Vamos falar do romance "O Idiota" de Fiodor Dostoievski.
"Quando a gente mente, ou seja, coloca com astúcia alguma coisa que acontece com excessiva raridade ou nunca acontece, aí a mentira se torna muito mais verossímil."
O Idiota 2 - "Me consideram um idiota? Entro em algum lugar e penso: 'Pois bem, me consideram um idiota, mas apesar de tudo eu sou inteligente e eles nem adivinham."
O Idiota é um dos principais romances de Fiódor Dostoiévski. O romance começou a ser escrito no dia 14 de setembro de 1867 em Genebra e foi concluído em 25 de janeiro de 1869 em Florença. Ele foi inicialmente publicado em folhetim, e não em livro, pela revista O mensageiro russo, tendo sua primeira parte sido publicada em março de 1868 e seus últimos capítulos em fevereiro de 1869.Na época de elaboração do romance, Dostoiévski estava em situação física e emocional muito precária: eram constantes suas crises de epilepsia, suas dívidas estavam altas e ele perdia o pouco que tinha no jogo, além do mais estava sob forte pressão dos editores e, não bastasse isso, nasceu e morreu prematuramente sua filha Sônia.
O personagem principal de O Idiota é o Príncipe Liév Nikoláievitch Míchkin (ou apenas Príncipe Míchkin), uma ilustração moderna do ideal ético e cristão. As maiores influências para a criação do Príncipe Míchkin foram os também cristãos idealizados, porém desta vez retratados como cômicos, Dom Quixote de Cervantes, Pickwick de Dickens e Pangloss de Voltaire. O Príncipe Míchkin, como ideal cristão, também era a forma como Dostoiévski se contrapunha ao niilismo ocidental europeu, por isso o personagem pode ser visto como estando em direta contraposição ao Raskolnikov de Crime e Castigo, uma das principais retratações do tipo niilista por Dostoievski. O Idiota é entendido como "o romance mais autobiográfico de Dostoiévski", muito pelo fato do autor e do personagem principal serem epilépticos, mas também por ambos terem dificuldades sociais.
O príncipe Míchkin tem 26 anos de idade quando retorna a Petesburgo, após permanecer vários anos em um sanatório na Suíça para tratar da sua epilepsia. Tem-se então o desenrolar da trama cujo tema central recai na problemática do indivíduo puro, superior, que acaba sendo para os demais, numa sociedade corrompida, um idiota, um inadaptado.
O herói do romance, o humanista e epilético Míchkin, é uma mescla de Cristo e Dom quixote, cuja compaixão sem limites vai se chocar com o desregramento mundano de Rogójin e a beleza enlouquecedora de Nastácia Filíppovna. Sua bondade e o impacto da sua sinceridade irá revelar ao leitor de forma trágica como em um mundo obcecado por dinheiro, poder e conquistas, o sanatório acaba sendo o único lugar para um santo.
Fontes:
bonslivrosparaler.com.br
wikipedia.org
google.com
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