terça-feira, 6 de março de 2018

Olá, pessoal !


Hoje vamos falar do escritor goiano Bernardo Élis.




Bernardo Élis (1915-1997) nasceu em Corumbá de Goiás (GO), cidadezinha perdida no tempo, situada quase no sertão goiano. Em seguida, mudou-se para Goiás, onde terminou o ginásio. Também era uma cidade sertaneja. Então, ele conhecia de maneira profunda a fala, os hábitos, os costumes e o imaginário do homem interiorano.

A literatura de Bernardo Élis é violenta, ele ataca como ninguém o cerne da vida do caboclo nos confins de Goiás, distante do mundo.

Caminho das Gerais
Bernardo Élis

"— Fio, fais um zóio de boi l? fora pra nóis.

— O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no terreiro, debaixo da chuva miúda e continuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou sobre ele o p? riscando com o dedão uma circunferência no chão mole — outra e mais outra. Três círculos entrelaçados, cujos centros formavam um triângulo eqüilátero.

Isto era simpatia para fazer estiar. E o menino voltou:

— Pronto, v?

— O rio j?encheu mais? — perguntou ela."



Embora tivesse ambições literárias universalistas. Os personagens, a prosódia, a temática e o ambiente físico são essencialmente goianos.

Em seu romance "o tronco" de 1956, ele mostra uma terra de ninguém, onde a lei era a do mais forte dos coronéis e de seus jagunços.

O tronco (sinopse)

No início do século passado, as disputas de poder levam ao rompimento entre os grandes proprietários de terra - os coronéis do Sul de Goiás, que comandam o governo, e os do Norte do estado. Um homem idealista, o coletor de impostos Vicente Lemes, luta para impedir a guerra, sonhando com uma sociedade de justiça e respeito às leis. Bernardo Élis, um dos maiores escritores brasileiros, com uma obra voltada para a vida do Centro-Oeste, baseou-se em fatos reais, uma guerra de jagunços, coronéis e soldados, ocorrida no início do século passado, entre os anos de 1917 e 1918, em Goiás. 
Vicente Lemes, como funcionário de um governo de coronéis, vai para o Norte controlar os coronéis inimigos do governo, os Melo, justamente seus parentes. Por achá-los violentos, tenta impor seus ideais e acaba acirrando o conflito. 
Vendo-se derrotado, apela para a força do governo, que vem para agir de acordo com os seus interesses e não os de Vicente. Ele se vê, então, em meio a uma luta sangrenta, absolutamente selvagem. O personagem Vicente perde sua fugaz capacidade dirigente de personagem principal. Será um mero coadjuvante em meio à barbárie.
Publicado pela primeira vez em 1956, O Tronco passou despercebido pela crítica e grande público, sendo relançado em 1967, quando Bernardo Élis já estava consagrado. Desta vez, recebeu o merecido valor: ganhou o Prêmio Jabuti de 1968 de melhor romance.

O livro inspirou o filme homônimo de 1999 de  João Batista de Andrade com Letícia Sabatella, Angelo Antonio, Rolando Boldrin, Antonio Fagundes e Chico Diaz.


Dentre as suas obras destacam-se ainda "A enxada", "Ermos e Gerais : contos goianos", além de poesias e contos.




Foi eleito para a cadeira número 1, cujo patrono foi Adelino Fontoura, numa disputa polêmica com o ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 1975.

Na época vivíamos a ditadura militar , e consta que os militares agiram fortemente para que Juscelino não fosse eleito, a despeito de Bernardo Elis ser um acadêmico de esquerda.


Fontes:

wikipedia.org
youtube.com
br.informationvine.com
uai.com.br
unievangelica.edu.br

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