sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

 Livros mais pedidos no Enem e vestibulares:



Contos de Machado de Assis

Machado de Assis é peça recorrente nas provas de Vestibulares e do Enem. Apesar de ser muito conhecido por seus romances, seus contos também são importantes para conhecer mais a escrita deste gênio da literatura. Existem alguns livros com vários de seus contos.

1 -“A Cartomante”, por exemplo, é um conto machadiano bastante conhecido. Originalmente foi publicado no jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro (1884) e depois se juntou a outros contos no livro “Várias Histórias”, em 1896. 

A trama envolve um triângulo amoroso entre Vilela, Rita e Camilo. Inquieta com o relacionamento extraconjugal, Rita procura uma cartomante, mesma ação que seu amante (Camilo) toma após receber cartas anônimas com ameaças sobre a traição. Machado faz uma crítica social em seu texto e prepara um desfecho para refletir. 

Já em 2 -“Missa do Galo”, o personagem principal, Nogueira, relembra uma conversa longa que teve com uma mulher mais velha na véspera de Natal. Com tom confessional, o leitor acompanha os relatos do narrador sobre a noite em questão e pode se questionar o que realmente houve naquela casa durante a Missa do Galo. Machado retrata neste conto o casamento de conveniência e a vida de aparências. 



3 - O Alienista é outro conto de Machado do livro Papéis avulsos. Conta a história de Simão Bacamarte, um importante médico de uma cidadezinha do interior que tem a ideia de colocar todos os loucos num mesmo lugar (Casa Verde).

Em se tratando de Machado de Assis, os romances Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas também estão entre os mais pedidos. Lembrando que Memórias Póstumas de Brás Cubas é um dos marcos do Movimento realista ao lado de "O mulato" de Aluísio de Azevedo.



4 - Vidas Secas - Graciliano Ramos (1938)

“Vidas Secas” é uma obra de Graciliano Ramos sobre a vida do retirante nordestino que busca fugir da seca. O livro traz a história do vaqueiro Fabiano, sua família e a cadela Baleia, apresentando ao leitor a realidade do povo do sertão. 

A obra retrata o cotidiano dos personagens de forma real e dolorosa, aproximando o leitor da narrativa, além de abordar os aspectos psicológicos dos humanos e também da cadela Baleia. 

Escrito em terceira pessoa, Graciliano Ramos consegue colocar sua influência voltada para o social ao abordar temas como a detenção do capital por parte do patrão que explora Fabiano.




5 - A Hora da Estrela - Clarice Lispector (1977)

A busca por uma vida melhor é o ponto de partida de “A Hora da Estrela”. Clarice Lispector conta a história de Macabéa, nordestina que parte para o Rio de Janeiro em busca de mudanças. Em sua jornada, a personagem confronta seus sonhos e tem que conviver com as dificuldades da vida real. 

A Hora da Estrela apresenta uma narrativa diferente. A história de Macabéa é contada por outro personagem do livro: Rodrigo, o narrador. O livro mexe com o imaginário do leitor ao descrever muito bem os acontecimentos da obra e ao abordar a personalidade de Macabéa. 



6 - Quarto de Despejo: diário de uma favelada - Carolina Maria de Jesus (1960)

Mulher, negra, mãe solteira, catadora de lixo, moradora da favela, lavadeira e tendo estudado até o segundo ano do ensino fundamental. Esta é Carolina Maria de Jesus, escritora e protagonista do livro “Quarto de Despejo: diário de uma favelada”, obra baseada em seus diários. 

Quarto de Despejo deu voz à Carolina Maria de Jesus – assim como várias mulheres na mesma situação que a sua – trazendo visibilidade para a figura da mulher muitas vezes marginalizada que busca a sua sobrevivência com o duro trabalho e no aproveitamento das sobras dos mais abastados. A obra é um retrato real da vida na favela e do contexto social de que ali reside, com detalhes e sentimentos que só quem conhece tal realidade é capaz de transmitir ao leitor. 



7 - Capitães da Areia - Jorge Amado (1937)

A obra de Jorge Amado retrata a vida de um grupo de meninos de rua de Salvador, conhecidos como “Capitães da Areia”. Os meninos Pedro Bala, Sem-Pernas, Gato, Professor, Pirulito, Boa-Vida e João Grande realizam furtos para sobreviverem. A narração é em terceira pessoa e onisciente, possibilitando ao leitor compreender os sentimentos e sonhos de cada um dos personagens. 

Jorge Amado busca mostrar que, apesar de sobreviverem à margem da sociedade, os Capitães da Areia têm os mesmos desejos, medos e expectativas de qualquer outra pessoa, trazendo personagens capazes de despertar a empatia no leitor. A obra mostra os efeitos que a falta de oportunidade podem causar na vida de crianças. 



8 - Dois Irmãos - Milton Hatoum (2000)

A obra de Milton Hatoum traz com trama central a rivalidade entre os irmãos gêmeos Omar e Yaqub. Omar é o filho preferido de Zana, enquanto Yakub é negligenciado pela mãe e recebe os cuidados da jovem empregada Domingas, índia submissa que nutre certa devoção aos patrões por ter tido na função de empregada doméstica na saída do orfanato.

A história é narrada pelo filho de Domingas, Nael, a partir do que sua mãe lhe contava sobre a família, além do que ouvia de Halim, pai dos gêmeos. O leitor encontra em “Dois Irmãos” uma trama composta por conflitos familiares, tabus, acontecimentos importantes como a Segunda Guerra Mundial e a Ditadura Militar. 

Um ponto fundamental na obra é a maneira como o manauara Milton Hatoum descreve Manaus (cidade que se ocupa a importância de personagem), possibilitando que a capital do Amazonas seja conhecida por leitores do mundo todo (já que a obra foi traduzida para diversos idiomas).



9 - Iracema - José de Alencar (1865)

Em “Iracema”, José de Alencar trabalha o chamado “mito de origem”, dando ao leitor uma explicação fictícia para a origem do povo brasileiro. Iracema é uma índia, filha do pajé Araquém, pertencente à tribo dos Tabajara e, ao proteger a floresta, acerta com uma flecha o português Martim. Se sentindo culpada pelo que fez, a jovem leva o rapaz para o local onde mora para cuidar de seu ferimento. Os dois se apaixonam e vivem um amor proibido, já que Iracema deveria permanecer virgem. 

O mito de origem é retratado no filho de Iracema e Martim, o pequeno Moacir, criança que representa o primeiro “brasileiro”, fruto da miscigenação. Além de referência no Indianismo, movimento dentro do Romantismo, Iracema representa um marco para a identidade do estado do Ceará, território que abriga o cenário paradisíaco da obra de José de Alencar.

Outras mulheres fortes na obra de Alencar são: Aurélia (Senhora) e Lúcia (Lucíola). Já publicados neste blog.



10 - Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto (1954 - 1955)

“Morte e Vida Severina” traz em forma de poema a trajetória de Severino, retirante nordestino que deixa o sertão pernambucano e vai rumo ao litoral na busca por uma vida melhor. Pelo caminho, o protagonista se depara com a morte – física e do ponto de vista social – de diferentes maneiras, mas encontra esperança no fim de sua jornada ao presenciar um nascimento. 

Severino é a chamada alegoria, personagem que representa uma parcela da população e é utilizado para abordar um determinado tema. Em Morte e Vida Severina, João Cabral de melo Neto constrói um protagonista que não tem personalidade própria, que se considera mais um retirante entre tantos. O auto foi o gênero escolhido pelo autor para dar musicalidade à leitura e aproximar a narrativa da oralidade.

 
11 - Memórias de um sargento de milícias - Manual Antônio de Almeida (1854)

“Memórias de um sargento de milícias” conta a história de Leonardo, filho de imigrantes portugueses que foi expulso de casa após a traição de sua mãe. O protagonista foi criado pelos padrinhos e cresceu no Rio de Janeiro do século XIX. Leonardo sempre se envolveu em confusões e sua malandragem é retratada ao longo da narrativa, sempre com um tom humorístico. 

Diferente das demais fases do Romantismo, “Memórias de um sargento de milícias” é uma narrativa que se encaixa no chamado romance urbano, conta com linguagem coloquial, foge da idealização romântica, não se pauta no moralismo e tem como ponto forte a figura do anti-herói (Leonardo). Relações amorosas, corrupção, ascensão social e conflitos estão entre os temas recorrentes. 


12 - Sagarana - Guimarães Rosa (1946)

“Sagarana” é uma coletânea de nove contos ambientados no sertão de Minas Gerais. A obra de Guimarães Rosa se assemelha a chamada contação de “causos” e aborda diferentes narrativas em cada uma das histórias escritas pelo autor. O escritor apresenta ao público temas que trazem aspectos da mitologia de diferentes povos; das fábulas; das sátiras e do regionalismo do povo sertanejo.

É desse livro o conto a 13 - Hora e a vez de Augusto Matraga.


O personagem central da narrativa de Guimarães Rosa é Nhô Augusto, ou melhor, Augusto Esteves, filho do poderoso Coronel Afonsão Esteves.

Dono de diversas terras entre as Pindaíbas e o Sacoda-Embira, no sertão de Minas Gerais, o sujeito é uma espécie de valentão da região, reconhecido pela sua frieza e perversidade.

Casado com Dona Dionóra e pai de uma única filha chamada Mimita, o rapaz arruma confusão por onde passa, espalhando violência e medo.

Aos poucos, ficamos sabendo um pouco mais da sua história de vida. Nhô Augusto perdeu a mãe ainda criança, teve um pai problemático e foi criado pela avó, que era muito religiosa e queria que o rapaz virasse padre.

Com alta propensão ao jogo e aos rabos de saia, Nhô Augusto acaba aos poucos por ir perdendo a fortuna que herdou. Os seus capangas, quando percebem o rumo que o patrão está tomando, decidem trocá-lo pelo seu pior inimigo: o major Consilva Quim Recadeiro.

14 - Paulicéia desvairada de Mário de Andrade



Ao contrário de outros artistas como Menotti del Picchia e Manuel Bandeira, Mário de Andrade foi quem rompeu com maior rispidez a relação entre o Modernismo e as escolas anteriores. Esse desprendimento integral pode ser notado no famoso Prefácio Interessantíssimo, no qual o autor indica, de forma mordaz e espirituosa, as bases da criação de Paulicéia Desvairada. "Imagino o seu susto, leitor, lendo isto. Não tenho tempo para explicar: estude, se quiser (...)", escreveu o autor.

Permeando as páginas de Paulicéia Desvairada, são encontrados deboches, perturbações e suspeitas de Mário de Andrade em relação ao lugar em que foi criado: São Paulo. Porém, a grande inovação da obra estava em sua forma. Conciliando estéticas diferentes para criar o panorama da cidade, o escritor apresenta um nova realidade social, mas não incorpora os "ismos", que eram as vanguardas da Europa como o Expressionismo, o Futurismo, o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo.


Oswald de Andrade também foi um expoente do Modernismo com a peça 15 - "O rei da Vela" escrita em 1933 e só encenada em 1967.


No título da peça, a palavra vela significa agiotagem, isto é, empréstimo de dinheiro a juros extorsivos. O protagonista, Abelardo I, é proprietário de uma firma de agiotagem, a Abelardo & Abelardo, que serve de cenário para o primeiro ato da peça. Seu sócio, Abelardo II, vestido de domador, recebe clientes que saem de uma jaula. Os devedores são tratados com desprezo e violência. Aparece para uma visita Heloísa de Lesbos, noiva de Abelardo I, pertencente a uma família tradicional, salva da bancarrota pelo dinheiro do noivo.
 Outras obras importantes de Oswald de Andrade são : Serafim Ponte Grande; Memórias Sentimentais de João Miramar; Pau-Brasil; Manifesto Pau-Brasil.





Fontes:
wikipedia.org
google.com
vestibular.educacao.uol.com.br
nilk.icm.usp.br
culturagenial.com
infoescola.com
educacao.globo.com
todamateria.com.br

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