variedade de assuntos, dentre os quais podemos citar: complexo, delírios, honra e até mesmo uma entrevista com o próprio Analista de Bagé na qual se declara freudiano, mas com muito respeito pelos demais ícones da Psicanálise, como: Jung, Adler, Melanie Klein.





No tocante a honra, temos a estória de um compadre do analista de Bagé. Consta que a esposa do compadre, dona Rosa Flor, queria deixar o Rio Grande do Sul e ir para o Rio de Janeiro, coisa preocupante tanto para o marido, como para o analista que pediu para falar com Rosa Flor. Tendo em vista a confirmação da esposa de que o marido não mais cumpria com suas obrigações de marido, entenda-se por assim dizer, obrigações sexuais, o analista de Bagé entendeu o motivo da vontade de Rosa de ir para o Rio de Janeiro.





No livro a velhinha de Taubaté, Fernando Veríssimo, criou uma personagem que era a única que ainda acreditava no governo e em suas notas de esclarecimento. Foi criada durante o governo de General João Baptista Figueiredo. Na mesma época o humorista Chico Anísio criava a personagem Salomé, que também interagia com o presidente com o famoso bordão "João Baptista!"
Os sucessos de vendas dos seus livros e textos acompanharam a sua carreira e, em 2006, quando completou 70 anos, ele alcançava a marca de mais de 5 milhões de exemplares vendidos. Sem dúvida, é um dos escritores brasileiros de maior consagração do país.



Fontes:
seuhistory.com
wikipedia.org
algosobre.com.br
veja.abril.com.br
google.com

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Tácito



Marco Cláudio Tácito se tornou imperador de Roma em 25 de setembro de 275. Ele chegou ao poder após ser escolhido pelo Senado. Foi a última vez que os senadores romanos participaram desse tipo de decisão.


Tácito e o senado romano






Nos 40 anos que antecederam a indicação de Tácito, o império havia sido assumido por uma série de usurpadores e imperadores escolhidos pelo exército. Para tentar mudar essa situação, após a morte de Aureliano, em 275, o exército convidou o Senado para escolher o novo imperador. Assim, a instituição indicou Tácito para o posto. O senador veterano tinha 75 anos e já havia exercido a função de cônsul duas vezes no passado.


Após o assassinato de Aureliano (algumas fontes dizem que ele morreu de uma doença) , o exército, aparentemente em remorso os efeitos da licença militar dos séculos anteriores, que provocou a morte do imperador bem quisto, abandonou o direito de escolher seu sucessor ao Senado . Inicialmente, o Senado hesitou em aceitar a responsabilidade, mas quando o atraso tinha ido em oito meses da morte de Aureliano que, finalmente, determinado a resolver a questão e ofereceu o trono para os idosos Príncipe do senado , Tácito.


Ao tomar o poder, uma das maiores preocupações de Tácito foi a restauração dos antigos poderes senatoriais, reduzidos desde o início do Império. Ele concedeu prerrogativas substanciais aos senadores, garantindo-lhes por lei a nomeação do imperador, dos cônsules e dos governadores provinciais, bem como o direito supremo de recurso de todos os tribunais do Império e a direção de alguns ramos administrativos.

O reinado de Tácito durou apenas nove meses. Após morrer de febre, em 276, foi sucedido por seu irmão Floriano, que ficou ainda menos tempo no poder, pois foi assassinado 88 dias depois de ter se tornado imperador. Ele foi sucedido por Probo (276-282). Poucos anos depois, as reformas impostas pelo imperador Diocleciano (284-305 d.C.) acabavam com qualquer resquício dos privilégios que Tácito havia restaurado ao Senado.

Imperadores x Senado





A relação do Senado com os imperadores romanos teve um histórico turbulento. Tudo começou com o fim da República e o início do Império, quando a instituição perdeu boa parte de seu poder. Em 18 a.C., Augusto, o primeiro imperador, reduziu o número de senadores de 300 para 60. No anos seguintes, a instituição foi afastada gradualmente da administração dos assuntos romanos.







Apesar de ter se tornado uma instituição menos influente, formalmente o Senado era responsável por conceder o poder aos imperadores. Mas, na prática, os senadores não eram responsáveis por escolhê-los. Isso só aconteceu pela primeira vez em 96 d.C., quando Nerva se tornou o primeiro imperador escolhido pelo Senado. Mas a participação dos senadores nessas decisões jamais se tornou uma tradição. A instituição participava do processo decisório apenas esporadicamente, sendo que a última vez foi justamente com a indicação de Tácito.


Fontes:
seuhistory.com
google.com
pt.qwe.wiki
wikipedia.org

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

 A Hora e a vez de Augusto Matraga de Guimarães Rosa.



                  Primeiro Movimento - o Mal

"Matraga não é Matraga, não é nada. Matraga é Esteves. Augusto Esteves, filho do Coronel Afonsão Esteves, da Pindaíbas e do Saco-da-Embira. Ou Nhô Augusto – o homem – nessa noitinha de novena, num leilão de atrás da igreja, no arraial da Virgem nossa Senhora das Dores do Córrego do Murici". Augusto aparece como homem desregrado. Fazia questão de mostrar-se valentão, não se importando com a família – a mulher Dionora e a filha. Gostava de tirar mulher dos outros, de brigar de debochar. Vivia cercado de capangas. Com a morte do pai Afonsão, ficou ainda mais estouvado e sem regras: tinha dívidas enormes, faltava-lhe crédito, terras em desmando e política do lado errado. Dionora amaro o marido, "amara-o três anos, dois anos dera-os às dúvidas, e o suportara os demais. Agora, porém, tinha aparecida outro". Foge com Ovídio carregando a filha. O azar não pára aí, Augusto é abandonado por seus capangas. Resolve, antes de ir matar a mulher e o amante, enfrentar sozinho o seu maior inimigo, o Major Consilva.


Guimarães Rosa


O conto,  "A hora e a vez de Augusto Matraga" foi escrita por Guimarães Rosa (1908-1967) e está incluída no livro Sagarana (1946).

Narrado em terceira pessoa, a história marcada pelo belo trabalho com a linguagem é protagonizada por Nhô Augusto.

O personagem principal é um homem cruel que acaba por conseguir dar uma reviravolta na própria vida, mas afinal se vê em luta contra o seu instinto.

Marcado pela violência, pela vingança e pela realidade dura do sertão de Minas Gerais, a criação de Guimarães Rosa é um clássico da literatura brasileira que merece ser lido e relido.

Esse conto é considerado por muitos especialistas ccomo um dos dez melhores contos da Literatura Brasileira.

2º Movimento – "Para o céu eu vou, nem que seja a porrete!" 

Praticamente morto, Matraga foi recolhido por um casal de negros que vivia no lugar. Aconselhado por eles, busca um padre, confessa sua vida, medita sobre a mulher, a filha, pensa em tudo de ruim que já fez. Agora está decidido: "- Eu vou pra o céu, e vou mesmo, por bem ou por mal!... E a minha vez há de chegar... Pra o céu eu vou, nem que seja a porrete!..." Com os negros, foi morar num sítio, única coisa que restar a Augusto. Começou a viver para ajudar os outros. Capinanva para ele mesmo e para os vizinhos, pouco conversava. Murmurava as frases finais do padre – "Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há-de ter a sua". Não fumava mais, não bebia, não olhava para as mulheres. Cada dia esquecia mais a sua vergonha. Mas, como tudo é mesmo muito pequeno, e o sertão ainda é menor, houve que passou por lá um conhecido velho de Nhô Augusto – o Tião da Tereza – procura de trezentas reses de uma boiada brava, que se desmanchara nos gerais do alto Urucaia, estourando pelos cem caminhos sem fim do chapadão. 


Através do sumário do enredo e do comentário geral, você poderá perceber a grandeza e a coesão da temática abordada.







Augusto Matraga é um fazendeiro é um fazendeiro violento e beberrão, criador de casos e boêmio, que não respeita as pessoas nem a família. Sua esposa, Dinorá, suporta-o pelo medo que tem da reação do marido se tentar se separar. A filha, por sua vez, não consegue entender por que o pai age dessa maneira.

A mudança na vida de Matraga vem depois de uma emboscada que sofre. Dado como morto, a mulher e a filha vão embora com Ovídio Moura, que quer Dinorá por companheira. Augusto Matraga, moribundo, é socorrido por um casal de pretos, que consegue o milagre de fazê-lo sobreviver aos ferimentos.

Quando se recupera, Augusto vai para longe com o casal, tentando acertar o passo de sua vida, perdida e desregrada. Passa, então, um período de ascese, em que busca o sofrimento como forma de purgar os pecado.

Depois de se dedicar durante muito tempo ao trabalho, sem conforto ou diversão, Matraga decide voltar ao saber que a mulher estava feliz com Ovídio, mas a filha havia se prostituído.

Na viagem, reencontra o chefe jagunço Joãozinho Bem-Bem, que havia hospedado em sua casa, e com quem fizera amizade.

Mas Augusto e o chefe jagunço se desentendem, pois este queria vingar a morte de um capanga e, na ausência do assassino, pretendia matar alguém de sua família. Matraga acha isso injusto e enfrenta o parente Joãozinho Bem-Bem.

No final do conto, ambos morrem, mas Augusto para ter consigo a sensação do dever cumprido.

3º Movimento: "Cada um tem a sua hora e a sua vez...


"Recuperado fisicamente, Augusto Matraga resolve sair de seu reduto, caminhar a fim de encontrar sua hora. Caminha sem destino, quando chega a lugarejo em que , por coincidência estavam Joãozinho BemBem e seu bando prontos para executar uma família, para se vingarem da morte de um capanga. O velho chefe da família, pede, implorando para que só ele morra. Mas Bem-Bem se recusa a aceitar o pedido do velho, alegando ser regra... "Senão, até quem é mais que havia de querer obedecer a um homem que não vinga gente sua, morta de traição?... É regra." Augusto interfere, opondo-se à vingança. Há um duelo em que Joãozinho Bem-Bem e Augusto Matraga saem mortos. Morrem como irmãos, Joãozinho dizendo: — Estou no quase, mano velho... Morro, mas morro na faca do homem mais maneiro de junta e de mais coragem que eu já conheci!... Eu sempre lhe disse quem era bom mesmo, mano velho... é só assim que gente como eu tem licença de morrer... Quero acabar sendo amigos... 


A hora e vez de Augusto Matraga, finalmente, é uma história de redenção e espiritualidade, uma história de conversão.

Ao longo do seu enredo o protagonista, Augusto Matraga, passa do mal ao bem, da perdição à salvação. O agente desta passagem é o jagunço Joãozinho Bem-Bem. Podemos associar a ele o ditado: Deus escreve certo por linhas tortas, pois é o malvado Joãozinho Bem-Bem que permite a morte gloriosa e salvadora de Matraga. A dualidade entre o bem e o mal parece marcar esse mundo de jagunços e fazendeiros, no qual há a possibilidade de conversão quando chega a vez e a hora certa das pessoas, como ocorreu com Matraga.

Depois de todos os infortúnios Augusto Matraga vê chegar a sua hora de redenção.

O conto foi levado aos cinemas e ao teatro. No cinema teve uma versão da obra em 1965 dirigido por Roberto Santo e em 2011 dirigido por Vinicíus Coimbra.


A hora e a vez de Augusto Matraga



No teatro Antunes Filho dirigiu a peça baseada no conto de Guimarães Rosa em 1986.




Fontes:
culturalgenial.com
algosobre.com.br
enemvirtual.com.br
cs.ufgd.edu.br
google.com
youtube.com
wikipedia.org

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Diferenças entre Adjuntos (Adnominal ou Verbal) e Complementos (Nominal ou Verbal).


Se modificar o substantivo ou adjetivo ou o próprio advérbio ou o verbo são chamados de  adjuntos (adnominal ou verbal) dependendo do que modifica.


Fazem parte do quadro dos Adjuntos Adnominais:

Adjetivos:
O dia ensolarado está contagiante. 
Seu sorriso maroto é lindo.

Locuções Adjetivas:
O passeio de campo nos deixou exaustas.
A água da chuva regou todas as plantas.

Pronome adjetivo:
Minha culpa é meu segredo
Este teu olhar felino incendeia (Clarice Lispector)

Artigos:
Um novo sonho ressurgiu.
Os alunos surpreenderam os professores.

Numerais:
O primeiro candidato já se apresentou.
A décima colocada no concurso é muito esforçada.

Orações adjetivas
Não quero saber do lirismo que não é libertação.
Admiro as pessoas que persistem.

Adjunto Adverbial é o termo da oração que modifica, que funciona como advérbio, indicando a circunstância da ação do adjetivo ou de outro advérbio.

Essas circunstâncias podem expressar:

Afirmação: Hoje, com certeza, irei ao clube.

Negação: O trabalho não ficou como era esperado.

Intensidade: Esta é uma questão muito fácil de resolver.

Dúvida: Talvez eu vá precisar de sua ajuda.

Tempo: Durante todo o tempo ela se mostrou insatisfeita.

Companhia: Comemoraremos com os amigos o bom resultado do vestibular.

Causa: Rimos durante toda a reunião por nervosismo.

Finalidade: Eu estudo para obter boas notas.

Lugar: Estamos em Brasília desde a semana passada.

Meio ou Instrumento: Ele se feriu com a faca.

Modo: Calmamente fomos nos interagindo durante o evento.

Assunto: A matéria jornalística falava sobre o meio ambiente.





O complemento nominal é o termo da oração que é ligado ao sujeito, predicativo, objetivo direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto ou ao vocativo.

O complemento nominal liga-se ao substantivo, adjetivo ou advérbio por intermédio de uma preposição.

Exemplo 1:
A mulher tinha necessidade de medicamentos.
Nome (substantivo): necessidade
Complemento nominal: de medicamentos.

Exemplo 2:

Esta conduta é prejudicial à saúde.

Nome (adjetivo): prejudicial
Complemento nominal: à saúde.

Exemplo 3:

Decidiu favoravelmente ao acusado.
Nome (advérbio): favoravelmente
Complemento nominal: ao acusado.

O núcleo do complemento nominal, em geral, é representado por um substantivo ou palavra com valor de substantivo. O pronome oblíquo também pode representar um complemento nominal deixando a preposição implícita no pronome.

Exemplo:

Andar a pé lhe era agradável. (era agradável a ele)
Complemento nominal: Lhe

Quando houver um período composto, a função do complemento nominal pode agir na oração com valor de substantivo. Nos casos em que isso ocorre, a denominação é de oração substantiva completiva nominal.

Exemplo:

Tinha a necessidade de que o socorressem.
Complemento nominal: de que o socorressem.
Oração: Tinha necessidade


Os complementos verbais, como o próprio nome indica, ligam-se a verbos transitivos para tornar completo o seu sentido.




Observe a oração abaixo:

Eu comprei uma casa.

Nessa oração, é possível perceber que, se nós interrompermos o enunciado no verbo, ele pedirá uma informação maior. Veja:

Eu comprei...

Apesar de já trazer algo sobre o sujeito (o ato de comprar), ainda é necessário complementar o ato dizendo o que foi comprado:

Eu comprei (o quê?) uma casa.

Verbos que funcionam dessa maneira, ou seja, que necessitam de outros termos para completar ou integrar seu sentido, são chamados de verbos transitivos. Assim, as palavras que completam o sentido dos verbos são complementos verbais e podemos defini-las da seguinte forma:

Complemento verbal é o termo da oração que completa ou integra o sentido de verbos transitivos. Esses termos com essa função podem ser:

a) Objeto direto:

É o complemento verbal que se liga a um verbo transitivo direto, ou seja, é o complemento que está ligado ao verbo sem a presença de preposição.

Então adjunto modifica e complemento complementa.


Fontes:
brasilescola.uol.com.br
nilc.icmc.usp.br
todamateria.com.br

terça-feira, 22 de setembro de 2020

No dia 22 de setembro de 1897 morria, em Canudos (BA), Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro. Nascido em Quixeramobim (CE), no dia 13 de março de 1830, ele foi um líder religioso brasileiro que encabeçou a Guerra de Canudos ou Campanha de Canudos, um confronto entre sertanejos e o Exército Brasileiro. Ainda não se sabe exatamente qual foi a causa de sua morte. Especula-se que morreu por conta de ferimentos de granada ou por doença.

                        Canudos


Conselheiro morre em possivelmente em decorrência de uma disenteria, mas seus seguidores levam a diante o combate que ficou marcado na história brasileira como um massacre popular. Sua morte ocorreu dias antes do término da Guerra de Canudos, em 5 de outubro de 1897.

 




O conflito teve início em 1896 na então comunidade de Canudos, no interior da Bahia. Após a derrota de três expedições militares contra Canudos, a destruição total do arraial tornou-se prioridade para o governo brasileiro. O resultado da ofensiva foi a legitimidade do massacre de até 20 mil sertanejos. Além disso, estima-se que cinco mil militares tenham morrido. A guerra terminou com a destruição total de Canudos, a degola de muitos prisioneiros de guerra, e o incêndio de todas as casas do arraial.


Canudos



Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século XVIII. Com a chegada de Antônio Conselheiro, em 1893, o local cresceu rapidamente e, em poucos anos, contava com 25 mil habitantes. A imprensa, o clero e os latifundiários da região incomodaram-se com a nova cidade independente e com a constante migração de pessoas para o local. Desta maneira, construiu-se uma imagem ruim de Antônio Conselheiro e uma guerra contra os habitantes do arraial de Canudos acabou ganhando o apoio da opinião pública.



A escravidão havia acabado fazia pouco tempo no país e, pelas estradas e sertões, grupos de ex-escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim, como os caboclos sertanejos, essas pessoas acreditaram no discurso do peregrino Antônio Conselheiro, que surgia como alguém que poderia tirá-las da pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida.



Fontes:
seuhistory.com
google.com
infoescola.com

domingo, 20 de setembro de 2020

Os artigos definidos e indefinidos são tipos de artigos. Lembre-se que os artigos são palavras que vêm antes do substantivo, determinando seu número (singular ou plural) e seu gênero (feminino ou masculino).


Artigo definido

Os artigos definidos (o, a, os, as) definem ou individualizam, de forma precisa, os substantivos, seja uma pessoa, objeto ou lugar.



Exemplos:

O garoto foi jantar na casa dos pais.
Ganhamos a bicicleta que esperávamos.
Luísa aproveitou para rever os amigos.
As meninas foram viajar.


Artigo indefinido

Os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas) determinam de maneira vaga, indeterminada ou imprecisa, uma pessoa, objeto ou lugar ao qual não se fez menção anterior no texto.



Exemplos:

Um dia iremos nos encontrar.
Uma certa tarde saímos para caminhar.
Joana convidou para a festa uns amigos estrangeiros.
Comprei umas camisas para seu aniversário.




Fontes:
todamateria.com.br
Matias Aires

Matias Aires

Matias Aires foi um filosofo e pensador brasileiro do século XVII. Nascido em 27 de Março de 1705 em São Paulo, e morreu em 10 de dezembro de 1763 em Lisboa, Portugal.

Segundo o escritor Ariano Suassuna, Matias Aires foi o maior filosofo do século XVIII em língua portuguesa.


Sua obra foi descrita por António Pedro Mesquita, professor doutor pela Universidade de Lisboa, que escreveu Homem, Sociedade e Comunidade Política – O Pensamento Filosófico de Matias Aires (1705-1763), apontando para a importância do filósofo e analisando sua produção intelectual.


Matias Aires #3 – netmundi.org


Mesquita faz um levantamento das análises precedentes em relação à obra de Matias Aires, e relaciona três maneiras distintas de possíveis leituras: uma maneira biográfica, uma maneira ideológica, e uma maneira filosófica. A maneira biográfica deriva o pensamento da biografia do autor. Tal procedimento, segundo Mesquita, resultaria incompleto sempre, uma vez que, o que se apreende de uma análise que prime por confrontar a vida e a obra de Matias Aires iria verificar que há, entre ambas, uma profunda contradição. Assim, a leitura biográfica não conseguiria explicar o fosso existente entre aquilo que Matias Aires escreve e as escolhas que Matias Aires faz em sua vida particular. Outra maneira de ler as “Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens” seria de acordo com o que Antônio Pedro Mesquita chama uma “leitura ideológica” do texto; porém, esse modo de abordagem não é considerado o mais adequado em relação à produção airesiana por derivar somente do momento histórico os conteúdos da obra. Por fim, é possível ler Matias Aires a partir da perspectiva de uma leitura filosófica: Matias Aires constrói uma teoria do que é o humano, elabora uma reflexão acerca daquilo que constitui o princípio fundamental da natureza humana. Nesse sentido, apenas uma leitura filosófica seria capaz de compreender os argumentos filosóficos expostos na obra, bem como os objetivos do autor ao elaborar sua teoria.


Reflexões Sobre A Vaidade Dos Homens - Matias Aires - Traça Livraria e Sebo

Offereço a Vossa Magestade as Reflexões sobre a vaidade dos homens; isto he o mesmo que offerecer em hum pequeno livro aquilo de que o mundo se compoem, e que só Vossa Magestade não tem: feliz indigencia, e que só em Vossa Magestade se acha. Declamey contra a vaidade, e não pude resistir à vaidade innocente de pôr estes discursos aos Reaes pés de Vossa Magestade; para que os mesmos pés, que heroicamente pizão as vaidades, se dig-nem proteger estas Reflexões. Mas que muito, Senhor, que as vaidades estejão só aos pés de Vossa Magestade, se as virtudes o occupaõ todo? Alguma vez se havia de ver a vaidade sem lugar.



Segundo Athayde de Tristão,  o culto à ciência foi levado à Portugal por Matias Aires e por ele comunicado à sua irmã. Completamente embebido de cartesianismo, e mais do que isso, penetrado pelo naturalismo científico que o século XVII legara ao século XVIII, Matias Aires ia ser, em Portugal, o patriarca do cientificismo. Seria reconhecido como um dos grandes humanistas do século XVIII, comparado à Montaigne e La Rohefoucauld. Também, por seus escritos, é considerado um dos que abriram caminho aos estudos e ao cientificismo em Portugal.

Frases de Matias Aires:

Tudo quanto vejo é com olhos desenganados. Talvez por isso vejo as coisas como são e não como se mostram. Porque o desengano tem virtude e força para arrancar da formosura o véu cadente e mentiroso de que o teatro da vida se compõe.


O engano vestido de eloquência e arte atrai e a verdade mal polida nunca persuade. Fazemos vaidade de errar com sutileza e temos pejo de acertar rusticamente.


Quem deseja vingar-se ainda ama, e quem se mostra ofendido ainda quer.


Fontes:
escritas.org.pt
google.com
wikipedia.org
pensador.com
dominiopublio.gov.br

sábado, 19 de setembro de 2020

     


                                                                  Hoje é aniversário de   nascimento de um dos maiores educadores do Brasil e do   Mundo, Paulo Freire.


Paulo Freire nasceu no Recife em 19 de Setembro de 1921. 

Educador reconhecido mundialmente om diversos títulos " Doutor Honoris Causa" nas mais renomadas universidades mundiais, no Brasil Paulo Freire ainda encontra resistência de um grupo menos letrada e esclarecido que desconhece a força de sua obra.


Ele foi exilado pela ditadura militar por ser associado a uma Educação "marxista" que visava implantar o "comunismo" no Brasil.


No Chile em 1968 escreveu sua grande obra, "Pedagogia do Oprimido".



Neste livro, Paulo Freire propõe uma explicação da importância e necessidade de uma pedagogia dialógica emancipatória do oprimido, em oposição à pedagogia da classe dominante, que contribua para a sua libertação e sua transformação em sujeito cognoscente ( àquele que tem capacidade de assimilar conhecimento) e autor da sua própria história através da práxis (uso da prática, não teoria) enquanto unificação entre ação e reflexão. Nesta pedagogia, o educador, através de uma educação dialógica problematizante e participante, alicerçada na confiança no povo, na fé nos homens e na criação de um mundo onde cada homem seja valorizado pelo que é, onde a liberdade do povo deve atender à perspectiva do oprimido e não do opressor, procura conscientizar e capacitar o povo para a transição da consciência ingénua à consciência crítica com base nas fundamentações lógicas do oprimido. Assim, caracteriza-se por um movimento de liberdade que surge a partir dos oprimidos, sendo a pedagogia realizada e concretizada com o povo na luta pela sua humanidade.


O livro propõe uma pedagogia com uma nova forma de relacionamento entre professor, estudante, e sociedade. O livro continua popular entre educadores no mundo inteiro e é um dos fundamentos da pedagogia crítica.






Escrito na forma de ensaio, é dividido em quatro capítulos:

- Justificativa da pedagogia do oprimido
- A concepção "bancária" da educação como instrumento da opressão. Seus pressupostos, sua crítica
- A dialogicidade: essência da educação como prática da liberdade
- A teoria da ação antidialógica.

A teoria da ação antidialógica, centrada na necessidade de conquista e na ação dos dominadores, que preferem dividir para manter a opressão e deixar que a invasão cultural somada a manipulação desqualifiquem a nossa identidade. Após tal critica, apela e interpela-nos com um convite a unir para libertar, através da colaboração organização que nos conduzirão à síntese cultural, que considera o ser humano como ator e sujeito do seu processo histórico. Ainda mais sobre a teoria antidialógica, Paulo Freire, ressalta que a referida teoria tanto traz a marca da opressão, da invasão cultural camuflada, da falsa admiração do mundo, como lança mão de mitos para manter o status quo e manter a desunião dos oprimidos, os quais divididos ficam enfraquecidos e tornam-se facilmente dirigidos e manipulados.

De fato, a ação antidialógica é visível em nosso dia dia, principalmente no veículo de informação mais acessado pela maioria dos brasileiros, a televisão.

Propaganda de comportamentos, usos e costumes são impostas de forma escancarada, em programas de entretenimento, telenovelas e comerciais.

"Beba Cola-Cola"; McDonald's; roupas de grifes, modismos culturais de outros países, festas e comemorações.

Hoje nossas crianças comemoram o Halloween, que nada tem a ver com a nossa cultura. Usamos palavras do idioma inglês como se fossem nossos: "back up"; "start"; "day off"; "brain storm"....

Freire era favorável ao ensino de acordo com a realidade de cada público e de cada região, e que o educando de posse desse ensinamento fosse crítico e reativo através dos conceitos aprendidos.





Com a anistia de 1979, Paulo Freire retornou ao Brasil, mas só em 1980. Participou do governo de Luíza Erundina como Secretário da Educação entre 1989-1991.


Fontes:
seuhistory.com
wikipedia.org
google.com
scielo.mec.pt
guiadoestudante.abril.com.br
wattpad.com
dicionarioinformal.com.br

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Em setembro de 1836, os farrapos declararam a separação do Rio Grande do Sul do Brasil e a fundação da República de Piratini. [1]



A Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolta dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, foi uma das revoltas provinciais que aconteceram no território brasileiro durante o Período Regencial. Ela ganhou notoriedade pelo maior tempo de duração (10 anos), e, além disso, foi uma das que apresentaram maior ameaça à integridade territorial brasileira.

Organizada como um movimento da elite gaúcha, a Guerra dos Farrapos encerrou-se após a negociação de paz dos estancieiros gaúchos com o governo. Os termos da rendição ficaram conhecidos como Tratado do Poncho Verde.

A Guerra dos Farrapos aconteceu, principalmente, por causa da insatisfação dos estancieiros gaúchos com a política fiscal do governo brasileiro. No século XIX, a província do Rio Grande do Sul tinha como principal produto o charque (carne-seca), que era vendido como principal alimentação dos escravos no Sudeste e Nordeste do Brasil.

O charque era produzido pelos charqueadores, que compravam a carne bovina dos estancieiros, os criadores de gado do Rio Grande do Sul. A grande insatisfação destes estava relacionada com a cobrança de impostos realizada pelo governo sobre a produção de charque da região. O charque gaúcho recebia uma pesada taxa de cobrança, enquanto o que era produzido pelos uruguaios e argentinos tinha uma taxação diminuta.

Esse quadro tornava o produto gaúcho menos competitivo, uma vez que seu preço era maior. A principal exigência dos estancieiros era que o charque estrangeiro fosse taxado para tornar a concorrência entre o produto nacional e o estrangeiro mais justa. No entanto, outras razões ajudam a entender o início dessa revolta:


Insatisfação com a taxação sobre o gado na fronteira Brasil–Uruguai;


Insatisfação com a criação da Guarda Nacional;


Insatisfação com a negativa do governo em assumir os prejuízos causados por uma praga de carrapatos que atacou o gado na região em 1834;


Insatisfação com a centralização do governo e a falta de autonomia da província;


Circulação dos ideais federalistas e republicanos na região.

A soma desses fatores levou os gaúchos a rebelarem-se contra o governo central em 20 de setembro de 1835. Em um primeiro momento, a revolta não tinha caráter de separatismo, mas, à medida que a situação avançou, a saída separatista ganhou força.

Resumo dos acontecimentos

Como vimos, a revolta realizada pelos farrapos iniciou-se em 20 de setembro de 1835 e espalhou-se por parte considerável do território do Rio Grande do Sul. Entretanto, o anúncio da separação da província só aconteceu em setembro de 1836, dando origem à República Rio-Grandense, também conhecida como República de Piratini.

Bento Gonçalves - Só História
Bento Gonçalves

A Guerra dos Farrapos teve como líder o estancieiro Bento Gonçalves, que, inclusive, foi o presidente da República Rio-Grandense por algum tempo. Outros nomes importantes foram o do italiano Giuseppe Garibaldi e o do militar brasileiro David Canabarro. Ambos foram responsáveis por levar a guerra contra o império para a província de Santa Catarina, fundando lá a República Juliana, em julho de 1839.

Giuseppe Garibaldi


Aventuras na História · Anita Garibaldi: Heroína de dois países
Anita Garibaldi

A República Juliana, no entanto, teve curta duração, pois essa região foi retomada pelo governo imperial em novembro do mesmo ano. A Guerra dos Farrapos, apesar da sua longa duração e da sua extensão para outra província do Sul do Brasil, teve, em geral, combates de baixa intensidade. Isso é perceptível, pois, ao longo de 10 anos, cerca de três mil pessoas morreram (a Cabanagem, por exemplo, em cinco anos, resultou em 30 mil mortos).

Um ponto importante é que não há consenso entre os historiadores sobre se os farrapos queriam de fato separar-se do Brasil ou se apenas queriam garantir mais autonomia para sua província. Outro ponto que merece ser considerado é que a luta dos farrapos não contou com o apoio de toda a população gaúcha (a cidade de Porto Alegre, por exemplo, não os apoiou), pois, conforme afirma Boris Fausto:

Os combates concentraram-se em confrontos de cavalaria, dos quais pode-se destacar a vitória dos farrapos na Batalha de Seival. No entanto, à medida que a reação imperial consolidava-se, os farrapos perderam força e partiram para a guerra de guerrilha. O professor e jornalista gaúcho Juremir Machado da Silva afirma que os farrapos assumiram essa estratégia a partir de 1842, quando, segundo ele, o conflito já estava liquidado a favor do Império Brasileiro|2|.

Para conter a revolta na província do Rio Grande do Sul, o governo brasileiro nomeou Luís Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias (futuro Duque de Caxias). A ação de Caxias à frente de 12 mil homens foi muito eficiente, pois conseguiu sufocar os farrapos com ações militares estratégicas e, com a diplomacia, levá-los à negociação.
Fim da Guerra dos Farrapos

A paz foi assinada no Tratado de Poncho Verde, em que os farrapos colocaram fim na revolta e, na condição de derrotados, aceitaram os termos propostos pelo governo.

O acordo realizado entre o governo brasileiro e os farrapos estipulou:


Taxação em 25% sobre o charque estrangeiro;


Anistia para os envolvidos com a revolta;


Incorporação dos militares dos farrapos ao exército imperial, mantendo sua patente;


Os provincianos teriam direito de escolher o próprio presidente de província (entretanto, isso não foi cumprido);


Os escravos que lutaram do lado dos farrapos seriam alforriados (item também não cumprido).

Os farrapos eram abolicionistas?

Os historiadores sabem atualmente que, ao lado dos farrapos, houve grande participação de escravos e negros libertos. Tal participação ocorreu pela habilidade de muitos deles em funções importantes. No entanto, muitos desses escravos também aderiram à luta dos estancieiros por (falsas) promessas de liberdade que lhes haviam sido feitas.

A revolta realizada pelos farrapos não era um movimento de caráter abolicionista, uma vez que muitos dos estancieiros e charqueadores possuíam uma grande quantidade de trabalhadores escravos, e, portanto, para eles a abolição não era economicamente viável. Havia, sim, farrapos que defendiam o abolicionismo, mas o movimento em si não tinha em sua pauta promover a abolição da escravidão, caso fossem vitoriosos.

Essa questão é elucidada principalmente por Juremir Machado da Silva, que afirma que parte da Guerra dos Farrapos foi financiada com a venda de escravos no Uruguai|3|. Outra grande polêmica que divide a historiografia foi o acontecimento da Batalha de Porongos, em 14 de novembro de 1844.

A Batalha de Porongos aconteceu durante as negociações de paz, e, nela, o grupamento de lanceiros negros das tropas de David Canabarro foi atacado supostamente de surpresa pelas tropas imperiais lideradas por Moringue. No entanto, alguns historiadores apontam evidências de que esse ataque tenha sido acordado entre os líderes farrapos e o governo.

Esse ataque, segundo essa interpretação, foi a forma de colocar fim em uma polêmica que emperrava as negociações, uma vez que o governo imperial negava-se a conceder a liberdade para os escravos fugidos que haviam aderido à revolta, pois isso seria um precedente que poderia incentivar fugas e revoltas de escravos em outras partes do Brasil. O “ataque surpresa” tinha o objetivo de liquidar os negros e foi, então, a forma encontrada para lidar com essa questão.


Fontes:
brasilescola.uol.com.br
wikipedia.org
google.com

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...