Vamos falar hoje de uma prática de entretenimento infantil muito comum até hoje, que são as cantigas de roda.
Apesar da origem europeia, as cantigas brasileiras tiveram muita influência indígena e africana, tanto nos ritmos quanto nos temas.
Se engana quem pensa que é só uma brincadeira. As cantigas de roda são uma forma de manter vivos nossos ritmos tradicionais e passar adiante rimas e jogos inspirados em tradições bem antigas.
Há algumas características que elas têm em comum, como por exemplo a letra. Além de ser uma letra simples de memorizar, é recheada de rimas, repetições e trocadilhos, o que faz da música uma brincadeira. Muitas vezes fala da vida dos animais, usando episódios fictícios, que comparam a realidade humana com a realidade daquela espécie, fazendo com que a atenção da criança fique presa à história contada pela música, o que estimula sua imaginação e memória. São os casos das músicas “A barata diz que tem”, “Peixe vivo” e “Sapo Jururu”.
Em outros casos, algum objeto cria vida, ou fala-se de amor que para as crianças é representado principalmente pelo casamento, já que o exemplo mais próximo delas é o dos pais. Há ainda as que retratam alguma história engraçada, divertida para as crianças. Contudo, não podemos deixar de destacar as cantigas que falam de violência ou de medo. Apesar de esse ser um tema da realidade da criança, em algumas cantigas ele parece ser um estímulo à violência ou ao medo. Atualmente algumas canções vêm sendo alteradas por pessoas mais preocupadas com a influência das músicas na mente infantil.
Quando as canções são trazidas ao presente, ao chamado "politicamente correto"; algumas delas são censuráveis.
Nana neném
Que a cuca vem pegar
Papai foi na roça
Mamãe no cafezal
Bicho papão
Sai de cima do telhado
Deixa o nenezinho dormir sossegado
A cantiga acima é uma intimidação para que a criança durma.
Outra:
Atirei o páu no gato tô tô
Mas o gato tô tô
Não morreu reu reu
Dona Chica cá
Admirou-se se
Do berro, do berro que o gato deu
Miau !!!!!!.
Hoje em dia é inadmissível maltratar os animais.
Escravos de Jó jogavam caxangá
Tira, bota deixa o Zé Pereira ficar
Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue za (bis)
Apesar de geralmente ser relacionada a Jó da Bíblia, o historiador Luiz Antonio Simas acredita que a cantiga tenha uma palavra em quicongo, língua africana. “Njó” é casa, logo o termo “escravos de jó” se refere aos escravos domésticos. “Caxangá” é um jogo de pedrinhas, esclarece o historiador.
Marcha Soldado
Marcha Soldado
Cabeça de Papel
Se não marchar direito
Vai preso pro quartel
O quartel pegou fogo
A polícia deu sinal
Acuda acuda acuda
A bandeira nacional
Se essa rua fosse minha
Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
Para o meu, para o meu amor passar
Samba Lelê
Samba Lelê está doente
Está com a cabeça quebrada
Samba Lelê precisava
De umas dezoito lambadas
Samba , samba, Samba ô Lelê
Pisa na barra da saia ô Lalá (BIS)
Existem uma infinidade de cantigas de rodas que passam de gerações em gerações no Brasil, geralmente de tradição oral. Elas fazem parte da cultura do país através de sua poesia, métrica e lendas.
Fontes:
infoescola.com
letras.mus.br
dicionário do folclore brasileiro - Cascudo, Luís Câmara - Ed. Global - 1952
avosidade.com.br
escola.brittanica.com.br
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