segunda-feira, 19 de julho de 2021



O jornalista e geógrafo  Mouzar Benedito, nos conta algumas expressões populares que ficaram famosas no Brasil.


Uma delas se originou com a história de um português muito esperto que veio para o Rio de Janeiro. Sem dinheiro, ele dizia que era sobrinho de um bispo que seria mandado de Portugal para cá.

Assim, ele conseguia a simpatia e, mais que isso, favores e crédito para comprar fiado o que quisesse, além de pegar dinheiro emprestado com gente que esperava cair nas boas graças do bispo, quando ele chegasse ao Rio de Janeiro. Mas o sujeito não era sobrinho de religioso nenhum. Esse tipo de golpe ficou conhecido como “conto do vigário”. E dele surgiu o termo vigarista.







Outra versão, diz que essa história aconteceu no século XVIII na cidade de Ouro Preto entre duas paróquias: a de Pilar e a da Conceição que queriam a mesma imagem de Nossa Senhora. Um dos vigários propôs que amarrassem a imagem da santa no burro ali presente e o colocasse entre as duas igrejas. A igreja que o burro tomasse direção ficaria com a santa. Acontece que, o burro era do vigário da igreja de Pilar e foi para lá que o burro andou deixando o vigário vigarista com a imagem.






Termino com uma expressão que teve origem com um nobre francês muito pão-duro e mau. Só que essa expressão não se espalhou pelo Brasil, ficou restrita ao Rio de Janeiro. Cortiços, como quase todo mundo sabe, são moradias coletivas precárias, com famílias se acomodando em apenas um cômodo. Mas no Rio de Janeiro cortiço é também chamado de cabeça-de-porco. Por que isso?


Conde D´Eu


O Conde D’Eu, marido da Princesa Isabel, era um sujeito muito ruim e aproveitador. Maltratava muita gente.
Ganancioso, ele tornou-se dono de um grande cortiço em que moravam centenas de pessoas. Em cima do portal de entrada desse cortiço havia a escultura metálica de uma cabeça de porco.



Cabeça de Porco era um famoso e vasto cortiço no centro do Rio de Janeiro, perto de onde está, hoje, o túnel João Ricardo.

Daí, dizia-se que o pessoal dali morava no “cabeça-de-porco”, e logo a expressão virou sinônimo de cortiço.

Pois é, morador de palácio muitas vezes é explorador de pobres que não têm onde morar. Isso não faz lembrar de alguns moradores de palácios que temos no Brasil nos dias de hoje?


Fontes:
brasildefato.com.br
rio-curioso.blogspot.com
google.com
startupi.com.br

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