quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Olá, pessoal!


Hoje vamos falar do ator e dramaturgo Plínio Marcos de Barros, paulita, nascido em Santos em 29 de setembro de 1935.


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Vindo de uma família modesta, ele só concluiu o curso primário.
Trabalhou como funileiro (lanterneiro), serviu na Aeronáutica e chegou a  ter uma passagem na Portuguesa Santista, como jogador de futebol, mas foi no circo que encontrou a sua paixão.

Incentivado pela jornalista e escritora Patricia Rehder Galvão, a Pagu, começou a atuar no teatro amador, ainda em Santos.

Baseado num fato real de curra numa cadeia de Santos, ele escreveu a sua primeira peça em 1958, "Barrela", que ficou censurada até a abertura democrática de 1979.


Sua linguagem era dura e crua, retratando o dia a dia dos menos favorecidos da periferia das cidades, dos bordéis e cabarés.
Seu texto mostrava as agruras, os medos e a maneira de sobreviver dessas pessoas que viviam invisíveis à sociedade.




Plínio Marcos - sítio oficial

Em 1960 foi para a cidade de São Paulo. Entrou para a Companhia Cacilda Becker, montou várias peças. Seus personagens, quase invariavelmente, eram mendigos, vagabundos, delinquentes, e prostitutas. Plínio usava uma linguagem característica do submundo. Durante o regime militar, implantado em 1964, suas obras foram muito censuradas.
Plínio Marcos participou da novela Beto Rockfeller, escreveu para os jornais Folha de São Paulo, Última hora, Folha da Tarde e para as revistas Veja, Pasquim, Opinião, entre outras. Escreveu vários livros. Suas obras foram publicadas e encenadas em vários países.

Suas peças mais conhecidas são : 
Dois perdidos numa noite suja (1966), que conta a história de Paco e Tonho amigos que dividem um quarto em uma hospedaria barata e durante o dia trabalham no mercado, como carregadores. As personagens mantêm uma relação conflituosa, e sempre estão discutindo sobre suas vidas, trabalho e perspectivas. O tema da marginalidade permeia todo o texto, ficando muito próximo de outros trabalhos do autor, como Navalha na carne. Tonho se lamenta por não possuir um par de sapatos decente, fator que considera diretamente ligado a sua condição de pobreza. Ele inveja o seu companheiro de quarto, Paco, por possuir bom par de sapatos e este, vive a provocar Tonho chamando-o de homossexual, mesmo considerando-o parceiro. Paco, que no passado havia trabalhado como flautista, certa noite, teve sua flauta roubada num momento de embriaguez. Por fim, na tentativa de dar mais dignidade as suas vidas, ambos são compelidos à realização de um ato criminoso, que culmina com o assassinato trágico de Paco pelas mãos de Tonho.

A primeira montagem da peça aconteceu no Bar Ponto de Encontro na Galeria Metrópole em São Paulo, e teve como personagens o próprio Plínio Marcos como Paco e Ademir Rocha como Tonho.

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A peça virou filme em 2002 com Roberto Bontempo e Débora Falabella.

Outra peça de grande destaque foi Navalha na Carne de 1967

Levada aos palcos pela primeira vez em São Paulo, em 1967, em campanha para liberação do texto pela censura capitaneada por Walmor Chagas e Cacilda Becker, o elenco da montagem original era formado por Edgard Gurgel Aranha, Ruthneia de Moraes e Paulo Villaça, com direção de Jairo Arco e Flexa. Ganharia ainda mais repercussão a partir da montagem carioca, dirigida no mesmo ano por Fauzi Arap e com Tônia Carrero, Emiliano Queirós e Nelson Xavier no elenco. Logo o texto foi censurado pela ditadura militar, e só pôde ser encenado 13 anos depois.

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Navalha na carne é um exemplar da dramaturgia de Plínio Marcos que se mantém como um clássico pela crueza dos diálogos desta fatia de realidade, na qual três excluídos vivem um jogo de dominação que reproduz a miséria moral de injustiças sociais que sofrem. A prostituta, o seu protetor e um homossexual dividem o espaço emocional da sua marginalidade no confinamento de um bordel ordinário em que cada um explora o outro, num círculo de medo, desprezo e violência e desesperada solidão.

A peça também virou filme  em 1997, com participações de Vera Fisher, Jorge Perrugoria, Érica Collare. Direção Neville  d` Almeida.




Ele foi um dos autores mais censurados no período da ditadura. Plínio não se furtava a dar a sua opinião, mesmo sabendo que isso poderia prejudicá-lo profissionalmente.
Ele falava a linguagem do oprimido, do marginal, dos invisíveis para a sociedade.

Plínio Marcos morreu em 19 de novembro de 1999, em São Paulo, vítima de um derrame cerebral. Ele também tinha diabetes. Seu corpo foi cremado no cemitério de Vila Alpina e suas cinzas jogadas no mar de Santos.


Fontes:
ebiografia.com
wikipedia.org
youtube.com




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