sábado, 17 de março de 2018

Olá, pessoal !


Hoje abordaremos um tema complexo e controvertido.



Capitalismo e Socialismo.


Lemos muito sobre as discussões, principalmente nas redes sociais, sobre o tema, mas perguntamos: será que as pessoas conhecem bem o tema ?

Não tenho com essa postagem a intenção de  dissertar sobre o assunto, ou torná-la uma briga de conceitos ou tendências políticas.

Na considerada idade  moderna de 1453-1789, o comércio já era a principal atividade econômica da Europa.

Com isso o capital torna-se a maior forma de riqueza.
Para amentar esse capital novas rotas de comércio são exploradas e descobertas, como a nova rota para as Índias.

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A partir da Idade Contemporânea de 1789 até os dias de hoje, as necessidades e demandas de maior produção, geraram necessidades de transferência da produção artesanal para a produção através de máquinas.

A máquina a vapor e o tear mecânico foram inventados, gerando maior produção e agilidade de escoamento da produção.


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Em 1750, a Inglaterra foi o primeiro país a realizar a Revolução Industrial. Depois outros países como a França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos seguiram os mesmos passos.

Com isso houve uma importante mudança nos meios de produção, que passaram a ser com máquinas ao invés da mão de obra humana.

A partir desse momento, uma nova ordem determinou o trabalho. O homem, que era o agente principal da produção deu lugar às máquinas, atuando agora como um empregado de uma organização, recebendo salário, e não mais ficando com todo o lucro.




O filme "Tempos modernos" de Charles Chaplin, mostra de forma engraçada a realidade da linha de produção.

O capitalismo industrial fez com que a disputa de novos mercados e matérias primas criasse um novo conceito de colonialismo, o "imperialismo"



Os países europeus colonizaram os países africanos e asiáticos, para explorar suas matérias primas, sua mão de obra, que era pouco valorizada com salários aviltantes, e com a obrigatoriedade dos colonizados de consumirem os produtos dos colonizadores.

A Revolução industrial levou a um aumento da produção  e dos lucros, e da exploração da classe trabalhadora, submetida a longas jornadas de trabalho (14 horas ou mais) com baixos salários.

O Estado tinha pouca influência nos meios de produção e na distribuição da riqueza, gerando um abismo muito grande entre ricos e pobres.

O escocês Adam Smith, considerado um dos pais da economia moderna, em seu livro " a riqueza das nações" de 1776, expunha que o individualismo era benéfico para a sociedade como um todo, porque a partir do momento em que o trabalhador se dedicasse mais ao trabalho, esperando com isso, manter-se no emprego ou conseguir um aumento; esse pensamento individualista fazia com que a produção aumentasse favorecendo assim também a empresa.

Nessa perspectiva, poderíamos achar que tudo o que importava era o lucro, mas segundo ele, a necessidade de competição faria com que os empresários produzissem mercadorias melhores e com preços mais baixos.

Ainda segundo ele, o Estado só atrapalha o mercado com suas interferências, e que sem o Estado as forças do mercado se auto-regulariam.


                                   Adam Smith

É claro que a tese é diferente da prática, e sem o Estado o mercado nunca funcionou de forma equânime, sempre privilegiando o capital ao trabalho.

Na crise de 2008, o mercado americano pediu ajuda ao Estado para não quebrar seus bancos e seguradoras.

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador provocando inicialmente um intenso deslocamento das áreas rurais para as  áreas urbanas.

Os operários viviam em péssimas condições de trabalho em fábricas insalubres, e jornada de trabalho que chegavam a 80 horas semanais. O salário variava em torno de 2,5 o nível de subsistência.
As mulheres e crianças expostas ao mesmo número de horas trabalhadas o salário era ainda menor.




Os primeiros sindicatos se originaram na Inglaterra no século XVII e se expandiram pelo século XIX.
Com isso reivindicações foram feitas, contra as jornadas extenuante e os baixos salários.

Os trabalhadores conseguiram criar uma associação de trabalhadores em 1864. No mesmo ano na França é reconhecido o direito de greve.

Após o fim da primeira guerra Mundial, alguns sindicatos se aliaram ao ideário socialista e comunista, enquanto outros foram para áreas reformistas mais ligados a Igreja Católica.

A propósito disso, Max Webber, alemão, considerado o pai da sociologia moderna, expôs em seu trabalho " a ética protestante e o espírito do capitalismo" que a religião de forma não exclusivas explicaria as razões das culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e que algumas características do protestantismo ascético, levou ao nascimento do capitalismo e da burocracia do estado racional e legal no Ocidente.


Max Webber

Webber fazia uma crítica feroz ao capitalismo, não na forma econômica como Max, mas na exaustão dos recursos naturais.
Diz ele "Qual o destino dos tempos modernos: o ressurgimento de velhas ideias ou profecias ou uma realidade petrificada, até que última tonelada de carvão fóssil seja queimada ?"

Entre 1811-1812 houve um movimento radical contra o emprego das máquinas no lugar do homem, liderados por Nedd Ludd, chamado de movimento ludista.
Eles invadiram as indústrias e quebraram as máquinas, no entanto a repressão foi terrível com prisões, deportações e até a morte pela forca.




Um importante movimento sindicalista no século XIX foi o Movimento Cartista, que reivindicou entre outras coisas jornada de trabalho de oito horas diárias, extinção do trabalho infantil, regulamentação do trabalho feminino, salário mínimo e descanso semanal remunerado.

Depois de muita luta, as reivindicações foram aceitas pelo Parlamento Inglês em 1860.

Podemos dizer que a Revolução Industrial na Inglaterra foi a responsável pelos ideais do socialismo.

Karl Marx sustentava que as sociedades humanas progridem através da luta de classe:um conflito entre a classe social que controla os meios de produção e a classe trabalhadora que fornece a mão de obra.
Segundo Marx o capitalismo geraria tensões internas que conduziriam a sua auto-destruição dando lugar a um  novo sistema, o socialismo.


                                            Karl Marx

Ele defendia que a luta de classe entre a burguesia e o proletariado geraria uma sociedade antagônica, que levaria ao poder a classe operária.

Na verdade os meios de produção e o capitalismo, necessitam de um mercado consumidor, sem consumo não existe produção, e consequentemente não existe capitalismo.
Dito isso, uma sociedade equilibrada é feita da união entre capital e trabalho, onde o papel do Estado não pode ser relegado a segundo plano.

É ingênuo pensar que o mercado se auto-regula, isso é acreditar que o ser humano é uma figura altruísta e sem ambições ou mesmo ganância.

Se a produção não tiver o mínimo controle estatal, poderemos chegar ao ponto de cartéis e oligopólios controlarem bens básicos de consumo como água, e rações básicas para subsistência

Produtos sem os quais não seria possível a sobrevivência humana, e seria consumido, mesmo com preços muito altos.

Isso sim, poderia gerar revoltas e indignações, cujas consequências poderiam desencadear uma verdadeira luta social.

Para Marx, o capitalismo tem a grande vantagem de gerar riquezas, mas por outro lado tem graves problemas na distribuição dessa riqueza, gerando uma desigualdade muito grande entre os mais ricos e os mais pobres.

Os que criticam o socialismo, criticam o socialismo ideológico, aquele que na prática não se desenvolveu em nenhum país, de acordo com suas exigências.
Esse socialismo é anacrônico, o socialismo atual é aquele que convive com capitalismo numa simbiose em que um não pode viver sem o outro.

O capitalismo do início da revolução industrial também se tornou anacrônico, embora muitos anda tentem recuperá-lo.

O certo é que a riqueza em mãos de poucos gera pobreza, e não contribui com o crescimento, e com o bem estar social.

O produto interno bruto (PIB) é feito da riqueza gerada pelas empresas e pelas pessoas, mas um PIB muito concentrado na riqueza de poucos, não leva a um Estado igualitário, e a própria riqueza que produz, não será sustentável.
Uma economia sem mercado interno com renda e consumo se esvaziará, e só criará mais desigualdade social.
É claro que sempre existirão ricos e pobres, mas um país só se transforma em uma potência quando as oportunidades de gerar rendas for para todos.
A educação é primordial nessa engrenagem, assim como as condições básicas para uma vida digna.

No recente Fórum de Davos, a diretora gerente do F.M.I Christine Lagarde afirmou: 

“Não sei por que as pessoas não escutaram a mensagem (de que a desigualdade é nociva), mas certamente os economistas se revoltaram e disseram que não era problema deles. Inclusive na minha própria instituição, que agora se converteu para aceitar a importância da desigualdade social e a necessidade de estudá-la e promover políticas em resposta a ela”.



Christine Lagarde





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Fontes:
wikipedia.org
suapesquisa.com/maxvebber
algosobre.com.br
suapesquisa.com/capitalismo/socialismo
youtube.com
gelede.org.br


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