A Gramática tem como principal função regular a linguagem e estabelecer padrões de escrita e fala para os falantes de uma língua. Graças à Gramática, a língua pode ser analisada e preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua portuguesa.
Uma boa gramática deve ser capaz de extrapolar a visão reducionista que faz da língua um amontoado de regras prescritas pelos estudiosos do sistema linguístico, devendo ser capaz não apenas de prescrever o idioma, mas também de descrevê-lo, preservá-lo e, sobretudo, ter utilidade para os falantes. A gramática apresenta as regras, mas quem movimenta e faz da língua um sistema vivo e mutável somos nós, agentes da comunicação.
Por ser um sistema complexo e passível de diversas concepções, a gramática apresenta abordagens diversas, sendo dividida, então, em tipos distintos:
Gramática Normativa: Bastante utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos, a Gramática Normativa busca a padronização da língua, indicando através de suas regras como devemos falar e escrever corretamente. Aqui a abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas, desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais estão sujeitos os falantes da língua.
A gramática normativa, portanto estabelece as normas para a escrita.
Já a gramática descritiva preocupa-se mais com a forma de falar.
Exemplo:
Mãe, vou no banheiro lavar este machucado.
Observe que este enunciado apresenta um erro de construção sintática com relação à regência do verbo “ir”, já que, quem vai, vai a algum lugar e não no ou no lugar. Sendo assim, a Gramática Normativa reconhece a forma correta como sendo: “Mãe, vou ao banheiro lavar este machucado.”
Para Gramática Descritiva, este equívoco de regência verbal não invalida o enunciado do ponto de vista semântico, já que seu conteúdo é passível de compreensão por qualquer falante da língua em seu uso coloquial, ou seja, é um enunciado que consegue cumprir com eu propósito comunicativo. Por isso, na Gramática Descritiva, as regras formuladas derivam estritamente da língua em uso, desmistificando os conceitos de certo e errado em um sistema linguístico.
Gramática Histórica: estuda a evolução da gramática desde seus primórdios.
A gramática histórica, portanto, é aquela responsável por estudar os diferentes acontecimentos da língua, avaliando como ela se modificou e evoluiu com o tempo, desde o seu surgimento até os dias atuais. Em resumo, podemos dizer que ela estuda a linha do tempo de uma língua.
Ou seja, na prática, a gramática histórica estuda a história específica de uma língua e as suas diferentes fases evolutivas. Ela surgiu a partir da Filologia, que é a comparação de textos de épocas diferentes e a decifração de línguas arcaicas, feita para conhecer a história e os costumes de um povo.
As palavras mudam como passar do tempo, por exemplo, palavras como pharmacia, phrase, eram escritas com ph. Quando me alfabetizei, a palavra Brasil era escrita com a letra "z" Brazil.
Gramática Comparativa: Estabelece comparação da língua com outras línguas de uma mesma família. No caso de nossa língua portuguesa, as análises comparativas são feitas com as línguas românicas.
A língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento entre o que é prescrito pelas normas e o que é efetivamente utilizado por seus falantes. Entretanto, não devemos desconsiderar a importância das regras que preservam este que é nosso maior patrimônio cultural: nossa língua portuguesa. Façamos então um bom proveito da Gramática!
Fontes:
infosecola.com
stoodi.com.br
portugues.com.br
google.com
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